Criptomoeda no centro do jogo: pesquisa revela virada-chave para o mercado brasileiro

Com a regulação avançando e a adoção tecnológica atingindo novos patamares, a criptoeconomia brasileira vive um momento decisivo. Um estudo inédito da ABcripto em parceria com a PwC mostra que, mesmo com 90% das empresas ainda apontando a regulação como principal entrave, a criptomoeda se consolida como a tecnologia de maior impacto para os negócios, enquanto blockchain e tokenização formam as bases da nova infraestrutura financeira digital que começa a ganhar forma no país.

Regulação avança e dá fôlego ao amadurecimento do setor

Segundo a pesquisa, o cenário regulatório brasileiro, historicamente percebido como nebuloso, começou a ganhar clareza com as recentes medidas do Banco Central e as diretrizes atualizadas da Receita Federal. A nova resolução que entra em vigor em fevereiro de 2026 estabelece governança robusta, requisitos de capital mínimo, segregação patrimonial e controles internos rigorosos para prestadores de serviços de ativos virtuais. Esses parâmetros, antes ausentes ou pouco detalhados, são apontados como essenciais para reduzir riscos operacionais, fortalecer a transparência e profissionalizar um setor que cresce rapidamente. Para grande parte das empresas, o avanço regulatório representa a chance de equilibrar segurança jurídica e inovação, criando condições para que modelos de negócio escalem com maior previsibilidade. 

Esse novo contexto regulatório se soma a um avanço consistente na compreensão e adoção de tecnologias digitais. O estudo aponta que 80% das empresas já consideram a criptomoeda a tecnologia de maior impacto para suas operações, refletindo uma mudança estrutural na forma como organizações enxergam ativos digitais. O domínio técnico também cresceu: 73% afirmam conhecer profundamente o tema, enquanto 97% identificam benefícios concretos em aplicações relacionadas a liquidez, meios de pagamento, investimentos e intermediação financeira. 

O blockchain, por sua vez, consolidou-se como infraestrutura central. Com 83% das empresas declarando alto domínio da tecnologia, a DLT deixou de ser vista como uma promessa experimental e passou a ocupar um papel estratégico em eficiência, segurança e automação. A tokenização segue caminho semelhante: 74% dominam a tecnologia, e a maioria acredita que sua consolidação ocorrerá nos próximos dois a cinco anos. A combinação entre essas três camadas — cripto, blockchain e tokenização — forma o alicerce que sustenta a atual fase de expansão.

Crescimento consistente e riscos que ainda desafiam o mercado

O retrato do setor apresentado pelo estudo mostra um ecossistema diverso, composto por fintechs, empresas de tecnologia, consultorias, provedores de infraestrutura digital e instituições financeiras. Muitas delas já operam em fase de consolidação, com processos mais estruturados, produtos escaláveis e faturamento crescente. Algumas ultrapassaram a marca de R$ 200 milhões em 2024, e 57% projetam crescimento de até 50% para 2025, evidenciando um setor otimista e em plena transformação. 

Ao mesmo tempo, a pesquisa revela que a expansão vem acompanhada de desafios relevantes. Cibersegurança, fraudes e escassez de profissionais qualificados estão entre as principais preocupações das empresas.

Segundo especialistas da PwC, a regulação oferece bases mais sólidas, mas não elimina a necessidade de estruturas internas robustas, políticas de compliance, monitoramento de riscos e reforço de práticas de prevenção à lavagem de dinheiro. Para 60% das empresas, o caminho para a plena consolidação do mercado de criptomoeda deve se concretizar nos próximos dois a cinco anos, período em que tecnologia e segurança regulatória tendem a se alinhar de forma mais madura. 

Maíra Telles

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