Credere: fintech quer tornar o financiamento de veículos mais simples, rápido e prático

Se alguma vez você já comprou um carro financiado, deve ter enfrentado incontáveis burocracias. A Credere é uma startup que busca tornar esse processo mais simples, rápido e digital na compra e venda financiada de veículos. Sua expertise vem sendo aprimorada desde a criação da empresa, em 2014 — hoje a fintech chama atenção do mercado pela eficiência e por oferecer soluções que reúnem agilidade e inovação.

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Hoje, a Credere se destaca como player do mercado automotivo quando o assunto é expandir e digitalizar o processo de venda financiada. Fundada em 2014 pelos sócios Orlando Seabra, Sanderson Santana e Fred Alecrim, a startup tem como seu principal objetivo transformar, em um futuro próximo, essa operação no formato de e-commerce, ágil e seguro.

A fintech dispõe de uma infraestrutura para que as concessionárias e lojas de carros usados operem a análise de crédito de forma digitalizada, ampliando a taxa de aprovação, segundo a empresa, em até 20%. Pode-se assim oferecer uma experiência de compra melhor para o consumidor. Com a plataforma, o varejista só precisa preencher alguns dados para fazer uma simulação de venda financiada. Bancos e financeiras ficam conectados a uma plataforma que gera mais volume qualificado e segurança. O consumidor passa então a contar com esse suporte, aproximando à compra oferecida hoje pelo varejo digital.

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A Credere diz que seu “grande objetivo é tornar o financiamento tão simples quanto comprar com cartão de crédito.” A empresa atende atualmente mais de 250 concessionárias, em 25 estados e realiza mais de 3 milhões de simulações de financiamentos por mês. Só neste ano a fintech intermediou mais de R$ 800 milhões em financiamentos contratados e para 2022 a expectativa é atingir R$ 3 bilhões.

A companhia, que nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, cresceu e agora tem um pezinho no México, por meio de uma parceria com a unicórnio Kavak. Em novembro deste ano a empresa mexicana de compra e venda de carros usados procurou a fintech brasileira para firmar uma parceria. A ideia é redesenhar a experiência de consumo no mercado de seminovos com a ajuda da tecnologia.

Orlando Seabra, CEO e cofundador da Credere, explica a parceria: “Com a nossa solução, os times de atendimento da Kavak passam a ter em mãos um sistema multibanco de simulação e gestão de todos os financiamentos de veículos da operação, além de contar com uma API (Application programing Interface) para rodar as simulações e pré aprovações de crédito no seu próprio site, tornando o processo mais ágil e conveniente para o cliente.”

Orlando acredita que a parceria com a Kavak tem potencial de mudar o mercado, já que, com a tecnologia exclusiva da Credere e a escala da Kavak, o processo de compra, venda e até troca de veículos tende a se tornar uma verdadeira operação de e-commerce. “Nós conseguimos digitalizar toda a esteira de financiamento multibanco, um dos gargalos da experiência de compra e venda digital no segmento. A Credere oferece uma infraestrutura completa, que atende tanto o consumidor final quanto o vendedor ou F&I (Finance and Insurance, ou finanças e seguros) . Tudo pode ser feito online, com mais segurança, comodidade e agilidade”, diz.

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Em entrevista ao SUNO Notícias, Orlando lembra que “a Kavak chegou ao Brasil, vindo do México, com um supercaixa e um time competente para entrar no país com o negócio deles.” O executivo afirma ainda que “o financiamento bancário vai ser importante na construção dessa jornada, porque como eles querem construir uma jornada digital e mais interessante, incluir a principal categoria de pagamento é inevitável.”

Além disso, essa parceria pode abrir portas para uma internacionalização. Orlando acredita que a colaboração com a Kavak e a possível parceria com o Mercado Livre (MELI34), que deve sair em breve, de acordo com ele, abrem portas para essa expansão: “Esses players não vão jogar em um país só. A Kavak vai operar em algumas dezenas de países, e provavelmente vão querer exportar as infraestruturas que dão certo”, aponta.

 A experiência e a eficiência em torno da jornada da venda financiada

Orlando Seabra CEO Credere. Foto: Divulgação
Orlando Seabra, CEO da Credere. Foto: Divulgação

Sem nenhum concorrente direto no mercado de veículos, a Credere é pioneira nesse setor. Mas como surgiu essa ideia que pode acabar com grande parte da burocracia na hora de comprar um carro financiado?

Orlando conta que a companhia nasceu em 2014, em Natal, quando ele e os outros sócios, Sanderson Santana e Fred Alecrim, foram contratados para resolver um problema bem específico no mercado de veículos: a experiência e a eficiência em torno da jornada da venda financiada.

