Como investir na bolsa? Vale a pena investir em renda variável?

Com a taxa básica de juros em patamares baixos, mais pessoas consideram começar a investir na bolsa. Nesse sentido, investidores que estão ganhando pouco na renda fixa passam a procurar retornos mais elevados, aumentando também a aceitação a um risco mais elevado na bolsa.

Mas, antes de começar a investir na bolsa, é preciso que todo investidor conheça as opções e as estratégias de investimento disponíveis. Assim, o iniciante na renda variável evita de cair em golpes, em mentiras ou em promessas falsas de ganhos extraordinários.

O que é investir na bolsa?

A alternativa de investir na bolsa tem sido adotada por diversos novos investidores de renda variável. Entre eles, como foi colocado, aqueles que antes estavam apenas investindo na renda fixa, obtendo retornos satisfatórios com a Taxa Selic historicamente alta do Brasil. 

No entanto, observa-se que o fluxo recente de novos investidores para a bolsa de valores também engloba indivíduos que antes não estavam no universo de investimentos. Isto é, são novos aplicadores que passaram a conhecer o investimento em renda variável e que passaram a ter uma carteira de investimentos com ativos negociados em bolsa.

Abaixo, um gráfico da bolsa brasileira, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) que demonstra a evolução do número investidores pessoas físicas, que explodiu após 2018:

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Por conta desse fluxo impressionante de novos investidores, dúvidas básicas sobre investir na bolsa passam a ser levantadas com recorrência. Entre elas, aquelas ligadas aos tipos de ativos, às estratégias disponíveis no mercado e à rentabilidade e aos ganhos que podem ser auferidos na bolsa.

Destaca-se, nesse sentido, que várias outras questões do investimento na renda variável surgem pelo fato de grande parte dos investidores não entender como funciona a bolsa de valores. Por isso, antes de considerar investir na bolsa, é preciso compreender de fato como ela funciona.

Como funciona a bolsa de valores?

Apesar de muitos não entenderem como funciona a bolsa de valores, o seu funcionamento é bastante simples. O único fato distinto da vida real, e que é bastante relevante, é a flutuação dos preços dos ativos do mercado.

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Isso porque, na bolsa, vendedores e compradores possuem a oportunidade de se encontrar mais facilmente. Além disso, os preços de negociações são relativamente baixos em termos unitários e, por isso, a liquidez financeira deles é alta.

Isso significa que, ao investir na bolsa, o investidor não precisará se preocupar em desembolsar grandes quantias, já que existem ativos com preços na faixa dos 10 reais. Ainda, não será necessário procurar por um comprador ou vendedor, já que as negociações são feitas em tempo real e em grande volume.

O grande ponto é que a negociação dos ativos é feita com base em participações societárias. Ou seja, ao investir na bolsa com pouco dinheiro, o investidor está podendo comprar e vender pequenos percentuais do capital social das empresas, representados pelas ações.

No caso de cotas de fundos de investimentos imobiliários, ao adquirir uma cota na bolsa, o investidor está, em outras palavras, comprando um pequeno pedaço de imóveis do fundo. A diferença são os valores, já que um imóvel custaria dezenas, centenas ou milhões de reais, enquanto as cotas possuem preço próximo dos 100 reais.

Outra diferença é que, diferente do mundo real, o preço dos ativos da bolsa são atualizados a todo instante. Por isso, com base na oferta e na demanda e na negociação dos ativos, os preços vão se alternando, tanto para baixo quanto para cima. 

Quais ativos investir na bolsa?

Um dos principais pontos para se conhecer antes de entrar na renda variável é conhecer quais ativos investir na bolsa. Obviamente, o objetivo não é entregar uma carteira recomendada, mas apresentar as opções de ativos disponíveis para o investidor e como eles funcionam.

Abaixo, alguns dos ativos negociados em bolsa:

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Apesar do relativo alto número de ativos negociados na bolsa de valores, aqueles que consideram começar a investir na bolsa devem iniciar estudando três principais classes. São elas: as ações, os fundos imobiliários e os ETFs. Abaixo, um pouco mais sobre cada um desses ativos.

