Exclusivo: Rappi volta a demitir no Brasil e tenta acelerar breakeven

A plataforma de serviços de entrega Rappi realizou mais um corte no efetivo de funcionários na quarta-feira (19), de acordo com fontes ouvidas pelo SUNO Notícias. A nova onda de demissões deve chegar a cerca de 3% do efetivo da empresa no Brasil, entre 30 empregados já demitidos, e novos cortes que ainda são esperados, e busca acelerar o breakeven da companhia após investidores pressionarem por uma alocação de recursos mais pragmática.

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“O Rappi fez uma grande movimentação na diminuição do quadro em várias cidades onde atua. Ela tinha feito uma em fevereiro deste ano e fizeram outra agora”, disse uma fonte com conhecimento sobre a empresa.

Procurado, o Rappi informou que “realiza regularmente ajustes em suas equipes” e que “trata-se de um processo dinâmico e natural para uma startup que está constantemente reavaliando suas prioridades”. (Veja posicionamento completo ao fim da reportagem).

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Em fevereiro de 2021, o jornal “Folha de S. Paulo” noticiou que a companhia de serviços de entrega havia demitido outros 3,5% dos funcionários do País, em um decisão estratégica para focar no local onde a empresa atuava.

Outra onda de demissão já havia ocorrido em janeiro de 2020, quando a Rappi optou pelo desligamento de cerca de 6% do total de funcionários -que atualmente chega a 900.

Agora, o SUNO Notícias apurou que a necessidade de apresentar o breakeven da companhia, após aporte de US$ 300 milhões em nova rodada de investimento, em setembro de 2020 em uma nova rodada de investimento que contou T. Rowe Price Associates e outros fundos internacionais., fez com que a empresa focasse em mostrar resultados antecipadamente, deixando de lado a queima de caixa exacerbada.

“Estão descontinuando algumas células comerciais de captação de clientes em várias cidades, com justificativa de entrar em breakeven para justificar investimentos para investidores”, disse a fonte.

O foco da companhia também vem sendo contestado por investidores, em um momento em que o Rappi se vê mais confrontado em relação ao market share pelos concorrentes no País.

Apesar de a pandemia ter acelerado a migração ao digital, a Uber passou o Rappi dentro do mercado de entregas de restaurantes e, mesmo no foco de supermercados onde o Rappi era mais forte, o Ifood também já cresce mais que a companhia.

Fundado em 2015, o Rappi possui um valor de mercado de cerca de US$ 3,5 bilhões, com investidores como o conglomerado japonês SoftBank, Andreesen Horowitz, DST Global, Delivery Hero, Y Combinator e Sequoia Capital.

Procurada pelo SUNO Notícias, o Rappi informou que os cortes fazem parte do processo dinâmico e natural da empresa. Veja a nota na íntegra:

O Rappi esclarece que, por ser uma empresa em hipercrescimento, realiza regularmente ajustes em suas equipes. Trata-se de um processo dinâmico e natural para uma startup que está constantemente reavaliando suas prioridades e expandindo sempre, ainda mais por atuar em diversos segmentos com uma estratégia multivertical. É também uma decisão estratégica que reforça os planos de crescimento do Rappi no Brasil.

Uma das novidades nascidas desse dinamismo é o RappiCareers, programa criado recentemente para fomentar movimentações de vagas internas e impulsionar o crescimento dos funcionários, bem como o gerenciamento de suas carreiras dentro da empresa. Com o RappiCareers, os próprios funcionários podem programar “alertas” para ser avisados sobre novas vagas e oportunidades e, dessa forma, conseguem ser atores proativos da sua carreira. Periodicamente, alguns colaboradores que não se encaixam nas novas propostas deixam a companhia, alguns deles por causa de desempenho.

Ao mesmo tempo, o Rappi acaba de abrir cerca de 90 vagas para serem preenchidas imediatamente.

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Vinicius Pereira

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