“No mercado de veículos, a venda financiada é uma categoria importantíssima. Dependendo do segmento, quase 80% das vendas são financiadas dentro do mercado de veículos. Em 2014 o processo era ainda mais manual, burocrático e demorado do que hoje. A gente entrou para resolver esse problema”, conta.

Assim, os sócios criaram um produto e começaram a desenhar um protótipo do que seria o Credere. Orlando lembra que, com o passar dos anos foram entendendo o cliente para atender regiões do Brasil que historicamente não recebem tanta atenção. A fintech enveredou pelo interior do País. “Fomos para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, regiões que não costumam ter tanta presença das estruturas dos bancos, mas ainda assim precisavam desse contexto para fazer negócio. A gente passou muito tempo construindo a nossa primeira versão e o produto”, relembra o executivo.

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Seguindo esse caminho, a companhia foi ganhando cada vez mais relevância: começou a intermediar um volume maior de financiamentos, o que chamou a atenção dos bancos e abriu portas para integrações com essas instituições. Hoje, a startup já discute a jornada com os bancos, dada sua relevância na aquisição multicanal.

Mais: 2021 é um ano que deve marcar a história da startup: até então, a Credere atuava como empresa de SaaS (Software as a Service), com as concessionárias pagando para usar os serviços ofertados. Mas, neste ano, a companhia está prestes a virar essa página, ao migrar naturalmente de SaaS para obter remunerado por transação.

“Hoje a gente está nessa virada de página em que o Credere se torna Infra, e não necessariamente um produto de prateleira para ser usado lá na ponta. Isso só foi possível porque com o passar do tempo. A gente foi construindo uma tecnologia que acabou se provando útil tanto para o varejo quanto para o banco ter o Credere como intermediário, porque a gente dá luz às duas pontas e acaba comprando tempo para os dois  lados: o banco tem mais tempo para se preocupar com o core, e a concessionária não precisa colocar a mão na massa em código. A gente faz essa intermediação”, explica.

Hoje, a Credere já conquistou os maiores bancos do mercado de veículos, o que inclui Itaú (ITUB4), BV, Pan (BPAN4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Honda, Creditas, e estão em processo de integração com o Safra.

Credere pensa em entrar para o mercado imobiliário

Hoje, a Credere tem seu foco no mercado de veículos financiados, e seu público-alvo são as revendedoras, enquanto os bancos são parceiros de negócios.

A companhia pretende expandir seus negócios para outras áreas, como o financiamento de imóveis. Apesar da ampla expertise da empresa, esse não é um processo fácil, pois os mercados usam lógicas diferentes. Orlando explica que “são os mesmos bancos, mas outros times, outras lógicas, outras dinâmicas. Lidar com a construtora, com uma imobiliária, é diferente de negociar com uma concessionária. São negócios que têm regras diferentes, embora a ideia seja a mesma.”

No mercado de imóveis a companhia já não seria pioneira, uma vez que que existem outros players como a Credihome.

Orlando observa: “A gente acha sim que vai expandir para o mercado de empréstimo e financiamento como um todo, mas sabe que, antes de dar esses passos, precisamos completar um dever de casa no mercado de veículos. Esse dever é se tornar ainda mais relevante no contexto, para ter ainda mais certeza que já dá para expandir para uma outra categoria, sem ficar devendo nada na categoria anterior.”

Apoio dos investidores e da AWS

A Credere já recebeu cerca de R$ 4 milhões em aportes. Ao todo, foram três incentivos, sendo o primeiro em 2018, da Bossa Nova. Seis meses depois, recebeu um complemento do anjo e, em 2020, um terceiro aporte da Domo, o investimento seed que a fintech está rodando agora.

Além dos aportes, a companhia contou com o apoio da AWS. Orlando conta que a AWS “tem um papel fundamental na nossa história e é um grande diferencial do Credere nesse mercado de veículos.”

O executivo completa dizendo que “a gente já nasceu, como a gente chama, ‘Cloudbased’, como uma aplicação web 100% online, 100% na nuvem. Essa infraestrutura de arquitetura mais moderna nos permitiu criar uma lógica no Credere que abrisse o caminho pra gente chegar aonde a gente chegou hoje. A empresa não teria conseguido criar essa estrutura técnica, o nosso API, a nossa integrações com bancos, se não tivesse contado um serviço de arquitetura e engenharia como o da AWS.”

O cofundador da Credere diz que a AWS ajudou a empresa a estar muito mais alinhada com o que existe de mais moderno e tecnológico. “É um serviço muito complexo, completo, sofisticado e modulável. A modulação é o que faz a grande diferença para mergulhar na complexidade, agilidade e na entrega do serviço”. conclui.

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Laura Moutinho

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