Ações de empresas

As ações de empresas são a principal classe de ativos que os investidores terão disponíveis ao investir na bolsa. Isso porque grande parte dos demais ativos de renda variável derivam-se dos papéis das companhias, como as opções de ações e os ETFs.

Para compreender como investir em ações funciona, basta que o indivíduo entenda que toda empresa da bolsa possui um capital social dividido em diversos pequenos pedaços, cada um representando um percentual sobre o total da companhia. No caso, as frações desse capital social são as ações da bolsa.

Com isso, é possível afirmar que aquele que detém ações de uma empresa é considerado sócio da mesma. Assim, como sócio, o também chamado de acionista passa a ter direito aos resultados auferidos pela companhia, sejam eles positivos — refletindo em dividendos distribuídos e na valorização da ação — ou negativos — culminando na queda dos papéis na bolsa.

Vale destacar, ainda, que a opção dos indivíduos de comprar ações de empresas na bolsa faz com que a bolsa de valores seja muito democrática. Afinal, pequenos investidores com poucos recursos podem deter os mesmos ativos de grandes empresários, tendo, inclusive, a mesma rentabilidade que estes.

Obviamente, os grandes empresários e fundadores das empresas de capital aberto na bolsa terão muito mais ações que os pequenos investidores individuais. No entanto, há uma evidente oportunidade ao investir na bolsa de valores de crescer o patrimônio investindo em ativos de qualidade e com pouco dinheiro.

Afinal de contas, para começar a investir na bolsa o investidor deve possuir, no mínimo, o preço de 1 ação. Abaixo, o preço unitário aproximado de algumas empresas com ações na bolsa:

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Fundos Imobiliários (FIIs)

Além das ações, outra importante classe de ativo disponível para aqueles que desejam investir na bolsa são os fundos imobiliários, também conhecidos simplesmente como FIIs. Basicamente, como o próprio nome diz, eles são fundos de investimentos que são negociados na bolsa por meio de cotas de valor variável.

Então, assim como no caso dos papéis de empresas, aqueles que detém cotas de um FII passam a obter um resultado proporcional àquele auferido pelo fundo. A diferença, no entanto, é que os FIIs são ativos com foco exclusivo no mercado imobiliário.

Nesse sentido, existem algumas classes de FIIs disponíveis na bolsa, são elas as de fundos de:

  • Tijolo: FIIs que possuem ativos imobiliários~com o objetivo de alugá-los no mercado;
  • Papel: FIIs que emitem títulos de crédito no mercado com lastro imobiliário;
  • Fundos: FIIs que possuem dentro deles cotas de outros fundos imobiliários;
  • Desenvolvimento: FIIs que participam de incorporações imobiliárias.

Normalmente, os investidores dos fundos imobiliários são aqueles que desejam investir na renda variável com o foco em obter uma renda mensal. Isso porque os FIIs devem distribuir 95% do resultado semestralmente auferido sob o regime de caixa.

E apesar da regra semestral, os FIIs possuem a prática de distribuir mensalmente resultados para seus cotistas. Sendo assim, todo mês o investidor de fundos imobiliários recebe em sua conta na corretora de valores um rendimento proporcional à quantidade de cotas detidas.

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ETFs

A terceira grande e importante classe de ativos disponíveis para investir na bolsa são os ETFs, sigla para Exchange Traded Funds. Apesar do nome difícil, o funcionamento desse tipo de ativo não é tão complicado assim.

Basicamente, eles são fundos de investimentos passivos e negociados em bolsa e que investem em outros ativos, de acordo com uma metodologia pré-estabelecida. Assim, todo ETF possui dentro de si uma carteira de investimentos com outros ativos, como um conjunto de ações.

Dessa forma, ao investir em ETF o investidor está, em outras palavras, se expondo ao desempenho médio e ponderado que será alcançado por essa carteira de investimento do fundo passivo. E, como foi colocado, cada Exchange Traded Fund terá sua própria carteira, dependendo de sua metodologia.

