Dólar mantém alta sobre o real após BC vender US$ 1,2 bi em leilão

O dólar desacelerou a alta, mas segue acima dos R$ 5,51 nesta tarde segunda-feira (18). Isso depois do Banco Central (BC) inserir US$ 1,2 bilhão no mercado de câmbio com a venda líquida de contratos de swap cambial tradicional, divididos entre um leilão extraordinário e um já previsto em calendário.

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Os esforços do BC em fazer um leilão a mais vieram depois do dólar à vista alcançar R$ 5,542 pela manhã, com o mercado apresentando maior demanda por moeda estrangeira num dia de aversão ao risco.

Às 14:16, a moeda norte-americana subia 1,11%, valendo R$ 5,516 na venda, desacelerando os ganhos.

O gerente da mesa de derivativos da corretora Commcor, Cleber Machado Neto, afirma que a cautela externa está diminuindo e reflete na desaceleração da alta do dólar e das perdas nas Bolsas em Nova York. Porém, aqui, o dólar continua subindo bem mais em comparação com outras divisas emergentes ligadas a commodities.

“Parece ser mais sentimento de aversão ao risco com Brasil, porque há movimento de desmonte de posições cambiais vendidas no mercado futuro e saída pontual de investidores estrangeiros do País”, observa Neto.

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Para ele, os indutores desses ajustes cambiais são a inflação alta, demanda de bancos para overhedge e de investidores para remessas ao exterior. “Há uma série de indefinições na área fiscal e grande preocupação com o relatório final da CPI da Covid no Senado, a ser divulgado nesta quarta-feira, dia 20”, comenta o gerente.

O índice DXY, que mede o dólar frente outras seis moedas internacionais, apresentava variação negativa de 0,06% às 14:15, aos 93,89 mil pontos.

Cenário interno enfraquece o real

Com impasses na política fiscal brasileira e, agora, nova ameaça de greve de caminhoneiros, fica cada vez mais difícil esperar reversão de curto prazo na tendência ruim do real, explica Neto. Isso, mesmo diante da perspectiva de alta de mais 1 ponto na taxa Selic após reunião do Copom da semana que vem (dias 26 e 27 de outubro).

O mercado espera a resolução de pelo menos uma das questões em suspenso na política fiscal do País com a apreciação da PEC dos precatórios em comissão especial da Câmara amanhã e votação em plenário na quarta ou quinta-feira.

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Ja a reforma do Imposto de Renda, que junto com a PEC dos precatórios seriam as fontes de recurso para bancar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, segue sem data para apreciação no Senado.

Somando esses fatores, o risco Brasil se agrava e enfraquece o real frente ao dólar, mesmo quando a moeda norte-americana apresenta perdas frente a outras divisas emergentes.

Última cotação do dólar

Na última sessão, sexta-feira (18), o dólar encerrou em queda de 1,11%, negociado a R$ 5,45.

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Com informações de Estadão Conteúdo. 

Monique Lima

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