Menor patamar desde julho de 2021: dólar cai em dia de anúncio do Fed e fluxo estrangeiro intenso

Com a sessão marcada pela recuperação das commodities e o enfraquecimento global da moeda americana, o dólar emendou o terceiro dia consecutivo de queda nesta quarta-feira (16), com -1,02%, cotado a R$ 5,1279.

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Um dos principais motivos para o recuo do dólar foi a entrada intensa de fluxo estrangeiro nos ativos domésticos, tendo como alvo a bolsa de valores e a renda fixa. Além disso, houve fechamento de câmbio por parte de exportadores.

Em baixa desde a abertura dos negócios, o dólar à vista tocou mínimas na última hora do pregão em sintonia com o ambiente externo, em meio à divulgação da ata do Federal Reserve. O documento não trouxe novidades ao mercado, dado que já saíram indicadores de inflação relevantes da economia americana desde a reunião, que ocorreu nos últimos dias de janeiro.

O Banco Central (BC) também divulgou na tarde de hoje os dados do fluxo cambial, que aponta uma continuidade de conversão de dólares em reais para aporte para ativos locais, embora já em ritmo menor. Houve entrada líquida de US$ US$ 693 milhões pelo canal financeiro na semana passada (de 7 a 11 de fevereiro). Na semana anterior (de 31 de janeiro a 4 de fevereiro), esse fluxo havia sido positivo em US$ 4,569 bilhões.

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“Os dados do BC e da Bolsa mostram que o fluxo de investimento estrangeiro continua bastante intenso em fevereiro. Uma parte vai também para a renda fixa local, já que a expectativa de alta de juros continua no radar. Isso está trazendo o dólar para baixo”, afirma Bruno Mori, economista e planejador financeiro CFP pela Planejar, acrescentando que a alta das commodities também beneficia o real. “É difícil dizer até onde vai o dólar. Esse é um movimento de fluxo aparentemente de curto prazo, que pode mudar de uma hora para a outra. Temos muitas incertezas na economia brasileira, com inflação alta e eleições”.

Menor nível do dólar desde julho

A divisa, que havia fechado ontem abaixo de R$ 5,20 pela primeira vez desde 6 de setembro, rompeu o piso de R$ 5,15 ainda pela manhã e passou a maior parte da tarde orbitando R$ 5,14.

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Na reta final da sessão, escorregou até o patamar de R$ 5,12 e acabou encerrando em queda de 1,02%, a R$ 5,1279, mínima do dia e menor valor de fechamento desde 29 de julho de 2021.

Índice DXY

Lá fora, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes, também registrou mínima após a ata do Fed, passando a ser negociado abaixo da linha de 95,800 pontos.

A moeda americana apanhou frente a divisas emergentes e de exportadores de commodities. Até o rublo experimentou leve fortalecimento, a despeito de ainda haver certo receio em torno de uma eventual invasão russa à Ucrânia.

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A forte demanda por moeda à vista acabou provocando uma distorção, com a taxa no spot ficando abaixo do nível do dólar futuro de vencimento mais curto, para março. Segundo o Ricardo Gomes da Silva, diretor da Correparti, as vendas de exportadores aumentaram muito desde ontem, com diversas transferências de recursos do exterior para fechando de câmbio.

“A percepção é que o dólar poderá romper a casa dos R$ 5,00 no curto prazo”, diz Gomes Silva, acrescentando que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) a favor do processo de privatização da Eletrobrás foi muito bem recebida. “O mercado está começando a ficar ‘empossado’ e distorcido”, diz o diretor da estratégia da Inversa Publicações, em referência a forte oferta de dólares no mercado à vista.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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