Abaixo, alguns fundos ETFs negociados na bolsa e o respectivo objetivo de investimento:

  • DIVO11: ETF que investe nas pagadoras de dividendos da bolsa;
  • SMAL11 ETF que investe na empresas small caps da bolsa;
  • BOVA11: ETF que investe na carteira do índice Bovespa (Ibovespa).

Destaca-se que o investimento em ETFs é interessante sobretudo para investidores que desejam investir na bolsa sem precisar de tanta dedicação. Afinal de contas, ao investir nessa classe o investidor não precisa acompanhar os resultados de empresas específicas ou se preocupar com a alocação de recursos nos ativos.

Isso porque, como foi colocado, os Exchange Traded Funds possuem metodologias pré-estabelecidas de investimentos. Assim, sua gestora é a responsável por seguir essa metodologia e realizar a adequação dos ativos e de seus respectivos percentuais ao longo do tempo.

Quais são as estratégias para investir na bolsa?

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Ao começar os aportes financeiros na renda variável, os investidores irão começar a notar que existem diversas linhas de investimentos diferentes. Assim, irão se questionar quais são as estratégias para investir na bolsa praticadas no mercado.

Nesse sentido, destaca-se que existem duas principais linhas de investimentos: a análise fundamentalista e a análise técnica. A seguir, será possível compreender melhor a diferença entre cada uma dessas estratégias e a efetividade histórica de cada uma delas.

Análise fundamentalista

As mais bem sucedidas estratégias de investimento ao investir na bolsa foram aquelas embasadas em análises fundamentalistas dos ativos. Nessa perspectiva, o investidor avalia, como o próprio nome diz, os fundamentos, entre eles:

Com base nesses fundamentos, e em tantos outros, o investidor fundamentalista consegue obter mais informações a respeito do ativo estudado, o que auxilia na tomada de decisão de comprá-lo, ou não. Destaca-se ainda que dentro dessa análise de fundamentos, existem algumas principais linhas de investimentos utilizadas, as quais serão abordadas abaixo.

Value Investing

A primeira e talvez mais conhecida estratégia fundamentalista é o value investing. Difundida pelo investidor e professor norte-americano Benjamin Graham no início do século XX, a metodologia basicamente procura por assimetrias entre preço o valor, sendo que:

  • Preço: o que se paga, ou seja, o preço do ativo no mercado;
  • Valor: o que se leva na compra, ou seja, o quanto o ativo deveria valer.

Apesar de parecer sutil, a diferença entre preço e valor pode ser, muitas vezes, intensa. Isso porque, para descobrir ou tentar chegar próximo do valor de um ativo, o investidor deve avaliar diversos pontos, como as perspectivas de crescimento e a rentabilidade sobre capital investido.

E no caso de encontrar uma companhia com um valor X sendo negociada a um preço de uma fração de X, o indivíduo se depara com uma oportunidade de investimento. Afinal, se espera que em determinado momento o mercado faça o preço do ativo convergir para seu valor, fazendo com que o investidor ganhe na valorização.

Uma das maneiras mais simples de observar a diferença entre preço e valor é analisando o P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial) de uma companhia. Quando abaixo de 1, esse indicador demonstra que determinado ativo está sendo negociado por um preço inferior ao seu valor patrimonial, um possível demonstrativo de desconto.

No entanto, a análise é mais complexa do que isso, já que o indicador menor do que 1 pode ser um sintoma, por exemplo, de destruição de patrimônio pela companhia, no caso de ela estar tendo prejuízos constantes. Para evitar cair neste tipo de erro, técnicas mais elaboradas de análise de valor foram criadas: as chamadas de técnicas de valuation.

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Buy and Hold

Além do value investing, há outra estratégia de investir na bolsa bastante conhecida e difundida no universo dos investimentos: o buy and hold. Como seu nome em inglês diz, o objetivo é “comprar e segurar”, ou “comprar e esperar”, ou, para alguns, “comprar e nunca vender”.

Nessa estratégia de investir na bolsa, o investidor procura por boas empresas na bolsa de valores e os compra para o longo prazo. Sendo que esse longo prazo pode ser até mesmo indeterminado, para aqueles que pretendem nunca vender os ativos.

