Gafisa (GFSA3): Justiça libera aumento de capital em meio a guerra entre sócios

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) revogou a decisão que suspendia o aumento de capital de R$ 78 milhões da Gafisa (GFSA3). Agora, a operação está autorizada e, segundo o desembargador Azuma Nishi, a disputa entre a construtora e a gestora Esh Capital deve ser solucionada via arbitragem.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no domingo (8), a empresa ressaltou que seria impactada severamente pela suspensão do aumento de capital da Gafisa. “A entrada dos recursos é necessária e prevista em seu fluxo financeiro”, destacou.

“Em decorrência da Decisão, os 1.486 subscritores que aderiram voluntariamente ao aumento de capital passam a dispor livremente, e a gozar dos direitos políticos e econômicos inerentes, das 13.256.263 ações creditadas em suas respectivas contas de investimento”, explicou a Gafisa.

No comunicado, a empresa reforçou um trecho da decisão judicial, na qual o desembargador disse que deve-se evitar “especulações que sejam perniciosas à regularidade das transações envolvendo valores mobiliários, gerando ganhos ou perdas a acionistas da companhia decorrentes de situações artificial e ilegitimamente criadas”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

Entenda a briga na Gafisa

Nos últimos meses, a Gafisa, controlada pelo empresário Nelson Tanure, protagonizou embates contra a Esh Capital, de Vladimir Timerman.

Em dezembro de 2022, Tanure enfrentou questionamentos da gestora acerca de uma emissão de debêntures conversíveis em ações de quase R$ 250 milhões. A Esh tentou convocar uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) e chegou a pedir a destituição dos conselhos fiscal e de administração da companhia.

Na última quinta (5), o TJ-SP havia barrado o aumento de capital da Gafisa sob o argumento de que a operação tinha um “evidente risco de danos irreparáveis ou de difícil reparação” à Esh Capital, acionista minoritária da empresa.

Henrique Blecher, CEO da Gafisa, disse ao InfoMoney que “foi pego de surpresa” com o caso e que nuna havia sido procurado pela Esh para discutir essa movimentação.

Paralelo a briga judicial, as ações da Gafisa dispararam mais de 200% com operações de short squeeze — movimento brusco de desmonte de posições vendidas.

De acordo com o Status Invest, as ações da Gafisa fecharam o pregão de sexta (6) ao preço de R$ 23,00, em queda de 25,08%. Para efeito de comparação, no dia 29 de dezembro de 2022, o papel era negociado por R$ 9,90.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Erick Matheus Nery

Compartilhe sua opinião