Fitch rebaixa nota da Evergrande e vê calote próximo

A Fitch reduziu para ‘C’ (calote próximo) a nota de crédito em moeda internacional da Evergrande e de duas de suas subsidiárias – Hengda Real Estate e Tianji Holding. A nota anterior dada pela agência de risco era ‘CC’.

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Segundo a Fitch, o corte reflete a probabilidade de que a Evergrande tenha deixado de pagar juros referentes a uma emissão de títulos de dívida denominada em dólares na semana passada.

De acordo com a Fitch, não há informações de que a incorporadora tenha realizado o pagamento, o que deu partida a um período de 30 dias até que o calote seja declarado oficialmente.

A Fitch fez uma análise das possibilidades de recuperação de valores pelos credores da Evergrande em caso de falência da companhia. A empresa provavelmente seria liquidada, de acordo com os analistas, porque é uma companhia de negociação de ativos. Este cenário assume que tanto a Evergrande quanto a Hengda faliriam caso o calote fosse confirmado.

Dados os graus de dificuldade na venda dos principais ativos do grupo, a Fitch atribuiu uma nota de recuperação de ‘RR6’ para os títulos da Evergrande. Segundo definição da própria agência, emissores neste grau de avaliação têm características consistentes com uma recuperação de valores muito baixa, entre 0% e 10% do valor original dos títulos e dos juros a eles associados, em caso de calote.

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A análise da Fitch não leva em consideração a venda de uma fatia das ações que a Evergrande detém no Shengjing Bank, anunciada na terça-feira passada, e com a qual a incorporadora pretende levantar US$ 1,55 bilhão em recursos.

China injetou US$ 15,5 bilhões no sistema financeiro e visa estatização

O Banco do Povo da China (PBoC) injetou 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 15,5 bilhões no câmbio atual) no sistema financeiro chinês através de operações de recompra reversa de 14 dias nesta segunda (27) tentativa de manter a liquidez do sistema bancário em meio a preocupações com as dificuldades financeiras da Evergrande.

Neste mês, o PBoC intensificou as injeções de capital diante de crescentes sinais de insolvência da Evergrande.

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Na quinta-feira (23), uma subsidiária da empresa falhou em honrar o pagamento de juros sobre bônus externos. Desde a semana passada, circulam relatos de que o governo chinês irá reestruturar a Evergrande e estatizá-la.

As preocupações de que a Evergrande não pague seus bônus neste mês geraram vendas de papéis de outras companhias no setor imobiliário, pesando sobre fundos gerenciados por Ashmore Group, BlackRock e Pacific Investment Management, entre outros.

Enquanto os bônus da Evergrande eram negociados a cerca de US$ 0,25 em boa parte de setembro, se disseminaram as vendas de bônus de outras grandes incorporadoras da China.

Entenda o caso Evergrande

Tudo começou quando a Evergrande, a segunda maior incorporadora imobiliária da China, veio a público no dia 14 afirmar que há uma possibilidade de calote, já que a companhia pode não conseguir honrar suas dívidas. Atualmente, a companhia possui um compromisso que passa dos US$ 300 bilhões.

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Com um montante tão grande a ser pago, analistas começaram a alertar para a possibilidade de um colapso no sistema financeiro chinês, o que eventualmente também geraria problemas nos mercados e nas economias internacionais. A Evergrande também tomou empréstimos em outros países.

Na ocasião, a companhia alega estar sob “tremenda pressão” e estende o risco de calote para os próximos meses, o que derrubou as ações da Evergrande, fundada em Guangzhou, na China, mas listada na bolsa de Hong Kong.

Apesar de uma recuperação recente, a Evergrande já acumula queda de 81% nos seus papéis desde o início do ano.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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