A justificativa dessa estratégia é de que, em janelas temporais mais longas, a direção da bolsa de valores é só uma: para cima. Assim, a melhor forma de obter uma rentabilidade seria de estar sempre exposto à renda variável, comprando os ativos e não se preocupando em vendê-los no curto ou médio prazo.

Além disso, destaca-se ainda que a estratégia do buy and hold pode, ou não, ser mesclada com o value investing. Isso porque existem investidores que compram ativos para o longo prazo tentando encontrar assimetrias de preço e valor, como o próprio megainvestidor americano Warren Buffett.

Abaixo, o resultado das ações de sua holding de investimentos, a Berkshire Hathaway, desde 1990:

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Além daqueles que mesclam o value investing com o buy and hold, ainda existem aqueles que não acreditam na ineficiência do mercado, a responsável por criar as assimetrias de preço e valor. Então, por acreditarem na hipótese dos mercados eficientes, compram empresas de alta qualidade e fundamentos, mantendo-as para o longuíssimo prazo. 

Dividendos

Por fim, outra técnica de investir na bolsa muito utilizada pelos investidores é a de aplicar naqueles ativos chamados de “pagadores de dividendos”. Isto é, naquelas ações ou FIIs que possuam um alto indicador de distribuição de lucro para seus acionistas.

Essa análise de distribuição dos dividendos pode ser realizada de diversas formas, mas uma das mais conhecidas é por meio do Dividend Yield. Sendo que este indicador demonstra o percentual de proventos pagos nos últimos 12 meses em relação ao preço do ativo:

A estratégia de investir em ativos pagadores de dividendos, historicamente, tem sido bem sucedida. Afinal, em tese, para uma companhia conseguir pagar muitos proventos ela deve estar crescendo e dando lucro.

O livro de Décio Bazin “Faça Fortuna com Ações – Antes que seja tarde” demonstra como o investimento em empresas pagadoras de dividendos da bolsa brasileira foi um excelente negócio. Sendo que a rentabilidade dessa estratégia superou, e muito, os índices de mercado.

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Análise técnica

Além da análise fundamentalista, existe também uma outra vertente do mercado que utiliza a análise técnica. Apesar de ser chamada como uma estratégia de investimento, na verdade, é possível afirmar que essa vertente é especulativa, não se preocupando com os fundamentos dos ativos.

Isso significa que o especulador que utiliza a análise técnica, normalmente chamado de trader do mercado, não se preocupa com a qualidade dos ativos, com suas perspectivas futuras ou com seu valuation. Então, para embasar as decisões de compra dos ativos, os traders analisam os gráficos das cotações dos ativos.

Vale destacar, ainda, que a análise técnica possui alguns principais subgrupos, os quais se diferem principalmente em relação ao prazo utilizado nas avaliações. Abaixo, um pouco mais sobre cada uma das principais estratégias da análise técnica.

Day Trade

O primeiro grande grupo pertencente à análise técnica é o day trade. E como o próprio nome dessa estratégia já diz, os especuladores as utilizam para fazer análises diárias, comprando e vendendo ativos dentro de um único pregão da bolsa.

Para determinar as compras e as vendas dos ativos, os day traders tentam encontrar padrões gráficos de alta ou de queda. Com as tendências observadas, o trader tenta prever algum movimento do mercado, fazendo com que ele possa montar uma posição de compra ou de venda antecipadamente e, claro, lucrar com isso.

Abaixo, alguns dos padrões gráficos que os traders costumam procurar nas cotações dos ativos:

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Destaca-se, ainda, que apesar de ser conhecida como uma estratégia de investir na bolsa, o day trade não pode ser considerado investimento. Primeiro, porque, como foi falado, essa estratégia não é de investimento, mas de especulação.

Além disso, existem estudos que comprovam que a probabilidade de perda daqueles que praticam o day trade é quase certa. Nesse sentido, um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) provou que viver de day trade é impossível e que apenas 0,12% dos day traders são capazes de lucrar mais de 100 reais por dia.

Swing Trade

Assim como no day trade, a estratégia do swing trade também procura por padrões gráficos para montar posições compradas ou vendidas. No entanto, ao invés de utilizar gráficos de curto prazo, os swing traders costumam utilizar gráficos mais longos.

