Marcos Figueiredo

Nem sim, nem não: o que aprendi nas férias dos meus filhos

A quebra da rotina traz desafios para a gestão do orçamento familiar. Esta é uma boa oportunidade para pensar na educação financeira.

Nas últimas semanas, meus filhos estavam de férias na escola e isso mudou a rotina da nossa família. Os dois adolescentes gostam de ir ao clube, e às vezes acabam ficando por lá nos horários de almoço ou lanche. Com isso, passei a receber telefonemas no meio do dia com o mesmo pedido: “Pai, pode me transferir mais dinheiro?”

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Rapidamente percebi que essa pergunta só permite duas respostas: sim ou não. O problema é que quando a decisão fica por conta dos pais, a consequência é que os filhos não aprendem a fazer escolhas nem a usar o dinheiro com autonomia e responsabilidade.

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Essas novas demandas, que surgiram com a quebra na rotina, me fizeram refletir sobre uma forma melhor de dar dinheiro para eles aproveitarem as férias sem perder de vista o desenvolvimento de bons hábitos financeiros. Assim, em vez de apenas aceitar ou negar cada demanda, adotei uma abordagem mais educativa.

Depois de alguns dias observando os gastos mais comuns, calculei um valor que cobrisse as despesas com o clube, o cinema, o transporte e a alimentação. Claro que, para fazer esse cálculo, levei em conta não só as necessidades deles, mas também as minhas possibilidades. Passei, então, a dar uma verba semanal para eles usarem como quiserem durante o período de férias. Assim, não recebo mais pedidos cada vez que eles precisarem de dinheiro: cabe a eles mesmos tomarem as decisões, desde que fiquem dentro do orçamento estabelecido.

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Mas se nas férias surgem despesas inesperadas, por outro lado desaparecem alguns gastos que são comuns no período letivo, como o lanche da escola. Por isso, é importante deixar claro que a grana das férias não substitui a mesada. Essa é uma solução válida apenas para este momento, que tem características diferentes da rotina normal. Quando as aulas voltarem, retomaremos os pagamentos com valor e periodicidade fixos — como eu disse na última coluna, esse é o melhor instrumento para ensinar os mais jovens a lidar com dinheiro na prática.

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E você, percebeu alguma mudança nos hábitos financeiros da sua família durante as férias? Deixe sua opinião no espaço dos comentários.

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Nota

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Marcos Figueiredo
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