Credit Suisse (C1SU34) levanta US$ 2,4 bilhões em aumento de capital para reestruturação

O Credit Suisse (C1SU34) teve sucesso em um novo capítulo da sua reestruturação financeira em meio à sua maior crise.

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O banco levantou um montante de 2,4 milhões de francos suíços como parte de um aumento de capital para financiar sua reestruturação. No âmbito da oferta, os acionistas do Credit Suisse exerceram 98,4% de seu direito de preferência.

Há alguns meses o banco suíço já havia levantado capital com o Banco Nacional Saudita, que cedeu 1,8 bilhão de francos suíços.

“A conclusão bem sucedida do aumento de capital é um marco importante para o novo Credit Suisse. Esse valor vai nos permitir apoiar mais nossas prioridades estratégicas a partir de uma posição sólida de capital e criar um banco mais simples, estável e focado nas necessidades dos clientes e em geração de valor para os acionistas”, disse o CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner.

O aumento de capital integra um plano bilhões de francos que o banco visa atualmente, justamente a fim de minimizar os danos com saques e problemas com Credit Default Swaps (CDS) que foram vistos nos últimos meses.

A estimativa do presidente da instituição, Axel Lehmann, é de que mesmo com esse capital o banco tenha mais prejuízo em 2023.

Conforme reportado pelo Suno Notícias, o banco espera ter o quinto prejuízo consecutivo em seu próximo balanço trimestral.

Nesse contexto as ações do Credit Suisse caem 17% nos últimos 30 dias e 66% no acumulado de 2022. Em cinco anos, a retração é de 81%.

As BDRs C1SU34 acompanham o movimento, com queda de 64% em 2022 e 67% nos últimos cinco anos.

Credit Suisse perde US$ 88 bilhões em saques

Somente nas primeiras semanas deste trimestre o banco sofreu saques equivalentes a US$ 88,3 bilhões (ou 84 bilhões de francos suíços).

A informação veio junto com um comunicado no dia 23 de novembro em que o Credit Suisse alerta que deve ter seu quinto prejuízo trimestral consecutivo.

A expectativa é de que o banco tenha US$ 1,58 bilhão de prejuízo no acumulado, descontados os impostos.

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Com a perda dos saques no Credit Suisse, o banco perdeu 6% dos seus ativos totais, que somam cerca de US$ 1,5 trilhão.

Somente a área de gestão patrimonial do banco teve saques na casa dos US$ 67 bilhões.

Em conjunto, o banco projeta uma perda de cerca de 75 milhões de francos suíços com a venda de sua participação no Allfunds Group, empresa listada em Amsterdã.

“Na área de wealth management, essas saídas diminuíram substancialmente em relação aos elevados níveis das duas primeiras semanas de outubro de 2022, embora ainda não tenham sido revertidas”, disse o banco, em comunicado.

Com a crise do Credit Suisse, a administração está pedindo autorização dos acionistas para levantar caixa vendendo US$ 4 bilhões em ações.

Último resultado trimestral do banco

O Credit Suisse (C1SU34) registrou prejuízo líquido de 4,03 bilhões de francos suíços no terceiro trimestre deste ano, revertendo lucro de 434 milhões de francos suíços em igual período de 2021.

A perda do Credit Suisse foi maior que a prevista por analistas consultados pela FactSet, que esperavam saldo negativo de 413 milhões de francos suíços.

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A receita do banco suíço, por sua vez, caiu 30% na base anual dos três meses encerrados em setembro, a 3,8 bilhões de francos suíços. Neste caso, as projeções apontavam para 3,99 bilhões de francos suíços.

O CEO do Credit Suisse, Ulrich Körner, admitiu que os resultados foram “decepcionantes” para investidores e anunciou que uma reestruturação será feita na companhia.

“Nosso novo modelo integrado será focado em Wealth Management, banco suíço, bem como gestão de ativos, e reestruturaremos radicalmente o banco de investimentos, fortaleceremos o capital e aceleraremos nossa transformação de custos”, disse.

Entenda a crise

Conforme reportado pelo Suno Notícias, o banco caiu na desconfiança dos investidores e aumentou as preocupações do mercado já há algumas semanas.

A principal preocupação foi uma crise de liquidez após o CEO alegar que a empresa estava ‘em um momento crítico’.

No último trimestre o banco teve prejuízo líquido de 4,03 bilhões, revertendo lucro de 434 milhões de francos suíços em igual período de 2021 A perda foi maior que o consenso de mercado, que mirava um prejuízo próximo dos 400 milhões.

A crise foi tamanha que investidores questionaram se o banco não seria vendido. O presidente do Conselho, Axel Lehman, negou a possibilidade.

“Vamos prosperar de novo, então não há discussão de aquisição. Queremos continuar independentes”, disse o executivo do Credit Suisse em entrevista à Bloomberg Television.

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Eduardo Vargas

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