Evergrande: negociação de ações são suspensas com possibilidade de venda de ativos

As ações do China Evergrande Group e de sua subsidiária de serviços imobiliários Evergrande Property Services foram suspensas na bolsa de Hong Kong nesta segunda-feira (04). Em declarações ao mercado, de formas separadas, ambas as empresas informaram a interrupção sem indicar os motivos, sugerindo apenas uma “grande transação”.

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A especulação no mercado é de que a incorporadora imobiliária Hopson Development deve adquirir cerca de 51% da unidade de gestão imobiliária do grupo Evergrande, por cerca de US$ 5,14 bilhões, segundo a CNBC.

A Hopson também suspendeu a negociação de suas ações, citando um anúncio iminente de uma “grande transação” para adquirir as ações de uma empresa listada em Hong Kong, sem especificar.

Entretanto, outra unidade listada em bolsa do Evergrande, a China Evergrande New Energy Vehicle Group, segue com as negociações ativas. Inclusive, teve valorização das ações em 0,3% nesta segunda, em Hong Kong.

O grupo Evergrande tem estado em uma onda de vendas recentemente, lutando para levantar fundos para ajudar a resolver seus graves problemas de dívida e evitar um calote.

Na semana passada, o Evergrande informou que planejava levantar quase 10 bilhões de yuans (US$ 1,55 bilhão) com a venda de parte de sua participação no Shengjing Bank para uma empresa estatal de gestão de ativos.

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O incorporador chinês já vendeu unidades imobiliárias a fornecedores e empreiteiros para compensar alguns de seus pagamentos pendentes.

Evergrande tem uma dívida bilionária para resolver

O Evergrande, que atualmente é o incorporador imobiliário mais endividado do mundo, tem sede na cidade chinesa de Shenzhen e é listado na bolsa de Hong Kong. Desde o início deste ano, o preço da ação do grupo já caiu 80%. Com isso, os títulos da empresa estão com preços muito abaixo de seus valores de face, o que indica que os investidores não estão confiantes na capacidade do grupo de pagar suas dívidas.

A empresa  é o maior emissor de dívida com classificação de risco da China, com cerca de US$ 19 bilhões em títulos em dólar negociados publicamente. Suas dívidas totais são estimadas em mais de US$ 300 bilhões.

Recentemente, o grupo chinês deixou de honrar o pagamento de alguns juros de dívidas e tem corrido atrás de compradores que vender ativos que não fazem parte do núcleo central da atividade de incorporação.

Recentemente, a agência de classificação de risco Fitch reduziu para ‘C’ (calote próximo) a nota de crédito em moeda internacional do Evergrande e de duas de suas subsidiárias – Hengda Real Estate e Tianji Holding. A nota anterior dada pela agência de risco era ‘CC’.

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De acordo com a Fitch, não há informações de que a empresa incorporadora tenha realizado o pagamento de dívidas nas últimas semanas, o que deu partida a um período de 30 dias até que o calote seja declarado oficialmente.

A Fitch fez uma análise das possibilidades de recuperação de valores pelos credores do Evergrande, em caso de falência da companhia. A empresa provavelmente seria liquidada, de acordo com os analistas, porque é uma companhia de negociação de ativos.

Este cenário assume que tanto o Evergrande quanto a subsidiária Hengda faliriam caso o calote fosse confirmado.

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Monique Lima

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