ESG não é coisa de ambientalista ou da moda, dizem gestores

De tempos em tempos, aparecem no mercado modismos que, logo, desaparecem na mesma velocidade. Apesar de carregar um pouco de ceticismo por parte de gestores mais conservadores, o ESG (padrões ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês) não deve seguir esse caminho.

De acordo com a avaliação de gestores que participaram nesta quarta-feira (26) do evento TAG Summit 2020, esses padrões de governabilidade social e ambiental não devem acabar e irão, sim, fazer parte das empresas. “ESG não é coisa de ambientalista ou moda, mas sim de gestão responsável”, disse Alessandra Cardoso, estrategista de investimentos institucional, sobre o ESG.

Segundo os investidores, antes da tomada de decisão, as gestoras já olham para as empresas pelo prisma dos padrões sociais e ambientais. ” O Itaú Asset olha para os padrões de ESG e deve continuar, cada vez mais, com esse compromisso”, disse Alexandre Gazzotti, do Itaú Asset Management.

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Para Sônia Favaretto, SDG Pioneer, do Pacto Global das Nações Unidas, os fundos que levam em conta o ESG já performam melhor do que os que não adotam essa política como métrica.

“Os índices de sustentabilidade, em geral, já performam melhor. E, agora, já venho usando o EESG, com o E do econômico junto, porque, na linguagem, a gente começa a aproximar os mundos e entender que as questões ESG são impactadas pelas questões financeiras”, disse Sônia Favaretto, SDG Pioneer, do Pacto Global das Nações Unidas.

A opinião é compartilhada por Michaela Zhirova, do Nordea Asset Management. “Nessa ultima crise, vimos que nosso fundo ESG teve um desempenho mais forte do que os outros”, disse ela.

ESG: quem ficar de fora terá mais custos e menor valor

De acordo com os gestores presentes no evento, os custos de captação de dinheiro para empresas que não cumpram os padrões ESG já começaram a subir -e devem piorar.

“Tem um relatório do Morgan Stanley que mostra que companhias de óleo e petróleo viram os custos de captação subir até 200 based points, enquanto os custos de empresas limpas caíram. Ou seja, setores que têm o ESG melhor conseguem captar dinheiro mais barato no mercado”, disse Will Landers, do BTG Pactual Asset Management.

Para Alessandra Cardoso, estrategista de investimentos institucional, a mensagem às companhias é clara. “Empresas que não melhorarem os ESG devem começar a ter impactos nos custos de financiamento”, disse.

Além disso, há também um risco de imagem que pode desvalorizar as empresas perante investidores. “Há um risco de imagem, que pode mudar o valor dela e como a companhia consegue se capitalizar”, disse Cardoso sobre o ESG.

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Vinicius Pereira

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