CVC (CVCB3) terá agentes autônomos e plano de fidelidade para voltar a crescer

Após desafios trazidos pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), agravados pelas fraudes contábeis, a CVC (CVCB3) apresentou, nesta quarta-feira (10), um plano de recuperação de seu crescimento e lucratividade. O objetivo da companhia passa pela criação de agentes autônomos e um amplo programa de fidelidade.

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Em declaração no Investor Day da CVC, o CEO Leonel Andrade disse que a operação irá “valorizar os especialistas de turismo”, que passarão a operar como um social selling, ou seja, uma ferramenta de venda da companhia em meio ao público alvo, à parte de suas plataformas digitais e unidades físicas.

“Esse é um negócio que existe no mundo inteiro e não está no Brasil, pelo menos de forma escalável. Será 100% complementar ao que temos hoje”, disse Andrade. O executivo salienta que a CVC tem a melhor distribuição física do mercado, e quer ampliar esse horizonte “levando a venda onde a pessoa estiver”.

Com o programa, a CVC pretende incentivar o empreendedorismo e o acesso a todas as pessoas, dando suporte por meio de produtos, tecnologia e digitalização.

Andrade, contudo, ressaltou que os agentes autônomos terão uma rentabilidade menor do que os franqueados, que são os “principais agentes da CVC, e o principal canal de vendas”.

“Será uma complementariedade à operação da empresa, que não impactará as unidades físicas”, disse o CEO. O programa deve ser lançado ao mercado até o fim de 2021.

Inspirado na Smiles, CVC foca em programa de fidelidade

Outro aspecto destacado pelo presidente da CVC na teleconferência com analistas e investidores é a criação do programa de fidelidade, o +CVC. “O programa será 100% focado em viagens, autosustentável, e não será voltando ao marketing, mas sim completamente focado nos objetivos dos clientes e na criação de uma comunidade de negócios”.

E o primeiro passo já foi dado. Nesta semana, a companhia anunciou o lançamento do cartão CVC Itaucard Visa no mês que vem. A parceria ocorre com o Itaú (ITUB4), e permite que os clientes façam o parcelamento de viagens em até 24 vezes. “O nosso programa de fidelidade tem potencial para atingir até 20 milhões de usuários”, disse Andrade.

O presidente da CVC, que está prestes a completar 1 ano no cargo, relembrou que fez parte da criação do Clube Smiles, maior programa de recorrência do Brasil. O executivo esteve à frente da Smiles (SMLS3) durante a criação do programa, em 2015, e que foi de grande sucesso no País.

Segundo o executivo, o programa fará com que a empresa tenha melhor gestão de margens financeiras, precificação dinâmina dos produtos e criação de valor aos acionistas. A recorrência de receitas da iniciativa, inclusive, pode fazer com que o valuation da empresa seja melhor observado, disse Andrade.

A companhia também destacou como integrante do mapa de crescimento neste ano o avanço da VHC Hospitality. A operação foi adquirida pela CVC há cerca de três anos, e foca no público de alta renda. A atuação consiste na locação de casas para temporada e prestação de serviços exclusivos.

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Atualmente, o programa possui 220 residências participantes, e a perspectiva é de chegar a 8 mil residências “em poucos anos”. “Talvez em cinco anos, esse negócio possa ser equivalente a 20% de nossa receita, embora seja difícil fazer projeções de longo prazo neste momento”, disse Andrade na teleconferência em que o SUNO Notícias esteve presente.

A VHC atua em um mercado de US$ 140 bilhões anuais, o que representa um mar de oportunidade para a empresa, segundo o executivo. As operações, que foram iniciadas na Flórida, nos Estados Unidos, já estão no Brasil e devem chegar à Espanha e Portugal.

Conselheiros saíram com missão cumprida

Andrade também comentou sobre as mudanças no Conselho de Administração da empresa. Segundo ele, as alterações promovidas são decorrentes de uma alteração no quadro societário, e que ocorrem de forma “natural”.

Após a forte queda das ações da companhia durante a pandemia, grandes fundos de investimento, como Opportunity, Pátria e Equitas, passaram a controlar parte do capital da CVC, tendo direito a escolherem novos conselheiros.

O executivo salienta que os quatro conselheiros que renunciaram a seus cargos deixam o Conselho com a “missão cumprida”. Vale ressaltar que a companhia passou por momentos de turbulência desde 2019, com a necessidade de renegociação de dívidas, processo de capitalização e mudança de gestores.

Nesse sentido, o executivo disse que quer fazer com que a CVC melhore cada vez mais sua governança corporativa e compliance, estando mais próximo do mercado e de forma transparente, se tornando o melhor player do segmento nesse aspecto.

Após o anúncio da saída dos conselheiros na última terça-feira (9), as ações da CVC encerraram o pregão em queda de 1,01%. Por volta das 12h15 desta quarta-feira, no entanto, os papéis operavam com uma alta de 0,41%, negociados a R$ 19,75.

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Jader Lazarini

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