Dólar hoje: Commodities caem com China e IBC-Br e moeda americana sobem

O dólar abre essa semana em movimento de subida. Nesta segunda-feira (14), em meio às quedas de commodities agrícolas, como açúcar e café, além de petróleo e minério de ferro no âmbito internacional, a moeda americana acumula ganhos da semana passada.

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Ainda pela manhã, a cotação do dólar à vista bateu a máxima de R$ 4,9366, equivalente a uma alta de 0,66%.

Os olhares do mercado começam a segunda-feira interessados na China, no boletim Focus e no IBC-Br de junho, com a Europa e EUA com agendas vazias.

No cenário americano, as movimentações devem aumentar na quarta-feira (16), com a ata da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de julho e o IGP-10 de agosto ser´adivulgado na quinta-feira (17).

Crise na China impulsiona dólar ante real, diz economista

O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, disse que, além de dúvidas sobre os juros americanos após a leitura mais forte do PPI dos EUA em julho, a crise imobiliária na China é delicada para o Brasil. A potência chinesa deve impactar exportações de aço e minério de ferro do País e vislumbra uma queda no fluxo de capitais para investimentos em ações de empresas brasileiras exportadoras de produtos básicos na Bolsa, dando impulso paralelo à cotação do dólar.

Na China, a moeda local está entre as emergentes ligadas a commodities que recuam ante o dólar nesta manhã.

As bolsas na Ásia também fecharam em baixa nesta segunda-feira (14), após a incorporadora Country Garden anunciar suspensão das negociações de títulos de dívida onshore a partir de hoje, dada a estimativa de forte prejuízo no primeiro semestre. A imprensa local informou que pelo menos 11 papéis serão suspensos por um período indeterminado.

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‘Prévia do PIB’, IBC-Br sobe 2,10% no ano

Aqui, o IBC-Br subiu 2,10% em junho na comparação anual, acima da mediana das previsões do mercado (1,95%). Isso, somado aos níveis mais altos do petróleo e perspectiva de aumento de combustíveis pela Petrobras em breve, pode dar fôlego à inflação interna e reduzir na curva de juros as chances de corte de 0,75 pp da Selic em setembro, ante 0,50 pp sinalizado pelo Banco Central, analisou Velloni, da Frente Corretora.

O IBC-Br, prévia do PIB do País, subiu também 0,63% em junho ante maio, com ajuste, e teve crescimento de 3,42% no primeiro semestre, sem ajuste.

O boletim Focus, divulgado mais cedo pelo Banco Central, mostra que as projeções para IPCA de 2024 caíram de 3,88% para 3,86%, mas para 2023, 2025 e 2026 permaneceram em 4,84%, 3,50% e 3,50%.

Outros ajustes no Brasil que podem balançar o real ante o dólar

Nas mesas de operação cambial há expectativas por um anúncio de reajuste dos preços dos combustíveis pela Petrobras (PETR4). O presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse à ANP que a diretoria está discutindo a possibilidade de reajustar os preços dos combustíveis para breve, segundo o jornal O Globo.

Na sexta-feira (11), durante o evento de lançamento do PAC, o ministro Alexandre Silveira (MME) informou que a estatal já comunicou ao governo que, se o Brent continuasse subindo, terá de reajustar seus preços nas refinarias.

O ministro da Economia, Fernando Haddad, também confirmou na sexta-feira que a pasta estuda medidas de apoio ao setor varejista.

No Congresso, é esperada a votação do arcabouço fiscal no plenário da Câmara nesta semana, mas há certa dúvida ainda se ocorrerá, por causa do imbróglio da minirreforma ministerial. Lideranças do Centrão apresentaram uma outra fatura ao governo para aprovar o arcabouço fiscal na Câmara: mais R$ 10 bilhões em emendas parlamentares.

O Palácio do Planalto vê o fim de agosto como limite para o texto passar sem trazer grandes dores de cabeça à equipe econômica na formatação do Orçamento de 2024. O governo ainda espera a votação do projeto do Carf e da reforma tributária pelo Senado.

Na sexta-feira (11), o dólar fechou em alta a R$ 4,9041 (+0,45%), ampliando ganho na semana passada a 0,59% e no mês, a 3,69%, e reduzindo a queda acumulada neste ano para 7,12%

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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