Dólar bate os R$ 4; Tensão entre Bolsonaro e Maia segue no radar
Dólar inicia a quinta-feira (28) em forte alta.
O dólar ainda opera sob os efeitos do último pregão, com declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma da Previdência e também seu desapego ao cargo.
A troca de farpas entre Maia e Bolsonaro tem um novo capítulo. Externamente, May afirma que deixará o cargo e Estados Unidos e China têm uma nova rodada de negociações comerciais.
Por volta das 9h19, a moeda norte-americana valorizada 0,594% sendo negociada a R$ 3,978. A moeda chegou a bater R$ 4,0165 nos primeiros negócios da sessão, acentuando ainda mais a insegurança do mercado em relação ao cenário político brasileiro.
Principais assuntos que devem mexer com a cotação do dólar nesta quinta-feira:
- Reforma da Previdência;
- Demissão de May;
- Leilão de dólares do Banco Central;
- Negociação EUA x China.
Reforma da Previdência
Em relação a reforma da Previdência, o mercado se movimentará em cima das novidades sobre o avanço da proposta. No entanto, até o momento a falta de alinhamento das lideranças é o que mais chama a atenção e mantém os investidores inseguros.
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Após não comparecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, na última quarta-feira (27), para defender a reforma.
Na CAE, o ministro falou sobre a importância da reforma da Previdência e da descentralização dos recursos. De acordo com o ministro, a classe política está “convidada a assumir o protagonismo” na aprovação do projeto. Ele ainda afirmou que “a bola está com o Congresso“.
Bolsonaro x Maia
A afirmação do ministro vai em acordo com o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, que, no último sábado (23), afirmou que a responsabilidade pela reforma da Previdência está, neste momento, com o Parlamento brasileiro.
Em contrapartida, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, cobrava uma maior movimentação da equipe econômica para que a proposta fosse aprovada e, ainda, ameaçou deixar a articulação política da PEC.
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A troca de farpas que acontece desde a semana passada devido a tramitação e a responsabilidade sobre a reforma, segue acontecendo.
Desta vez, o presidente da Câmara afirmou que o Jair Bolsonaro está “brincando de presidir”. A declaração de Maia gerou mais um capítulo da briga dos líderes.
O presidente da República não ficou calado e rebateu dizendo que lamenta caso Maia realmente tenha falado isso. De acordo com Bolsonaro, “não é palavra de uma pessoa que conduz uma casa. Brincar? Se alguém quiser que eu faça o que os presidentes anteriores fizeram, eu não vou fazer”.
O presidente ainda falou que “não existe brincadeira” da sua parte e que quer “acreditar que ele [Rodrigo Maia] não tenha falado isso”.
Demissão de May
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou que deixará seu cargo após o acordo do Brexit ser aprovado. De acordo com May, a sua renúncia será apresentada aos parlamentares conservadores após a aprovação da saída da União Europeia (UE).
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Segundo a primeira-ministra, as votações do Parlamento contra sua proposta do Brexit foram uma mensagem contra ela e que entendeu o recado.
Leilão de dólares do Banco Central
O Banco Central anunciou que será realizado um leilão de até US$ 1 bilhão no pregão desta quinta-feira. O objetivo é frear a crescente da moeda norte-americana. A operação é de venda com compromisso de recompra.
Negociações EUA x China
Uma delegação dos Estados Unidos liderada pelo representante de Comércio, Robert Lightizer, e pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, visitará a China entre está quinta (28) e a próxima sexta (29).
Em troca, o vice-primeiro-ministro Liu He vai para os Estados Unidos em abril para mais discussões. O objetivo das economias é selar definitivamente o acordo comercial e acabar com as disputas e taxações.
Última cotação
Na última sessão, na quarta-feira (27), o dólar registrou uma alta de 2,273% sendo cotada a R$ 3,9545 na venda. Essa é o maior valor atingido pela moeda norte-americana no ano.
