Fed: inflação está desacelerando, mas continua muito acima da meta

Os dados recentes da economia norte-americana sugerem que a inflação está desacelerando nos Estados Unidos, mas que continua bem acima da meta e é preciso concentrar esforços para contê-la, afirmou a maioria dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), segundo ata divulgada nesta quarta-feira, 11.

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De acordo com a ata do Fed, a maioria dos dirigentes pondera que ainda é preciso ver mais indicativos para confirmar que as pressões estão desacelerando na inflação, porque ainda há riscos de nova alta.

Os salários nominais no país ainda subiam a níveis superiores aos adequados para reduzir a inflação à meta de 2%, dizem, e as expectativas seguem ancoradas no longo prazo.

A ata afirma que os mais recentes relatórios de geração de empregos, os chamados payrolls, indicam um mercado de trabalho ainda forte e apertado, mas em desaceleração nos últimos meses, com oferta e demanda se equilibrando.

Dados dos EUA mostraram, no geral, maior resiliência econômica que a esperada, diz Fed

Os dirigentes do Fed observaram que dados dos Estados Unidos mostraram, no geral uma maior resiliência econômica que o esperado, e que o Produto Interno Bruto (PIB) está se expandindo em ritmo sólido e de forma mais resistente do que o previsto.

Segundo documento, é necessário um período “prolongado” do PIB abaixo da tendência para conseguir levar a inflação à meta.

Ainda, diversos dirigentes apontaram para uma desaceleração da economia nas condições para as empresas, mas destacaram que o ritmo futuro da economia americana ainda é altamente incerto.

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Aperto no crédito com estresses em bancos foi menos severo do que o antes previsto

Vários dirigentes do Fed consideraram que, nos próximos trimestres, a atividade empresarial nos Estados Unidos seria restringida por condições financeiras mais restritivas, como taxas de juro mais elevadas e acesso mais restrito ao crédito bancário. No entanto, as autoridades avaliaram que o aperto das condições de crédito resultante das tensões bancárias no início do ano será provavelmente menos severo do que esperavam anteriormente.

Segundo a avaliação do Fed sobre os mercados, o sentimento dos investidores em relação ao setor bancário pareceu ter-se estabilizado em grande medida, com menor diferenciação dos movimentos dos preços das ações entre tipos de bancos.

Há a avaliação ainda de que as condições financeiras dos EUA tornaram-se mais restritivas, com taxas de longo prazo mais elevadas, preços de ações mais baixos e um dólar mais forte.

As condições de crédito mais restritivas, a diminuição do apoio fiscal às famílias e a retomada dos pagamentos de empréstimos estudantis foram considerados por vários participantes do encontro como tendo o potencial de pesar no crescimento do consumo, diz o documento do Fed.

CME: chance de Fed manter juros no mês que vem supera 90% em meio a sinalizações de dirigentes

A chance de o Federal Reserve manter juros na reunião do mês que vem superou 90% no período da tarde desta quarta-feira, 11, conforme precifica a curva futura apontada pelo monitoramento do CME Group. O movimento consolida aposta por uma postura menos agressiva da autoridade monetária, após sinalizações de dirigentes.

Pouco antes das 13 horas (de Brasília), a ferramenta mostrava 91,4% de probabilidade de a taxa básica permanecer entre 5,25% e 5,50% em novembro, comparado com 86,8% ontem. Na contramão, o risco de haver uma elevação de 25 pontos-base recuou de 13,2% para 8,6% na mesma base comparativa.

Nos últimos dias, vários integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto sugeriram que a escalada dos rendimentos dos Treasuries no último mês reduz a urgência de mais aperto monetário à frente.

A ata do Fed forneceu ainda mais indicativos sobre essas perspectivas.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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