Itaú (ITUB4) corta projeções do dólar para R$ 5 com ‘redução de ruídos’

Em revisão de cenário macro, o Itaú (ITUB4) cortou suas projeções para o dólar neste ano de 2023, saindo de R$ 5,15 anteriores para atuais R$ 5.

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“As moedas de taxas de juros e, assim, carrego alto, têm se beneficiado nesta primeira metade do ano, com bom desempenho relativo não só do real, mas também de outras moedas da América Latina. O prêmio de risco doméstico tem se mantido em patamar mais baixo que o do passado recente, e o patamar de taxa de juros também ajuda a moeda”, dizem os especialistas do banco sobre o dólar.

“Para que a melhora seja duradoura, consideramos importante que a meta de inflação seja mantida, que as medidas de aumento de receita anunciadas pelo governo sigam avançando e que novos compromissos de elevação de despesas ou retrocessos microeconômicos sejam evitados”, completam.

A projeção do dólar para 2024, contudo, foi mantida em R$ 5,25.

A alteração nas projeções do câmbio deve afetar o déficit na conta corrente este ano, estimado em US$ 35 bilhões pelo Itaú – ou 1,7% do PIB

“Contribui para o bom desempenho das contas externas o saldo da balança comercial, com a nossa projeção para o ano, segundo o dado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em US$ 70 bilhões, impulsionada principalmente pelo bom desempenho das exportações, com alta no quantum de soja, minério de ferro e petróleo mais do que compensando a queda no preço médio desses produtos em dólar”, diz a casa.

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Além do dólar, veja projeção para PIB e IPCA

As expectativas dos economistas do Itaú também são de que o PIB seja maior, saindo de uma projeção de 1,4% de crescimento para 2,3%, “diante do crescimento acima do esperado no 1T23 e da expectativa de que, a despeito dos efeitos do aperto monetário”.

No caso da inflação, o Itaú revisou as estimativas para baixo.

“Revisamos a projeção de inflação em 2023 de 5,8% para 5,3%, incorporando preços mais baixos de produtos comercializáveis e corte de 5% nos preços da gasolina na refinaria. Para 2024, revisamos nossa projeção para 4,4%, de 4,5%, com inércia menor, algum grau de reancoragem nas expectativas longas, mas com pressão de hiato apertado”.

Além destas expectativas e da projeção do dólar, para a Selic o Itaú espera uma redução das pressões inflacionárias e uma decisão prudente sobre o regime de metas para a inflação, permitindo que o Copom antecipe o ciclo de flexibilização, com corte de 0,25 p.p., em setembro, dois cortes de 0,50 p.p., nas reuniões de novembro e dezembro, o que levaria a taxa Selic a 12,50% ao final de 2023.

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Eduardo Vargas

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