Davos: discurso de Bolsonaro não entusiasma na abertura do Fórum

Terminou nesta terça-feira (21) o primeiro dia dos trabalhos do Fórum Econômico Mundial de Davos.

O dia foi marcado pela presença do Brasil no Fórum Econômico Mundial. O primeiro painel foi realizado pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro protagonizou o discurso de honra ao lado do fundador do evento de Davos, Klaus Schwab.

Moro no painel sobre Judiciário

No painel, Moro discursou no painel sobre o Judiciário e a corrupção, que tinha o título “Restaurando a Confiança e Integridade”. Analisando as causas jurídicas, o ex-juiz titular da Lava Jato falou sobre os  níveis historicamente baixos de confiança entre investidores como causa de muitos desafios econômicos e políticos do mundo.

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O objetivo da discussão foi tentar entender como empresários, governo e sociedade civil possam trabalhar juntos para restaurar a integridade e confiança na política.

Discurso do presidente Jair Bolsonaro

O ministro Moro antecipou a chegada no Fórum do presidente Jair Bolsonaro.

O nível de expectativas para a fala de Bolsonaro foi muito alto, especialmente entre os jornalistas credenciados para cobrir o evento. Mas a grande sala onde o mandatário discursou também estava lotada de empresário, executivos, professores e líderes políticos internacionais. Entre eles, a diretora-executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

Todavia, a fala de Bolsonaro não convenceu em cheio os participantes. O clima no evento se demonstrou frio, com poucos aplausos. E o discurso do presidente brasileiro, muito curto e sem detalhes, não suscitou entusiasmo.

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Os participantes esperavam obter informações sobre as reformas que o governo pretende levar adiante para contribuir a retomada econômica. Mas o discurso de Bolsonaro foi muito genérico e sem entrar no mérito das questões mais urgentes, como a reforma da Previdência social.

Encontro com empresários

Depois do evento, Bolsonaro se reuniu em uma sala reservada com empresários internacionais. Ele estava acompanhado pelo ministro Moro, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Também estavam presente o filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e alguns técnicos do governo, como o secretário Especial do Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo.

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Na saída, Bolsonaro não quis falar com jornalistas brasileiros e só concedeu entrevista para jornalistas italianos. Ele falou sobre o caso do terrorista italiano Cesare Battisti, extraditado para a Itália. E também prometeu extraditar outros terroristas italianos que permanecem ainda hoje no Brasil.

Mike Pompeo no vídeo

Logo depois de Bolsonaro, foi a vez do secretário de Estado americano, Mike Pompeo. O chanceler dos EUA salientou a importância das fronteiras e das nações e fortes. Pompeo falou em discurso por videoconferência devido à paralisação do governo americano. Nenhum representante dos EUA veio para Davos esse ano, por causa do bloqueio das atividades da administração federal. Isso deixou o Fórum Econômico Mundial muito esvaziado de participantes e de público, sendo que a delegação dos EUA sempre foi muito numerosa.

“As nações são importantes. Nenhum órgão internacional pode defender as pessoas como um líder forte”, afirmou Pompeo “Fronteiras sólidas são fundamentais para uma nação forte e para proteger os cidadãos”.

O secretário de Estado também falou de ameaças aos Estados Unidos. Entre elas, o programa nuclear da Coreia do Norte, o terrorismo, as políticas desestabilizantes do Irã e a “beligerância” e o modelo econômico da China.

Além disso, Pompeo declarou que as relações entre Rússia e Estados Unidos não devem voltar a época da Guerra Fria. Entretanto, criticou as atitudes de Moscou no cenário internacional e afirmou esperar que a Rússia respeite o Estado de Direito. Essa foi o primeiro vídeo discurso de um secretário de Estado no Fórum Econômico Mundial de Davos em videoconferência.

 

Carlo Cauti

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