Marcos Figueiredo

Volta às aulas: uma boa oportunidade para falar de educação financeira

Esta é a melhor hora para, juntos, planejar os gastos. Vale a pena reunir a família e conversar sobre como fazer bom uso do dinheiro

Depois do período de férias, com o merecido descanso, chega o momento de recomeçar o ano letivo para crianças e adolescentes. Nessa faixa de idade, são comuns os pedidos para que os pais comprem tudo novo. Isso porque, para os jovens, a volta às aulas é a hora de mostrar que amadureceram. Eles gostam de expressar sua identidade nas roupas e objetos que usarão na escola. Já os pais querem gastar o mínimo possível, especialmente neste início de ano em que existem outras despesas extras.

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Parece um impasse de difícil solução, mas é possível aproveitar a oportunidade de uma situação real e transformá-la em aprendizado para sua família. Esta é a melhor hora para, juntos, planejar os gastos. Vale a pena reunir a família e conversar sobre como fazer bom uso do dinheiro e tomar as melhores decisões de compra ao longo do ano letivo. Isso é educação financeira na prática!

O primeiro passo é definir um valor fixo para ser utilizado na cantina da escola e, se for o caso, no transporte de ida e volta. É a boa e velha mesada, uma ferramenta essencial para o aprendizado na prática sobre como cuidar do dinheiro. O valor pode ser pago semanalmente. Esse é um intervalo de tempo mais fácil para os adolescentes administrarem, já que os pagamentos mensais exigem uma maior capacidade de planejamento dos gastos.

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Para definir o valor da mesada, faça as contas junto com seus filhos, demonstrando o valor previsto com cada despesa. Por exemplo: se o valor do lanche for de R$ 15,00 por dia — sendo R$ 6,00 para bebida e R$ 9,00 para a comida —, o total semanal será de R$ 75,00. Desta forma, você estará apresentando o conceito de orçamento. Mas a experiência pode ir além, incentivando o hábito da poupança! Você pode sugerir que eles levem um lanche de casa, comprando apenas a bebida na cantina. Ao fim da semana, o que sobrar poderá ser poupado para algo maior no futuro. Com isso, você reforçará que nem todo o dinheiro disponível precisa ser gasto.

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Para criar mais uma situação didática, você pode compartilhar com seus filhos o orçamento que havia previsto para comprar diversos itens que são pedidos ao longo do ano letivo. Juntos, vocês podem pensar em soluções para economizar nessas despesas, usando o dinheiro que sobrar para uma atividade em família. Veja alguns exemplos:

● Durante o ano, as escolas costumam pedir livros de literatura e outros materiais de apoio. Uma boa dica é procurar esses itens em sebos online. As lojas dão informações sobre o estado de conservação das peças. Vale a pena garimpar ofertas e economizar! Afinal, em geral essas leituras são feitas apenas uma vez. Outra possibilidade é buscar informações sobre grupos de trocas da própria escola: muitas vezes outras famílias que já utilizaram os livros oferecem doações para estudantes de outras séries.

● Quanto às roupas, mochilas e acessórios, que tal apostar na customização? Para os estudantes, reutilizar materiais de anos anteriores pode parecer desanimador, porque usam essas peças para expressar seus gostos e preferências. Uma boa ideia é comprar uma mochila neutra e personalizar a peça a cada ano, com aplicações de patchs e bottons, por exemplo. O mesmo pode ser feito com roupas e calçados, se for permitido pela escola.

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Por fim, a dica mais importante é envolver os adolescentes no processo de escolha. Convide-os para ir às compras junto com você. Isso irá criar uma situação didática, ou seja, uma oportunidade para aprender na prática a usar o dinheiro de forma planejada. Dependendo da maturidade dos seus filhos, você pode deixar uma parte do dinheiro para eles mesmos decidirem o que irão comprar, em itens de menor valor, como materiais de papelaria. Incentive-os a serem econômicos garantindo que o dinheiro que sobrar poderá ser guardado para realizar outros desejos de consumo ao longo do ano!

O que achou das dicas? Deixe sua opinião no espaço dos comentários!

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Nota

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Marcos Figueiredo
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