Evergrande quer que suas ações voltem a ser negociadas na bolsa de Hong Kong

A Evergrande informou na manhã desta quarta-feira, 20, por meio de comunicado à Bolsa de Hong Kong, que pediu que sua ação volte a ser negociada no pregão do país a partir do início da sessão da quinta-feira, 21 de outubro – que começa na noite desta quarta, pelo horário de Brasília.

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A Evergrande ainda informou que uma possível aquisição de sua unidade de gestão de propriedades, a Evergrande Property Services, não ocorreu.

O anúncio havia sido feito no mesmo dia em que a empresa pediu pela suspensão das negociações de suas ações na Bolsa.

As ações da Evergrande e de sua subsidiária de serviços imobiliários Evergrande Property Services foram suspensas na bolsa de Hong Kong no início deste mês.

Em declarações ao mercado, de formas separadas, ambas as empresas informaram a interrupção sem indicar os motivos, sugerindo apenas uma “grande transação”.

A especulação no mercado é de que a incorporadora imobiliária Hopson Development deve adquirir cerca de 51% da unidade de gestão imobiliária do grupo Evergrande, por cerca de US$ 5,14 bilhões, segundo a CNBC.

A Hopson também suspendeu a negociação de suas ações, citando um anúncio iminente de uma “grande transação” para adquirir as ações de uma empresa listada em Hong Kong, sem especificar.

Entretanto, outra unidade listada em bolsa do Evergrande, a China Evergrande New Energy Vehicle Group, segue com as negociações ativas. Inclusive, teve valorização das ações em 0,3% nesta segunda, em Hong Kong.

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O grupo Evergrande tem estado em uma onda de vendas recentemente, lutando para levantar fundos para ajudar a resolver seus graves problemas de dívida e evitar um calote.

No início de setembro, a Evergrande informou que planejava levantar quase 10 bilhões de yuans (US$ 1,55 bilhão) com a venda de parte de sua participação no Shengjing Bank para uma empresa estatal de gestão de ativos.

Depois da Evergrande, três incorporadoras na China ameaçam dar calote

Outras três companhias do ramo imobiliário ameaçam não pagar títulos e bônus, somando dívidas bilionárias. É o caso da incorporadora Modern Land, que pediu a seus credores permissão para atrasar o pagamento de um bond de US$ 250 milhões que vence no final deste mês, no mais recente sinal da crise financeira que atinge o setor imobiliário da China, e que envolveu a Evergrande e muitas de suas rivais.

A Modern Land disse ainda que o presidente do conselho de administração e controlador da empresa, Zhang Lei, e o presidente, Zhang Peng, concederão juntos à companhia empréstimos de 800 milhões de yuans, o equivalente a US$ 124 milhões, o que deve ajudar a sanear as finanças do grupo.

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As ações da Modern Land já caíram mais de 40% neste ano. Os bonds da empresa denominados em dólar e com vencimento em março de 2024 atingiram cotação de 25 centavos de dólar na última sexta-feira, de acordo com a Tradeweb, abaixo dos 72 centavos a que eram negociados no final de setembro.

Outra companhia aumenta a crise que começou com a Evergrande. Dois diretores da Fantasia Holdings, incorporadora chinesa, anunciaram a saída da empresa. Os executivos pediram demissão dias após a incorporadora chinesa assustar investidores ao não pagar US$ 206 milhões em bônus em dólar que venciam.

As saídas de Ho Man e Priscilla Wong têm efeito imediato, informou a empresa no fim da segunda retrasada segunda (11) em Hong Kong. Comunicado da empresa notou que Ho, até então diretor do comitê de auditoria da empresa, “demonstrou preocupação por não ter sido completamente informado sobre certas questões cruciais da economia em um tempo adequado”.

O default da Fantasia, ocorrido em 4 de outubro, ocorre em meio a vendas fracas no setor na China, preocupações com o tamanho dos estoques dessas empresas e temores que vão para além da endividada Evergrande. A Fantasia tem dito que trabalha com governos locais e outros para resolver seus problemas e contratou uma empresa especialista em reestruturações. A ação da empresa teve negociação suspensa desde 29 de setembro.

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Na terça da semana passada (12), o Sinic Holdings Group, construtora com ações na Bolsa de Xangai, comunicou que pode não quitar um título no total de US$ 250 milhões, que vence na próxima segunda (18), e ameaça deixar de pagar outros dois títulos.

Vale lembrar que no fim de setembro o Banco do Povo da China (PBoC) injetou 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 15,5 bilhões no câmbio atual) no sistema financeiro chinês por meio de operações de recompra reversa de 14 dias natentativa de manter a liquidez do sistema bancário em meio a preocupações com as dificuldades financeiras da Evergrande.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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