Por conta disso, as operações de swing costumam durar alguns dias. É por isso que o swing trader pode comprar uma determinada ação, por exemplo, para vendê-la na semana seguinte.

Vale ressaltar ainda que, assim como o day trade, o swing trade também é uma estratégia especulativa, e não de investimento, apesar de que alguns insistem em afirmar o contrário. Além disso, ela também costuma apresentar resultados baixos e até prejuízos para aqueles que praticam.

Position Trade

Além do day trade e do swing trade, existe uma terceira vertente da análise técnica menos conhecida e difundida, que é o position trade. Como seu próprio nome diz, ela consiste na elaboração de uma posição que costuma ser mais longa, podendo durar semanas e até mesmo meses.

Ou seja, diferente do day e do swing trade, o position trade possui um prazo de operação mais longo. No entanto, a semelhança entre as estratégias é que o position também utiliza da análise de gráficos e da observação de tendências e padrões — o que faz dele também uma operação especulativa no mercado.

Vale a pena investir na bolsa?

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Depois de entender mais sobre como investir na bolsa, quais os ativos disponíveis e as principais estratégias de investimentos, muitos investidores podem se deparar com uma dúvida frequente. Isto é, vale a pena investir na bolsa?

Nesse sentido, de antemão, vale destacar que sim, vale muito a pena investir na bolsa, tendo o retorno passado superado, e muito, os demais investimentos disponíveis no mercado. E para verificar esta questão, abaixo, um tópico dedicado para o retorno histórico de investir na bolsa.

Retorno histórico de investir na bolsa

O retorno histórico de investir na bolsa, conforme colocado, foi extremamente positivo ao longo dos anos. Abaixo, um gráfico que mostra o retorno do mercado acionário norte-americano nos últimos 200 anos, em comparação com títulos do tesouro (bond e bills), com o ouro (gold) e com o dólar:

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Além desse gráfico, demonstrado por Jeremy Siegel em seu livro “Investindo em Ações no Longo Prazo”, há um outro demonstrativo que mostra, em termos mundiais, a superação das ações em relação aos títulos de renda fixa. Abaixo, o gráfico que evidencia essa superioridade de retorno de investir na bolsa:

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Como pode ser observado, desde 1900 a 2021, nenhuma das economias acima teve um retorno na bolsa de valores menor do que os títulos de renda fixa, tendo algumas delas superado, e muito, as aplicações mais seguras. Isto está em linha com as expectativas de risco, já que quanto maior o risco, maior o retorno.

Observando esses gráficos, alguns investidores podem imaginar que investir na bolsa, no Brasil, teria sido diferente. No entanto, os retornos da bolsa brasileira são ainda melhores do que esses apresentados.

Isso porque, historicamente, desde a criação do índice Bovespa, o principal índice do mercado acionário brasileiro, a bolsa do Brasil rendeu o equivalente a 1% ao mês em dólar. Sendo este um retorno bastante elevado.

Abaixo, o gráfico que demonstra o retorno histórico e dolarizado de investir na bolsa no Brasil:

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Como começar a investir na bolsa?

Depois de compreender melhor sobre o investimento na renda variável e de verificar o seu retorno histórico, os investidores costumam se deparar com uma última dúvida importante. Isto é, como começar a investir na bolsa?

Para deixar as desculpas de lado, abaixo o passo a passo de como começar a investir na bolsa de valores:

1. Abrir conta em uma corretora

O primeiro passo para começar a investir na bolsa é abrir conta em uma corretora de valores. Com a conta aberta, o investidor poderá ter acesso às plataformas de investimento, estando apto, assim, para realizar seus primeiros aportes na bolsa.

Destaca-se, ainda, que muitos investidores possuem dúvida em qual corretora abrir a sua conta. Nesse sentido, aconselha-se procurar por aquelas instituições que ofereçam taxa de corretagem e de custódia zero para seus clientes. 

