Confira os cinco fundos imobiliários que mais valorizam desde o IPO

A queda da taxa básica de juros (Selic) ao menor nível histórico está fazendo com que mais pessoas direcionem seus investimentos para a renda variável, ao investir em ações e fundos imobiliários, por exemplo. No entanto, neste caso é necessário saber lidar com a volatilidade, ou seja, com a valorização e desvalorização dos ativos.

Na renda variável, diversos fatores podem contribuir para a valorização ou desvalorização de uma cota. Entre eles, a economia do País, o cenário externo e a administração da empresa ou, no caso dos fundos imobiliários, dos imóveis.

Para entender melhor essa variação, o SUNO Notícias organizou uma lista com os cinco FIIs que mais valorizaram desde suas ofertas iniciais de ações (IPOs). Além disso, o especialista da SUNO Research, Marcos Baroni, apontou alguns dos fatores que motivaram as variações positivas das cotas.

Antes de analisar os fundos que mais valorizam desde o IPO, é importante salientar que os resultados positivos apresentados até hoje não indicam necessariamente que bons rendimentos virão. “Aquilo que foi bom no passado pode não ser bom no futuro”, explicou Baroni.

Fundos imobiliários que mais valorizaram

SHPH11

O Shopping Pátio Higienópolis (SHPH11) é responsável por liderar a lista de FIIs que mais valorizaram desde o IPO. O SHPH11 teve sua abertura de capital em agosto de 2003, a R$ 100. No pregão do dia 20 de dezembro, os papéis eram negociados a R$ 960.

Este fundo é monoativo com participação de 25% do Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo. A Rio Bravo Investimentos DTVM Ltda é responsável por administrar este FII.

Segundo Baroni, a alta valorização desde 2003 ocorreu pois este fundo é um bom empreendimento. Com isso, as cotas deste ativo podem ser consideradas “cotas de colecionador”, ou seja, os investidores que possuem, não vendem e, por conta disso, o fundo se torna valorizado pela ausência de vendedores.

Apesar da alta valorização desde a sua abertura de capital, o SHPH11 não apresenta mais um crescimento tão acelerado. Em contrapartida, ao analisar as cotações deste FII, entre março de 2018 e dezembro deste ano, o valor dos papéis caiu cerca de 10%. “Nesta onda de alta dos fundos imobiliários, o SHPH11 é um dos que menos valorizou”, ressaltou o especialista.

ABCP11

O Grand Plaza Shopping (ABCP11), cujo IPO ocorreu em 2004, é o segundo fundo com maior valorização. O preço inicial deste ativo era R$ 18,50. No entanto, atualmente os papéis são negociados a R$ 102,60 (conforme a cotação do dia 20 de dezembro).

Este FII é muito semelhante ao SHPH11, visto que também é do setor de shoppings e é administrado pela Rio Bravo Investimentos DTVM Ltda.

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Neste caso, a valorização pode ser explicada da mesma maneira do fundo anterior. O ABCP11 também representa bons empreendimentos e se tornou valorizado por conta da ausência de vendedores.

No entanto, vale ressaltar que, como o fundo anterior, a valorização que ocorreu até hoje não indica uma alta valorização no futuro. “É um carro bem conservado que foi cuidado ao longo de anos e que hoje vale ouro, mas isso não quer dizer que continuará valorizando”, comparou Baroni.

FLMA11

O Square Faria Lima (FLMA11) é o terceiro fundo que mais valorizou desde a sua abertura de capital, que ocorreu em 2000. Inicialmente, o fundo era negociado a R$ 1,00, no entanto, agora os papéis são vendidos a R$ 4,94.

O FLMA11 possui imóveis no Continental Square Faria Lima, empreendimento localizado na Vila Olímpia, em São Paulo, que possui uma parte de escritórios e outra de hotel.

De acordo com o especialista, a alta valorização ocorreu pois este fundo conseguiu aproveitar a explosão imobiliária no Brasil ao longo da década de 2000.

Além disso, quando o FLMA11 foi listado, não havia isenção do imposto de renda para fundos imobiliários. Quando isso ocorreu, grande parte dos FIIs que eram listados apresentaram uma alta valorização “da noite para o dia”.

HCRI11

O quarto fundo com maior valorização é o Hospital da Criança (HCRI11). Em sua abertura de capital, que ocorreu em 2005, este FII era negociado a R$ 100,00 ante R$ 438,00 registrado no fechamento do pregão do dia 20 de dezembro.

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O HCRI11 é gerido pelo BTG Pactual. O fundo detém o imóvel onde está localizado o Hospital pediátrico da Criança, em São Paulo. O hospital foi construído pelo Grupo NSL e está em funcionamento desde 2008.

Segundo Baroni, por ser um fundo antigo, a alta também ocorreu por conta de fatores semelhantes aos fundos anteriores, como a isenção do imposto de renda para FIIs e a valorização pela ausência de vendedores.

FAMB11B

Para encerrar a lista entre os FIIs que mais valorizaram, está o Edifício Almirante Barroso (FAMB11B). O IPO deste fundo ocorreu em 2003. As cotas eram negociadas a R$ 1.000,00, entretanto, atualmente os papéis são vendidos a R$ 3.779,98.

Este fundo, que é administrado pelo BTG Pactual, detém 100% do Edifício Almirante Barros, localizado no Rio de Janeiro. Atualmente, o imóvel está locado para Caixa Econômica Federal.

No entanto, apesar da valorização desde a abertura de capital, é necessário destacar que a Caixa deixará o imóvel em breve. Dessa forma, o empreendimento passará de ser totalmente ocupado para 100% de taxa de vacância. Segundo Baroni, a desocupação fará com que os cotistas deixem de receber rendimentos.

Vale salientar que essa matéria não representa indicações de compra ou venda de fundos imobiliários. Para ter aceso aos relatórios completos da SUNO Research acesse nosso site: www.suno.com.br.

Giovanna Oliveira

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