Rodrigo Amato

BNDES usa FDIC para reforçar crédito a pequenas empresas

O BNDES avançou na estratégia de acesso aos recursos por estas companhias. Lançou um produto no qual vai também assumir o risco, ao usar os FIDCs como fonte de empréstimos às cadeias produtivas

As micro, pequenas e médias empresas assumem, a cada dia, um papel relevante na economia brasileira. Segundo dados do Sebrae, há 8,9 milhões delas no país, que são responsáveis por 52% da geração total de empregos e respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

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No entanto, ainda carecem de crédito. Mas há boas notícias no front. Em linha com as diretrizes já expressas pelo futuro presidente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) avançou na estratégia de acesso aos recursos por estas companhias. Lançou um produto no qual vai também assumir o risco, junto às grandes empresas parceiras, ao usar os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) como fonte de empréstimos às cadeias produtivas.

Os FIDCs são fundos que têm em suas carteiras créditos de empresas, como duplicatas, cheques, aluguéis ou valores que foram parcelados no cartão de crédito. Essas dívidas são convertidas em títulos e vendidas a terceiros.

Segundo o BNDES, já foi estruturado um primeiro fundo-piloto, e a previsão do banco é que ao menos mais três sejam montados até o fim deste ano. No total, serão R$ 400 milhões disponíveis para este universo empresarial em 2022.

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Como a remuneração do FIDC é resultado dos juros de sua carteira, ele é considerado um investimento em renda fixa. O FIDC funciona como um fundo de investimento tradicional, que reúne recursos financeiros de diversos investidores para uma aplicação em conjunto. Para fazer isso, existe a figura do administrador (uma instituição financeira), que capta os recursos dos investidores por meio de cotas.

Todo FIDC precisa ter um regulamento que explica sua política de investimento. Em suma, em que ativos aplica, se os riscos estão bem distribuídos, tanto os de crédito, como os do mercado em que a empresa atua e até o cenário macroeconômico. Por isso, é imprescindível ler todo o prospecto e, o ideal, procurar um especialista para explicar os jargões, muitas vezes difíceis mesmo.

Aqui entra a Laqus com sua expertise. A empresa tem o objetivo de suprir a carência do mundo corporativo a respeito de um serviço especializado e de excelência. Fornece um ecossistema da infraestrutura do mercado, para quem ainda se financia por meio dos FIDCs, por exemplo, e quer começar a fazê-lo.

Mas há ainda uma outra boa nova, com um sabor de “quero mais”. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai mudar o marco regulatório dos fundos, FIDCs incluídos, o que deve sair entre o fim deste ano e o primeiro trimestre de 2023. A ideia é democratizar o acesso a este tipo de investimento.

Isso porque, hoje, só podem investir neste fundo investidores classificados como profissionais. São aqueles com certificação da CVM para registro de agentes autônomos; consultores de valores mobiliários; analistas ou administradores de carteira; Clubes de Investimento que sejam geridos pelos chamados investidores qualificados (ter ao menos R$ 1 milhão em investimentos).

O novo marco prevê que poderá haver a distribuição ao chamado público de varejo, o investidor que não tenha R$ 1 milhão. Vai atrair, espera-se, milhares de pessoas que possuem menos recursos, mas veem vantagens na diversificação e na rentabilidade dos FIDCs.

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Nota

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