ESG em empresas da B3 avança, mas faltam metas claras

Os investimentos baseados em fatores ambientais, sociais e de governança (ou ESG, na sigla em inglês) têm mostrado sinais de aceleração nos últimos meses. Uma pesquisa de junho deste ano, realizada pela Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), identificou que 87% das empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira aumentaram, nos últimos 12 meses, o seu envolvimento em questões ESG, assim como seu conhecimento sobre o tema na área de relações com investidores (RI).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-3.png

Segundo a pesquisa, 60% das empresas entrevistadas também esperam aumentar o orçamento destinado ao tema ESG em 2022. No entanto, um dos grandes desafios da empresa da bolsa é que ainda faltam metas claras nesta área.

Para saber tudo sobre ESG, nos acompanhe nesta “Semana do ESG: Investindo no Futuro“, realizada com apoio da CBA e da Rio Bravo. Entre 8 e 12 de agosto, o Suno Notícias vai trazer uma série de conteúdos especiais sobre investimentos ESG para você ficar por dentro do tema e entender como isso impacta o seu bolso. Você acompanha todo o conteúdo neste link.

Você também não pode perder o evento presencial do SUNO Notícias sobre ESG, com vagas limitadas, que ocorrerá no dia 17 de agosto, em São Paulo.

Veja os destaques de ESG da B3

No início deste ano, a B3 (B3SA3) divulgou pela primeira vez um ranking das companhias de capital aberto com maiores notas ESG, para, segundo a empresa que administra a Bolsa, proporcionar um melhor entendimento sobre o desempenho dos indicadores das companhias que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

As 5 primeiras empresas do ranking são:

Para Eduardo Ferlauto, gerente geral de Sustentabilidade das Lojas Renner, um dos fatores que levaram a varejista de moda ao topo do ranking publicado pela B3 foi tratar a aderência ao ESG como uma estratégia de inovação. Segundo ele, nos últimos anos a empresa notou que estar alinhada com as mudanças de consumo tem  impacto direto na confiabilidade da companhia — e também na produtividade.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

“Nós levamos para frente uma cadeia de compromissos públicos que tornaram mais eficiente a nossa cadeia de fornecimento. Ao propor aos nossos fornecedores uma gestão mais cuidadosa de matérias primas, garantimos a utilização de 80% de produtos com menor impacto, assim como o melhor aproveitamento de produtos, favorecendo paralelamente a economia circular”, diz Ferlauto em entrevista ao Suno Notícias.

O executivo acredita que o trabalho de sustentabilidade envolve resiliência. “Em algum momento as pessoas pareciam distantes desse assunto no mercado, o que atrapalhava na jornada de sustentabilidade corporativa [de empresas como a Renner], mas a prática sustentável nos deu muita maturidade”, conta ele.

Natália Tadokoro, gerente de sustentabilidade da CPFL Energia, tem uma visão similar. Segundo ela, a jornada à sustentabilidade é longa e as empresas precisam se comprometer com a indispensável tarefa de pensar em ESG no ponto de vista de impacto, tanto nos clientes quanto no mercado em que as companhia estão inseridas.

“É importante aproveitar a oportunidade de impactar no cliente e na cadeia de fornecedores para evoluir na agenda ESG. E nós vemos que no setor energético, por exemplo, estar em sintonia com esses parâmetros não é apenas uma questão de imagem, mas é também um bom negócio, traz retorno”, observa Tadakoro. “ESG é um caminho sem volta.”

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/08/CBA_Banner_Suno_1080x250.png

Maiores desafios do ESG nas empresas listadas

A partir de 2023, as empresas de capital aberto terão que fazer uma adaptação para atender uma mudança feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na Instrução 480/09, no final de 2021.

A nova regra determina que as empresas brasileiras apresentem indicadores ESG, com um inventário de emissões de gases de efeito estufa e informações sobre a diversidade entre administradores e funcionários. A resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2023.

Apesar do progresso, ainda há percalços no caminho. Analistas do mercado acreditam que um dos maiores desafios que os fatores ESG enfrentam atualmente é a falta de uma estrutura concreta ou modelo de apresentação de resultados e métricas sustentáveis.

Um estudo realizado pela consultora PwC em 2021 – que analisou os pilares ESG nos relatórios não-financeiros divulgados por 78 das 81 empresas que faziam parte do Ibovespa na carteira de maio a agosto de 2021 – identificou que 31% dos relatórios que destacam temas ESG não adotam metas claras relacionadas a esses assuntos.

“O ESG é muito abrangente e, para fazer análises de cada setor da indústria, existem várias estruturas específicas que possibilitam o entendimento da performance dos fundos e companhias”, comenta Anabelle Urbano, chefe de ESG do Banco Pan (BPAN4).

“Quando tratamos o fator ambiental, por exemplo, nós podemos entender como essa carteira de empresas polui. É possível fazer um cálculo de emissões, mas nem todos os parâmetros são similares a outros fatores de análise.”

Para a especialista, o primeiro passo para que as instituições financeiras se evolvam no tema é entender o que é material para elas — ou seja, o que impacta no negócio dentro e fora da companhia.

“As empresas precisam olhar como estão e o que é mais relevante para clientes, colaboradores, fornecedores e acionistas em termos de sustentabilidade. Depois, é necessário criar estratégias e práticas concretas para causar um impacto real”, diz Urbano.

Quer aprender muito mais sobre investimentos ESG? Então garanta sua vaga no evento presencial do Suno Notícias que vai rolar em São Paulo, com os grandes nomes do ESG. Clique abaixo e garanta seu ingresso!

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-3.png

Jorge C. Carrasco

Compartilhe sua opinião