Como investir na Bolsa “sem sustos”: ETFs ganham espaço entre investidores

Para quem busca exposição à Bolsa de valores com menor volatilidade e diversificação automática, ao mesmo tempo em que equilibra risco e retorno, os ETFs são uma das melhores opções. Esses fundos de índice permitem ao investidor aplicar em uma cesta diversificada de ativos de forma simples, o que os torna uma porta de entrada cada vez mais popular na renda variável.

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Andrés Kikuchi, diretor de investimentos da Nu Asset, destaca que, com os ETFs, o acesso a estratégias de investimento que antes eram restritas a investidores institucionais foi democratizado.

“Eles oferecem alta transparência, com carteiras divulgadas diariamente, ampla diversificação e taxas mais competitivas. Isso atrai diferentes perfis de investidor e reflete um movimento global”, explica.

Renato Eid, superintendente de estratégias indexadas da Itaú Asset, destaca a simplicidade como um dos fatores que explicam a popularização do produto.

“O investidor percebeu que pode acessar uma carteira diversificada de ações, renda fixa ou até ativos internacionais com um único produto e sem precisar escolher ativo por ativo. Isso democratizou o investimento”, afirma.

Menos sustos: como os ETFs reduzem a volatilidade

Uma das principais vantagens dos ETFs, portanto, está na diversificação. Em vez de depender desempenho de uma única empresa, o investidor acompanha o resultado de um índice, que pode reunir dezenas ou até centenas de companhias.

“Ao consolidar várias ações em uma única operação, o ETF dilui o risco em múltiplas companhias de diferentes setores, o que atenua as oscilações do mercado”, explica Kikuchi.

Danilo Moreno, analista de ETFs da Investo, complementa que essa estrutura ajuda o investidor a ter uma jornada com menos preocupações.

“Eles se tornaram uma opção mais ‘tranquila’ porque eliminam a necessidade de escolher ações individuais e acompanhar cada empresa. Ao replicarem índices amplos, suavizam as oscilações pontuais e favorecem o foco no longo prazo”, afirma.

ETFs de renda variável e renda fixa: diferenças e usos

Embora a maioria dos ETFs seja voltada à renda variável, como os que replicam o Ibovespa (BOVA11) ou o S&P 500 (SPXI11), há também ETFs de renda fixa, que oferecem menor volatilidade e podem servir como porta de entrada para investidores mais conservadores.

Renato Eid, do Itaú, cita o B5P211, que acompanha índices de inflação, e o IMAB11, de títulos públicos de longo prazo, como exemplos de produtos voltados para perfis moderados.

Já o NCDI11, da Nu Asset, investe em LFTs (Tesouro Selic), proporcionando exposição à renda fixa com liquidez de bolsa.

O LFTB11, da Investo, por sua vez, acompanha uma carteira composta por Tesouro Selic e Tesouro IPCA+

“O ponto de partida é entender qual é o objetivo e o horizonte de investimento. Com ETFs, é possível modular o risco com precisão e construir portfólios equilibrados”, explica Eid.

ETFs mais estáveis, mesmo com exposição à Bolsa

Existem ETFs de ações com comportamento mais estável que o mercado amplo, seja por focarem em setores defensivos, seja por adotarem metodologias que priorizam empresas resilientes.

Moreno, da Investo, destaca o BEST11, que concentra empresas brasileiras sólidas dos setores de energia, saneamento, telecomunicações e bancos, todos historicamente menos voláteis. Já o UTLL11, focado em utilidades públicas, é outro exemplo de ETF com fluxo previsível de caixa e menor oscilação.

“Esses ETFs trazem previsibilidade e menor volatilidade, o que é fundamental para quem quer investir em Bolsa sem se expor demais”, resume Moreno.

Na Nu Asset, Kikuchi cita o LVOL11, que busca ações do Ibovespa com menor histórico de oscilação, e o NDIV11, voltado a empresas com forte pagamento de dividendos, como alternativas para quem quer estabilidade sem abrir mão da renda variável.

No caso da Itaú Asset, uma das opções é o DIVO11, que segundo Eid, “tende a apresentar comportamento mais estável com menor volatilidade do que ações isoladas, já que as empresas que os compõem costumam ter resultados mais previsíveis”.

Como escolher o ETF certo?

Escolher o ETF ideal depende sempre do perfil de risco e dos objetivos de cada investidor:

  • Aqueles mais conservadores podem preferir ETFs de renda fixa, como B5P211, IMAB11, NCDI11 ou LFTB11;
  • Moderados podem combinar renda fixa e ações estáveis, por meio de produtos como BEST11, LVOL11 ou DIVO11;
  • Os mais arrojados, por sua vez, tem à sua disposição ETFs internacionais, como GPUS11 (Bolsa americana) e WRLD11 (mercado global), ou até temáticos, como TECK11 (tecnologia) e BITI11 (exposição ao Bitcoin).

“O importante é que a composição da carteira reflita o equilíbrio entre retorno esperado e conforto em relação ao risco”, reforça Moreno.

Assim, com custos baixos, transparência e ampla diversificação, os ETFs se consolidaram como um dos instrumentos mais eficientes para investir na Bolsa sem sustos. Eles permitem construir portfólios sólidos e diversificados, oferecendo desde opções conservadoras até estratégias globais e temáticas.

“Diversificação é o antídoto do risco específico. Com ETFs, o investidor consegue reduzir a volatilidade e investir de forma simples, eficiente e de longo prazo”, complementa Eid.

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Guilherme Serrano Silva

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