EUA não planeja acordo de livre comércio com Brasil, diz governo

O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, afirmou na última quarta-feira (17) que os EUA não possuem planos de assinar acordo de livre comércio com o Brasil.

“O que estamos fazendo agora com o Brasil é tentar resolver problemas específicos para que o país se abra e crie empregos para a América. No momento, não temos planos para um acordo de livre comércio”, disse o representante durante a audiência na Comissão de Orçamento e Assuntos Tributários da Câmara dos EUA.

O pronunciamento de Lighthizer sobre o Brasil foi uma resposta ao questionamento da deputada Stephanie Murphy, democrata da Flórida. A parlamentar foi a única integrante da oposição da Câmara que não assinou a carta em que os deputados se posicionaram contra a negociação comercial com o país.

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O documento foi assinado por 24 dos 25 deputados de oposição ao presidente Donald Trump que compõe a comissão. Murphy não chancelou a carta por causa das exportações de seu estado, no entanto, disse que compartilhava das preocupações dos parlamentares.

“Eu compartilho das sérias preocupações que meus colegas levantaram sobre a direção e a natureza das políticas do governo brasileiro”, disse a parlamentar.

Na documento, os 24 deputados, incluindo o presidente do colegiado, Richard Neal, afirmaram que o mandatário Jair Bolsonaro é “um líder que desconsidera o estado de direito e tem desmantelado árduo progresso nos direitos civis, humanos, ambientais e trabalhistas” no Brasil.

Em resposta, o embaixador do país em Washington, Nestor Foster, disse que os deputados tinham uma visão “deturpada e desinformada” sobre Bolsonaro.

“Escrevo em relação à carta que você [Neal] e outros 23 democratas enviaram a Lightizer, na qual expressa ‘fortes objeções à busca de um acordo comercial ou parceria econômica ampliada com o Brasil do presidente Bolsonaro’ a quem descrevem como ‘líder que desconsidera o estado de direito’. Está é uma afirmação errônea, que parece se basear em deturpações e desinformação”, escreveu o embaixador.

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Em março deste ano, após se reunir com Trump, Bolsonaro disse que havia sido dado “o primeiro passo para um acordo de livre comércio”.  Porém, os técnicos de ambos os países têm evitado usar o temo “livre comércio” e enfatizado um pacote de “facilitação comercial” ou de “comércio bilateral”.

Foster disse ao jornal “Estado de São Paulo” que é “natural que o termo acordo de livre comércio não tenha sido utilizado pelo embaixador Lighthizer, nas sessões do Congresso, pois isso implicaria em consequências práticas. Não significa que isso esteja fora do horizontes dos EUA e do Brasil”.

Poliana Santos

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