Dólar opera acima de R$ 5,50 e ganha força com cautela local e no exterior

O dólar voltou a ganhar tração no mercado à vista nesta quarta-feira (6), com temores sobre a inflação no radar do mercado internacional e investidores antecipando as expectativas sobre elevações de juros nas principais economias.

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Por volta das 14h, o dólar comercial atingiu sua máxima, chegando a R$ 5,538 após subir 0,81%. Pouco tempo depois, a moeda norte-americana devolveu parte dos ganhos e estabilizou em R$ 5,524.

Já o dólar futuro, de maior liquidez, também operava em alta nesta quarta, subindo 0,37%, a R$ 5,522.

O analista de câmbio Elson Gusmão, da corretora Ourominas, afirma que o dólar hoje acompanha a cautela do exterior negativo em meio ao avanço do juro da T-Note 2 anos a 0,293%, às 10h34, ante 0,285% no fim da tarde de terça-feira (05), embora as taxas dos Treasuries longos tenham caído.

Segundo ele, diminuiu a pressão sobre os Treasuries longos uma menor desconfiança dos investidores sobre a leitura da ADP para a criação de empregos no setor privado dos Estados Unidos em setembro.

De acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira, foram criados 568 mil novos postos de trabalho no país. Especialistas do mercado estimavam em 428 mil vagas no mês.

Gusmão acrescenta que há mal-estar ainda com a escassez de gás na Europa, que ajuda a deprimir as bolsas e as moedas da região frente o dólar.

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O índice DXY, que compara o dólar a outras seis divisas, subia 0,37%, às 14:29 de hoje, somando 94,32 mil pontos.

Queda nas vendas do varejo prejudica o real

Segundo o analista da Ourominas, a queda no volume de vendas no varejo em agosto reforça as preocupações com a atividade interna. Segundo o IBGE, o recuo foi de 3,1% frente a alta de 2,7% em julho.

O encarecimento dos produtos foi apontado como um dos motivos para os dados fracos. Com isso, aumenta o desconforto do mercado com a inflação alta.

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Além disso, continua a fortalecer o dólar frente ao real a demora na tramitação das reformas e do orçamento de 2021, com persistentes dúvidas sobre as soluções que devem ser dadas para os precatórios, auxílio Brasil e extensão de auxílio emergencial.

“O Copom perdeu uma grande chance, na última reunião, de aumentar um pouco mais os juros pra dar um melhor alívio ao mercado”, comenta Gusmão.

Última cotação do dólar

Na última sessão, terça-feira (05), o dólar encerrou em alta de 0,71%, negociado a R$ 5,48.

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Com informações do Estadão Conteúdo.

Monique Lima

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