Quanto investir em ações para ter uma renda extra de R$ 1000?

Um investidor de perfil conservador pode acrescentar um pouco de emoção ao seu portfólio de investimento, com renda variável? A recomendação é sempre ter muita cautela, porque vale a premissa básica de que renda variável é sempre um investimento de risco. Esse tipo de ativo tende, porém, a oferecer resultados maiores do que a renda fixa. “Porém, no longo prazo e de forma não linear”, lembra a analista-chefe do Inter, Gabriela Joubert. Mas quanto investir em ações para ter uma renda extra de, por exemplo, R$ 1000 mensais?

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Somente com a valorização dos papéis, nem sempre o retorno esperado acontece mensalmente. Ou seja, renda variável, como o próprio nome diz, varia ao longo do tempo, para cima ou para baixo, sobretudo no curto prazo. Então, qual seriam as opções para quem vislumbra ter renda mensal com ações?

“Geralmente, quando se falam de retornos periódicos em renda variável, optam-se por empresas já consolidadas e que possuem histórico de boas pagadoras de proventos”, explica a analista-chefe do Inter. Dessa forma, montar uma carteira com ações de empresas e setores que distribuem dividendos com frequência é uma estratégia para quem busca retorno mais rápido do capital investido.

A analista-chefe do Inter lembra também a opção de investimento em Fundos Imobiliários (FIIs), que remuneram seus acionistas periodicamente, dentro da estratégia de obter ganho extra mensal com papeis de renda variável.

Por outro lado, é bom lembrar que empresas que pagam dividendos com mais frequência não costumam ser as que têm as maiores valorizações das ações no curto prazo.

Portanto, é preciso ter isso em mente ao decidir-se por essa modalidade de investimento.

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Riscos

“Nossa carteira de dividendos busca exposição às empresas que mais remuneram, mas tenta também gerar um pouco de alfa”, ressalta Gabriela. Segundo ela, isso acaba sendo mais difícil. “Empresas que pagam mais dividendos já estão consolidadas, sem grandes planos de crescimento ou desembolsos”, frisa.

Qualquer papel está sujeito a riscos de oscilações negativas, o que neutralizariam as expectativas de retorno no curto prazo. Mas há alguns setores cujas ações são menos voláteis, como o elétrico. Porém, os analistas ressaltam que é arriscado esperar retorno de curto prazo com ativos, cujos ganhos de capital se dão, normalmente, no médio longo prazos.

De acordo com o especialista em Finanças e sócio da BRA, Rodrigo Correa, quem busca uma renda livre mensal, por exemplo de R$ 1 mil, consegue esse retorno aplicando R$ 255 mil no Tesouro Direto, levando em consideração, por exemplo, o título NTN-B, 2032, com juros semestrais, pagando IPCA, mais 5,84% ao ano.

Mas esse rendimento pode ser obtido via dividendos. “Temos empresas que pagam mais que 5,84% ao ano em dividendos”, compara Correa. Nesse grupo, segundo o especialista, encontram-se companhias dos setores elétrico, de saneamento básico; grandes bancos e companhias de telecomunicações. “Poderíamos colocar nessa lista as produtoras de commodities, mas essas empresas dependem muito do ciclo econômico da commodity em que atuam para ter preços em alta que suportem a geração de caixa.”

Esses setores, além de bons pagadores de dividendos, segundo o sócio da BRA, tendem a apresentar menor volatilidade nos pregões e, consequentemente, menor risco de mercado. “Alguém que foque numa carteira de ações pagadoras de dividendos também usufruirá do ganho de capital ao longo do tempo”, ressalta o executivo.

Renda fixa

Para auferir rendimentos de R$ 1 mil, com uma carteira diversificada, incluindo papeis desses setores, e com foco em dividendos, o capital necessário investido seria de R$ 165 mil, contra os R$ 255 mil em renda fixa.

Correa também argumenta que, para conseguir renda mensal de R$ 1 mil não é preciso manter um portfólio com 100% de ações. Em função da maior exposição a risco, ele sugere destinar uma parte em renda fixa, cerca de 60%, e o restante em papéis que garantam bons proventos aos investidores. Por exemplo, o título de renda fixa seria a própria NTN-B 2032, com pagamento de juros. Nesse mix, o investidor precisaria de R$ 128 mil em recursos aplicados para obter R$ 1 mil de rendimento mensal.

O executivo frisa que esses exemplos são apenas alguns entre inúmeros cenários que o investidor pode considerar. “A ideia é mostrar as possibilidades para que seja possível construir o melhor portfolio, de acordo com o perfil de cada um.”

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Redação Suno Notícias

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