Com a taxa zero na negociação dos ativos, o investidor poderá reduzir seus custos de transação na bolsa. Além disso, poderá utilizar o recurso que seria gasto com a taxa de corretagem ou com a taxa de custódia para conseguir comprar ainda mais ativos na hora de investir na bolsa

2. Estudar os ativos disponíveis

O segundo passo antes de investir na bolsa é, claro, estudar os ativos disponíveis para investimento para conseguir definir quais são os primeiros a serem comprados. Nessa análise, alguns dos pontos que devem ser observados são:

Com esses pontos observados, o investidor poderá filtrar quais são os melhores ativos para investir na bolsa. E para aqueles que ainda não possuem experiência nas análises dos ativos, recomenda-se o apoio de uma casa de análise de investimento do mercado.

3. Realizar a compra pelo home broker

Depois de ter a conta aberta e após estudar e definir o ativo a ser adquirido na bolsa, o próximo passo é comprar, de fato, o ativo. Para isso, o investidor deverá acessar o home broker que sua corretora, que é a plataforma que dá acesso às negociações da bolsa de valores.

Durante o período do pregão da bolsa, o investidor irá acessar essa plataforma da corretora e começar a investir na bolsa. Para isso, deverá selecionar o ticker do ativo a ser adquirido, a quantidade e o preço. Depois disso, é só enviar a ordem de compra.

4. Repetir e esperar

Depois de fazer o primeiro investimento na bolsa de valores pelo home broker, o último passo é repetir e esperar. Isso porque uma só compra não irá, sozinha, fazer o investidor bem sucedido na bolsa.

Para isso, será necessário repetir os investimentos na bolsa por um bom tempo e, além disso, esperar o efeito dos juros compostos. Afinal, os resultados na bolsa de valores vêm por meio da inexorável passagem do tempo.

E então, conseguiu entender melhor como investir na bolsa? Deixe abaixo suas dúvidas e comentários sobre esse assunto.

PLANILHA DA VIDA FINANCEIRA

perguntas frequentes sobre investir na bolsa
Qual o valor mínimo para começar a investir na bolsa?

Pode-se dizer que o valor mínimo para começar a investir na bolsa será do preço unitário de uma ação. Assim, com cerca de 10 a 20 reais, o investidor já será capaz de começar a investir nos papéis de grandes companhias com capital aberto na bolsa.

O que é preciso para começar a investir na bolsa?

Para começar a investir na bolsa, o investidor deve ter, primeiramente, uma conta em uma corretora de valores e o valor unitário de uma ação para realizar sua primeira compra. No caso, é possível encontrar diversos papéis com preço próximo dos 10 reais.

Vale a pena investir na bolsa?

Apesar da dúvida frequente, é preciso ressaltar que, sim, vale a pena investir na bolsa, apesar dos riscos maiores. Destaca-se, neste sentido, que os maiores riscos existem quando o investidor aloca um recurso que irá precisar no curto prazo, sendo que estes são mitigados ao longo do tempo, quando o investimento se torna de longo prazo.

Como investir na bolsa sozinho?

Para investir na bolsa sozinho, é preciso que o investidor já seja capaz de entender de contabilidade e de analisar os resultados das empresas investidas. E, para aprender isto, sugere-se que o investidor comece com algum tipo de ajuda, como de uma casa de análise de investimentos.

Qual melhor forma de investir na bolsa de valores?

A melhor forma de investir na bolsa de valores é com o foco no longo prazo, buscando encontrar assimetrias entre preço e valor. Em outras palavras, a melhor estratégia é comprar empresas com um preço no mercado abaixo do seu valor intrínseco, isto é, de quanto ela deveria valer, levando em conta seu valuation.

Bibliografia para investir na bolsa

https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_06-bef-investimentos.pdf

http://www.hpprev.com.br/download/educPrev/cartilha_comoInvestirEmAcoes.pdf

http://conteudo.cvm.gov.br/export/sites/cvm/menu/investidor/estudos/pesquisas/20181002_estudo_spc_cenario_da_poupanca_e_dos_investimentos_dos_brasileiros.pdf

https://www.toledo.pr.gov.br/sites/default/files/modulo4_principios_de_investimento.pdf

http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_sto_137_871_17785.pdf 

ACESSO RÁPIDO
    Rodrigo Wainberg
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