Economia dos EUA gera 216 mil novos empregos em dezembro; payroll vem acima do esperado

A economia dos Estados Unidos (EUA) criou 216 mil empregos em dezembro, em termos líquidos, segundo relatório publicado nesta sexta-feira (5), o payroll, pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou bem acima da mediana das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 175 mil postos de trabalho.

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O relatório mostra que a taxa de desemprego dos EUA ficou em 3,7% em dezembro, inalterada em relação a novembro. A previsão era de que a taxa subiria a 3,8% no mês passado. 

Além disso, em dezembro, o salário médio por hora teve alta de 0,44% em relação a novembro, ou US$ 0,15, a US$ 34,27, variação que ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,10% no último mês, superior à previsão de 3,90%.

Com isso, o mercado reduziu as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) começará seu processo de cortes de juros já em março. 

Segundo a ferramenta de monitoramento de contratos derivativos FedWatch, do CME Group, as chances de corte de juros em 20 de março pelo Fed eram de 57,1% perto das 10h50 (de Brasília), contra 66,3% ontem e 88,5% há uma semana.  

EUA: geração de empregos pode não ser tão boa, apontam analistas

Em relatório, a Capital Economics acredita que a criação de 216 mil vagas nos EUA em dezembro “não é tão boa quanto parece à primeira vista”, já que houve revisão somada nos dois meses anteriores de 71 mil vagas a menos.

O Departamento do Trabalho revisou para baixo os números de criação de empregos de novembro, de 199 mil para 173 mil, e também de outubro, de 150 mil para 105 mil.

Além disso, a geração de postos em dezembro foi novamente concentrada em apenas alguns setores não cíclicos da economia, com postos no governo em alta de 52 mil e em saúde e assistência social, de 59 mil. 

Os analistas ainda dizem que o recuo em empregos temporários, um potencial indicador antecedente para tendências mais amplas, foi de 33 mil, o que “é também uma preocupação”.  

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Para Biden, payroll confirmou que 2023 foi ‘grande ano’ para trabalhadores 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comentou sobre o relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll. Para o democrata, o resultado confirmou 2023 como um “grande ano” para os trabalhadores norte-americanos.

Biden ressaltou que a geração de postos de trabalho continuou mesmo enquanto a inflação caiu ao nível pré-pandemia de 2% no período dos últimos seis meses. Ainda assim, ele reconheceu que os preços seguem “muito altos” para a sociedade.

“Farei todo o que estiver ao meu poder para reduzir os custos cotidianos para os americanos que trabalham duro”, garantiu ele.

Qual o impacto dos novos dados para bolsa?

Um cenário de juros mais baixos tende a ser mais favorável para ativos de  maior risco, como os de renda variável. É possível que o payroll americano impacte diretamente na perspectiva dos juros na maior economia do mundo, influenciando no comportamento das bolsas globais e dos juros em outras economias. 

As bolsas de Nova York abriram a sessão de forma mista e com pouca amplitude, com os investidores ainda digerindo os dados do payroll. Minutos depois, os índices passaram a operar com leves altas.

Confira o desempenho do mercado em NY por volta de 11h35:

  • Dow Jones: 0,08% a 37.470 pontos
  • S&P500: +0,20% a 4.698 pontos
  • Nasdaq: +0,19% a 14.538 pontos

Por aqui, com os analistas também atentos com os dados do payroll, o Ibovespa, que abriu a sessão desta sexta-feira (05) em queda, passou ao terreno positivo. Por volta das 16h, o índice avançava 0,55%, aos 131.953 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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Vinícius Alves

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