Fiagros: vetor de crescimento para o agronegócio em momento de transição global

Um dos motores da economia brasileira, o agronegócio tem um potencial enorme para destravar valor. Enquanto lá fora as tensões geopolíticas projetam um novo desenho global para o setor, no Brasil os Fiagros são um vetor fundamental para impulsionar um setor em processo de transformação estrutural, com a profissionalização da originação de crédito e a expansão da oferta no mercado de capitais.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2025/07/Artigos-e-Noticias-Lead-Magnet-01-Desktop_-1420x240-1.png

Os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã elevam o grau de incerteza sobre rotas comerciais no Canal de Suez e no Estreito de Ormuz. O impacto direto tem sido observado nos preços internacionais das commodities agrícolas nos últimos dias.

O atual cenário do câmbio, com o dólar na faixa entre R$ 5,50 e R$ 6, torna o agro brasileiro altamente competitivo em termos de custo marginal de produção. O spread cambial reforça a rentabilidade dos exportadores nacionais, o que melhora as métricas de emissores do setor e atrai fluxo tanto de dívida quanto de equity para os elos mais estruturados da cadeia.

Num cenário que combina risco logístico, disrupção de oferta e busca por segurança alimentar, o agronegócio brasileiro desponta como beneficiário líquido — particularmente seus cinturões produtivos no Centro-Oeste e na região do Matopiba, o cinturão do agronegócio que compreende regiões de quatro Estados: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Fiagros: benefícios tributários devem atrair capital institucional

E é nesse novo ciclo que os Fiagros de crédito devem ampliar seu protagonismo. Com benefícios tributários relevantes e governança mais próxima do investidor final, os Fundos de Investimento da Cadeia Produtiva Agroindustrial passam a disputar espaço com instrumentos tradicionais, como as Letras de Crédito Agrícola (LCAs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). 

A crescente percepção de que o agro é “um ativo de segurança” atrai capital institucional para estruturas com liquidez em bolsa e capacidade de originação própria. “Há uma migração clara de capital defensivo para ativos reais. O investidor começa a entender que o agro brasileiro, especialmente no modelo estruturado, entrega não só retorno, mas proteção patrimonial contra os choques globais”, afirma Vitor Duarte, CIO da Suno Asset.

A empresa é gestora de dois dos Fiagros negociados na B3, o SNAG11, focado em crédito, e o SNFZ11, que investe na valorização patrimonial de imóveis.

SNFZ11: terra como ativo estratégico 

O SNFZ11 é focado na aquisição de terras agrícolas com potencial de valorização a partir de uma série de fatores, como o desenvolvimento da infraestrutura interna, projeção de melhorias estruturais na região do imóvel e inflação estrutural. Com isso, a terra produtiva se consolida não só como reserva de valor, mas como investimento seguro para geração de valor.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2025/06/Artigos-e-Noticias-Banner-Materias-02-Desktop_-1420x240-1.png

Com uma carteira formada por uma fazenda na cidade de Gaúcha do Norte (MT) e por ativos de crédito que resultam no próprio desenvolvimento do imóvel, o SNFZ11 ampliou sua base de cotistas e começou a ser utilizado como moeda de permuta para produtores interessados em ganhar liquidez e diversificar patrimônio. Esse mecanismo — de troca de terras por cotas listadas — sinaliza a sofisticação crescente do agronegócio dentro do mercado de capitais e o papel estratégico dos fundos listados como hubs de consolidação do setor.

“Estamos construindo uma plataforma onde o produtor troca terra por cotas, e o investidor final acessa o agro com governança e isenção. Isso é uma revolução silenciosa”, explica Duarte, da Suno Asset. 

SNAG11: desempenho superior em um ciclo adverso

O SNAG11 vem se destacando como uma referência de estabilidade e retorno. Desde seu IPO em 2022, o fundo acumula retorno total de cerca de 40% e mantendo distribuição estável por cota, mesmo diante de um cenário de vários problemas de crédito dentro do agronegócio.

Com um P/VP de 0,94x e liquidez média superior a R$ 1 milhão por dia, o SNAG11 entrega crédito de qualidade, com a montagem de uma carteira high grade até hoje sem nenhum registro de inadimplência. E está acessível não só para os investidores institucionais, mas também no varejo, com cotas negociadas na faixa de R$ 10.

No centro da reconfiguração da economia global, o agronegócio brasileiro se mostra não apenas um fornecedor de commodities, mas um ativo financeiro de longo prazo. Em tempos de fragmentação geopolítica e insegurança energética, crédito estruturado e terras produtivas viram ativos estratégicos, e Fiagros como o SNAG11 e o SNFZ11 demonstram que é possível combinar retorno com liquidez e transparência na gestão com uma tese vencedora no longo prazo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/03/1420x240-Banner-Artigos-1-_-Banner-Materias-1_SNAG.png

Fernando Cesarotti

Compartilhe sua opinião