Coronavírus: Reino Unido anuncia pacote de estimulo fiscal de 30 bi

O governo do Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (11) um pacote de estímulo fiscal de 30 bilhões de libras (cerca de R$ 180 bilhões) para tentar contrastar os efeitos do coronavírus (covid-19) na economia do país.

O ministro da Economia britânico, Rishi Sunak, salientou como a economia do Reino Unido é sólida e conseguirá enfrentar os impactos temporários do surto de coronavírus.

“É uma das respostas econômicas mais abrangentes de todos os tempos”, declarou Sunak. As previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido em 2020 caiu para 1,1%, contra o 1,4% previstos anteriormente. Parte da capacidade produtiva britânica será afetada pelo vírus.

Do montante anunciado pelo governo, 7 bilhões serão utilizados para fornecer suportes para trabalhadores autônomos, empresas e pessoas vulneráveis. Outros 5 bilhões serão utilizados para financiar o sistema de saúde pública de e assistência social (NHS).

Os restantes 18 bilhões de libras serão utilizados como incentivos fiscais em medidas de estímulo à economia. Entre outras medidas, o plano prevê a abolição de impostos para lojas, cinemas e restaurantes. Empresas de setores e varejo também terão incentivos.

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O restante bilhão de libras será utilizado para desbloquear empréstimos para empresas cujas atividades sejam afetadas pelo surto do coronavírus.

Com essas medidas, o déficit fiscal do Reino Unido será de 2,1% em 2019/20 e 2,4% em 2020/21.

Banco da Inglaterra corta taxa de juros

O impacto do coronavírus na economia global fez com que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anunciasse um corte em sua taxa básica de juros. A partir de agora, após a redução de 0,50 ponto percentual, a taxa de juros britânica é de 0,25%.

A decisão inesperada do BoE foi tomada na última terça-feira (10) em uma reunião de emergência. O Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, tomou uma medida similar na última semana, quando cortou em 0,50% sua taxa de juros em um encontro extraordinário não agendado. A taxa de juros norte-americana passou a ser entre 1% e 1,25%, como um estímulo para enfrentar o coronavírus.

Além disso, a autoridade monetária inglesa criou um esquema de financiamento à pequenas e médias empresas, sendo sustentado pelo próprio banco. O BoE também permaneceu com o seu programa de compras de bônus do governo, mais conhecidos como Gilts, em 435 bilhões de libras (cerca de R$ 2,60 trilhões na cotação atual).

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Após a expansão do Covid-19, os preços arriscados de ativos e commodities caíram acentuadamente, e os rendimentos dos títulos do governo atingiram mínimos históricos, consistentes com uma deterioração acentuada no apetite ao risco e nas perspectivas de crescimento global e do Reino Unido”, informou o banco. O BoE fará seu encontro de política monetária regular no dia 26 de março.

Em uma entrevista coletiva, Mark Carney, executivo do BoE, disse que o temor pelo coronavírus mostra-se diferente do choque da crise de 2008. “O sistema financeiro era o núcleo do problema … não há razão para que esse choque se transforme na experiência. de 2008, se lidarmos bem com isso”.

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Os mercados acionários de todo o mundo vivem momentos de grande volatilidade desde a última segunda-feira (9). O avanço dos casos da epidemia, sobretudo na Itália, além de uma incerteza sobre os preços do petróleo após desentendimentos na OPEP+, fizeram com que as bolsas de valores despencassem.

No entanto, após o anúncio de corte de juros do BoE, como estímulo à economia contra o coronavírus, os mercados europeus operam em leve alta nesta quarta-feira. Por volta das 9h15, a London Stock Exchange (LSE), apresenta alta de 1,31%, a 7.128,00 pontos. Além disso, a Euro Stoxx 50, principal índice acionário dos países da zona do euro, opera em alta de 0,83%, a 2.935,15 pontos.

Carlo Cauti

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