Figueirense emite até R$ 5 milhões em ações com auxílio da Bloxs e é primeiro clube do Brasil na iniciativa

Em uma iniciativa pioneira e inédita, visando levantar capital, a Bloxs colocou no ar a primeira oferta de ações de um clube brasileiro, com uma emissão de até R$ 5 milhões em papéis do Figueirense, alvinegro de Santa Catarina que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro.

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Diferente dos fan tokens emitidos até então – por clubes como o Flamengo e o São Paulo – as ações do Figueirense, de fato, dão direito a uma participação societária no clube.

Apesar da liquidez reduzida, o investidor poderá realizar lucro em operações futuras.

“Essa oferta é uma oferta de ações, em que você compra um Contrato de Investimento Coletivo (CIC) que será convertido em 6 meses como ações preferenciais, de uma sociedade anônima, que é a SAF do Figueirense. É quase um IPO sem liquidez, um investimento de private equity“, conta Leonardo pinto, CIO da Bloxs Investimentos.

Na oferta, o Figueirense mira levantar algo em torno de R$ 3,5 milhões a R$ 5 milhões, que corresponde a 3,5% a 5% do clube catarinense – ou seja, o valuation é de R$ 100 milhões.

Fora da prateleira das corretoras, o ativo é negociado exclusivamente pela Bloxs e tem cota mínima de R$ 1 mil de investimento, por 0.001% do capital social do Figueirense.

Dentro do valuation, a Bloxs levou em conta a marca do Figueirense, o intangível, os jogadores, categoria de base, o Centro de Treinamento, além do estádio em Florianópolis.

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Até então, em quatro dias de oferta, o Figueirense captou R$ 302 mil com os investimentos. A expectativa de rentabilidade do investimento vai depender do resultado esportivo do clube e de eventuais negociações acerca de sua marca e ativos

Segundo o informe, em até quatro meses, o CIC será convertido em ações e o investidor entrará para o quadro societário da SAF.

“O Clube vai pegar esse dinheiro para bancar o ano esportivo da Série C, visando subir para a Série B. O clube também quer revelar mais atletas, que sempre foi um modo de ganhar dinheiro com futebol no Brasil”, frisa Pinto, da Bloxs.

O plano é levantar capital e, posteriormente, vender o Figueirense a um investidor, já que as novas regulamentações permitem a compra de um clube por um só empresário – como está sendo especulado no caso da compra do Cruzeiro pelo Ronaldo.

A operação está sendo assessorada pela Alvarez e Marsal (A&M), uma consultoria internacional que é especializada em reestruturações. A companhia possui um braço de esportes e já atuou na reestruturação, diligência e captação de recursos para empresas como NBA, NHL, Premier League, CONCACAF, Vasco da Gama, Cruzeiro e Coritiba.

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Emissão do Figueirense mostra entrada do business no futebol brasileiro

A novidade é possível graças ao avanço da governança no futebol brasileiro, ampliada pela Lei do Futebol, que instituiu a SAF (Sociedade Anônima do Futebol).

Até então os quadros societários eram criticados pelos volumes de dívida e pelas práticas de pouca governança vistas em clubes. A expectativa é de que com uma regulamentação mais mercadológica os clubes tenham melhor saúde financeira.

“Com certeza eu vejo as SAFs como modo de implementar a governança. Se um diretor frauda o clube, é difícil ir atrás. Já se um diretor estatutário faz algo ilícito, ou de erro grosseiro, toma atitude temerária, ele pode ser processado”, aponta o CIO da Bloxs.

Para ele, atualmente os clubes são majoritariamente mal administrados, “com muito dinheiro e pouca governança”.

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Com a mudança, empresários com especialização em gestão poderão assumir a controladoria dos clubes, agora que, com as SAFs, o acionista que detiver 50% das ações e uma unidade adicional poderá comandar a empresa, uma “S.A.” em termos estatutários.

“Isso muda a questão de aquisição, o investidor do clube pode ser um empresário que compra algo, e a partir daí  associação não dará mais pitaco, só receberá dividendos. Com isso, o futebol brasileiro tem tudo para ser modernizado e ter saúde financeira, e um grande exemplo, é o Flamengo. Saiu de uma situação com dívidas e hoje dá lucro. Foi só organizar a casa que se tornou superavitário”.

Sobre a Bloxs

Apesar do pioneirismo nos campos de futebol, a Bloxs atualmente oferece outros serviços de investimentos alternativos, como aportes diretos em participações societárias no agronegócio, ou operações de crédito estruturado e ativos judiciais.

Em suma, a companhia democratiza ativos que antes só eram acessíveis a investidores qualificados e (ou) com um ticket de entrada alto. A companhia serve como intermediadora especialmente ao pequeno investidor.

“Temos vários cases que se assemelham a um private equity. Exemplo é uma oferta de uma usina solar, que deu 20% de retorno para um investidor em somente 18 meses”, conta Leonardo Pinto.

Diversificando seus meios para os aportes, a companhia é a primeira a fazer o modelo de crowdfunding por meio de emissão de ações com o Figueirense, dado que os clubes estrangeiros tendem a ser listados em bolsa.

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Eduardo Vargas

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