Com impulso da Vale (VALE3) e Ambev (ABEV3), dividendos de empresas brasileiras saltam 7,4% no 1T22

Os dividendos pagos por empresas da bolsa brasileira cresceram, nominalmente, em 7,4% na média, no primeiro trimestre de 2022. O dado é de um levantamento da gestora Janus Henderson, do Reino Unido.

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Segundo o estudo da Janus, os dividendos distribuídos somaram, no total, uma cifra de US$ 5,2 bilhões. A cifra fica levemente abaixo do que foi registrado no 1T21, de US$ 5,3 bilhões. Contudo, a alta de 7,4% é relativa à análise de proventos pagos levando-se em conta o efeito cambial e os dividendos não recorrentes das empresas.

De empresas brasileiras, foram 1,2 mil firmas analisadas. A gestora fez o levantamento para o Janus Henderson Global Dividend Index, estudando 3 mil empresas para a sua 34ª edição.

No ranking de dividendos, embasado na metodologia da empresa, a Vale (VALE3) é a 9ª empresa que mais pagou proventos aos seus acionistas no acumulado do primeiro trimestre.

Além da mineradora, que pagou US$ 3,6 bi aos seus acionistas, o levantamento mostra que a Ambev (ABEV3) se destacou entre as companhias do país, com remuneração de US$ 1,2 bilhão, impulsionando a alta de dividendos das companhias nacionais.

A Vale (VALE3) não só é a única empresa brasileira da lista de companhias globais, como também é a única com sede em um mercado emergente.

Além disso, apesar dos dividendos polpudos e de integrar a lista, a empresa teve um desempenho relativamente pior do que no ano anterior. Considerando o primeiro trimestre de 2021, a companhia foi a 8ª maior distribuidora de proventos.

A gestora faz este ranking a cada trimestre desde meados de 2009.

Veja a lista atualizada, referente aos dividendos do 1T22:

  1. BHP
  2. Novartis
  3. Maersk
  4. Roche
  5. Microsoft (MSFT34)
  6. Siemens
  7. Exxon
  8. AT&T
  9. Vale
  10. Apple (AAPL34)

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O domínio das empresas americanas prevalece: ostentam um pagamento de dividendos que soma o montante de US$ 56,3 bilhões em proventos.

Se levar em consideração os pagamentos de dividendos de todas as empresas analisadas de países emergentes, o ganho nominal é de 41,5%. As maiores altas de dividendos foram da China (575%), África do Sul (248%) e Rússia (168%).

Se consideradas todas as empresas analisadas pela Janus – mais de 3 mil -, foram US$ 302,5 bilhões distribuídos no primeiro trimestre de 2022.

Nesse quesito, a cifra é um recorde e representa uma alta de 11% no comparativo com o 1T21.

No documento, a Janus Henderson lembra que faz uma análise de dados de 1,2 mil empresas que compõem um índice da asset e estimativas referentes a outras 1,8 mil companhias.

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Entenda a metodologia da Janus

A metodologia adotada pela gestora para fazer o estudo inclui análise de dividendos brutos. No levantamento, a gestora analisa a quantidade de ações na data de pagamento e converte a cifra pela taxa de câmbio.

Ou seja, o valor final não é necessariamente preciso, já que a lista é ‘lastreada’ em dólar, ao passo que os dividendos da Vale, por exemplo, são pagos em reais.

Somado a isso, as empresas fixam taxa de câmbio antes do dia em que os proventos serão distribuídos, considerando que, também no caso da Vale, há pagamento de dividendos para acionistas americanos.

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Minério influenciou proventos da Vale

Seguindo o consenso das companhias brasileiras, a única brasileira da lista teve uma queda nos dividendos, se comparado o 1T22 com o 1T21. Isso ocorre porque o ano passado foi um período próspero para mineradoras, com a alta da cotação do minério de ferro em Dalian.

Em setembro e 2021, a empresa chegou a pagar R$ 8,1 em dividendos por ação – distribuição que ficou não só acima da média das companhias da bolsa, mas também das demais remunerações aos acionistas da própria Vale.

Atualmente a mineradora ostenta um dividend yield de 17%, se considerados os proventos pagos nos últimos 12 meses, segundo dados compilados pela plataforma Status Invest.

Ou seja, com a cotação de R$ 82, a empresa pagou uma média de R$ 14,1062 por ação VALE3.

A última vez que a Vale informou pagamento de dividendos foi no dia 8 de março, com pagamento efetuado no dia 16 do mesmo mês. O valor em questão foi de R$ 3,71925659 por ação ordinária da empresa.

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Eduardo Vargas

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