Com ‘descoberta’ do vinho pelos brasileiros, startup Evino foca em novos sabores

Quem não gosta de um bom vinho? Com o brasileiro mais tempo em casa, ele descobriu que não precisa de um momento especial para tomar um vinho. Esse fato é comprovado pela Organização Internacional de Vinha e do Vinho (OIV) que observou que o consumo da bebida no Brasil cresceu 18,4% em 2020. Apesar do período desafiador macroeconômico, a Evino teve um crescimento de 62% no seu faturamento no último ano, comparado com 2019, com essa nova descoberta.

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A companhia tem surfado nessa onda da bebida mais presente nas casas dos brasileiros e tem feito novas apostas no setor. “Recentemente, houve uma redescoberta do vinho pelo brasileiro, que também foi capitalizado pela pandemia. Ela fez com que o vinho estivesse mais presente no ambiente doméstico e passasse a ser consumido em ocasiões que não necessariamente eram consideradas pelo consumidor”, disse o co-CEO da Evino, Ari Gorenstein.

Com isso, a Evino tem apostado em inovações para o consumidor. Só no período da Black Friday, que aconteceu em todo o mês de novembro, a companhia lançou mais de 20 rótulos, entre eles, o Vibra! um vinho frisante em lata inspirado na sangria (drink espanhol) que apresenta os sabores de kiwi, laranja e maçã.

“Nossos clientes já começam a encontrar no nosso site produtos gourmet e a intenção é irmos reforçando este portfólio e enriquecendo a experiência de compra.”

Mercado de vinho tem potencial de crescimento no Brasil

A empresa aposta em um setor que tem grande potencial de crescimento. O segmento é ainda bastante fracionado no que diz respeito ao número de rótulos no mercado e ao número de importadores e distribuidores. Isso faz com que seja um mercado altamente competitivo.

Segundo a OIV, o país passou de aproximadamente 360 milhões de litros para 430 milhões de litros entre o ano de 2019 e de 2020.

O número ainda é bastante baixo comparado a países tradicionais no mercado de vinhos. Os líderes no consumo per capita continuam sendo:

  • Portugal (51,9 litros per capita ao ano)
  • Itália (46,6 litros)
  • França (46 litros)

Isso significa que um português bebe 69 garrafas de vinho, enquanto um brasileiro consome apenas três.

Mas apesar do Brasil representar no mundo apenas 2% desse mercado, a pandemia deixou seu legado de maior consumo desta bebida. A necessidade do isolamento social, fechamento e restrições ao funcionamento de bares e restaurantes impulsionaram o setor.

E não foi só diante dos consumidores que o mercado de vinhos chamou a atenção. O segmento se aproximou da bolsa de valores com o interesse do clube de assinatura de vinho, a Wine, em abrir capital. Além disso, a gigante Ambev (ABEV3) anunciou no meio do ano sua entrada neste setor de atuação.

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Diante deste cenário, a Evino viu seu negócio crescer significativamente. Em 2020 foram importadas mais de 10 milhões de garrafas de vinhos, se comparado a 2019, o volume foi 66% maior. O mesmo aconteceu com os lançamentos, a empresa incluiu mais de mil vinhos novos ao portfólio e tiveram 46% de aumento em relação a 2019.

“A Evino foi criada em 2013 com o objetivo de compartilhar a nossa paixão pelo vinho de forma descomplicada e inseri-lo no dia a dia dos brasileiros. Afinal, existe uma certa barreira quando falamos deste universo: a ideia de que uma bebida refinada é inacessível, quando na verdade se trata muito mais da experiência que ela pode promover em diferentes momentos da vida, seja numa ocasião especial ou até mesmo acompanhando um almoço ou maratona de séries”, disse Gorenstein.

Evino. Foto: Divulgação
Evino. Foto: Divulgação

Evino aposta na Grand Cru, cuja receita bruta é estimada em R$ 700 milhões

Para impulsionar ainda mais seus negócios, a Evino comprou a Grand Cru, conhecida por seu negócio de importação e venda da bebida. O valor da transação não foi divulgado ao mercado, mas a receita bruta estimada é de R$ 700 milhões. A operação ainda precisa do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Atualmente, o foco principal da Evino está na integração das duas companhias. O objetivo é manter as duas marcas e aproveitar as complementaridades dos seus modelos de negócios, portfólios e canais de expertise e segmentação dos clientes, “para gerar novas oportunidades de negócios e reforçar ainda mais a presença off-line”.

Apesar de estarem focados nessa transação, a Evino não esconde que sempre está em conversa com novos parceiros. “Evidentemente estamos sempre conversando com players da indústria e nunca podemos descartar novos movimentos, mas não é uma necessidade nem uma agenda ativa agora”.

Para acelerar ainda mais seu crescimento nesse mercado, a companhia conta com o auxílio da Amazon Web Services (AWS). A Evino está inserida na plataforma desde novembro de 2016 , onde hospeda a sua infraestrutura de e-commerce.

Gorenstein conta que em outubro a empresa fez um experimento para entender o impacto da personalização na geração de receita. O teste foi feito com 10% do público da Evino, apenas na plataforma do site e o resultado foi acima do esperado.

“No período, clientes que clicaram na recomendação geraram pedidos a partir do Store Front, mantendo os demais KPIs (Key Performance Indicator, indicador de performance) de negócio em níveis saudáveis e gerando receita incremental acima do que esperávamos para o teste”, concluiu o co-CEO da Evino.

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Poliana Santos

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