Luiz Grubert

A jornada do Value Investor

O caminho do investidor é solitário e muitas vezes é necessário ser um “contrarian”, ir contra a manada e desafiar o senso comum, mas não sem antes analisar seus argumentos

O investidor de valor é constantemente bombardeado com novas formas de investimento e “estratégias do momento”: como se manter fiel à sua estratégia inicial apesar dos reveses?

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Muito se fala do investimento a longo prazo e do poder dos juros compostos. Mas tão importante quanto a rentabilidade a longo prazo é a sobrevivência a curto prazo, e não digo apenas de não “quebrar” financeiramente, mas principalmente psicologicamente.

Para usufruir dos benefícios do investimento a longo prazo precisamos primeiro sobreviver a diversos vieses que nos desviam do caminho do investidor de valor, dentre eles estão a autoconfiança excessiva e o viés da confirmação.

O investidor precisa confiar em sua tese e acreditar piamente em sua validade, pois nela estão sendo depositados os frutos do seu trabalho e a confiança do seu futuro, mas não deve temer colocar sua tese à prova, ao debater com outros investidores e menos ainda buscar apenas fontes que confirmem a sua tese, como agiria alguém influenciado pelo viés da confirmação.

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O caminho do investidor é solitário e muitas vezes é necessário ser um “contrarian”, ir contra a manada e desafiar o senso comum, mas não sem antes analisar seus argumentos.

O “trabalho” do investidor nunca acaba: ele é um eterno aprendiz e todo o conhecimento pode vir a auxiliá-lo a ampliar ou aprofundar seu círculo de competência, pois, como acreditava Hayek, o conhecimento está disperso na sociedade.

O ser humano é por natureza um ser social e tentará inerentemente plantar uma semente com suas ideias na cabeça de outros, bem como os outros tentarão o mesmo. Assim é plantada a semente do diálogo e logo florescerão os frutos deste embate de ideias.

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É muito fácil se perder no mundo dos investimentos e achar que precisamos ter uma opinião formada sobre tudo ou mesmo estar certo sobre todos os temas para ter sucesso. A verdade é que não precisamos, e a maioria dos grandes investidores nem mesmo tenta fazer isso.

Em mercados altistas, Warren Buffett segue investindo calmamente. Às vezes acusado de ter “perdido a mão”, e às vezes até de ter ficado muito velho para entender as novas tecnologias que se avizinham. Nada disso o abala e sempre que o mercado “vira”. O oráculo demonstra com toda sua sabedoria e humildade os resultados de sua paciência e parcimônia para colher os frutos de sua consistência.

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A autoconfiança excessiva nos faz incorrer em riscos desnecessários apenas para demonstrar aos outros um falso conhecimento profundo sobre um tema que lemos no último final de semana. O chamado círculo de competência, sendo utilizado em sua mais infrutífera forma.

Na vida real ninguém chega a um cardiologista e pergunta sobre uma fratura no joelho de um atleta e muito menos o cardiologista se sentiria na obrigação de emitir uma opinião a respeito. Então por que quando se trata de investimentos em Bolsa nos sentimos assim?

O FOMO (Fear Of Missing Out) nos investimentos é tão impactante que nos sentimos passados para trás se o colega de trabalho está ganhando dinheiro com um setor extravagante ou “cool” e nós não temos uma ação daquele setor para nos vangloriar das recentes altas ou mesmo participar da conversa.

Investir em bancos ou elétricas não têm o mesmo apelo do que investir em uma empresa “cool” de carros elétricos (e múltiplos estratosféricos) ou naquela empresa em que muitos veem um turnaround bem-sucedido antes mesmo da empresa parar de afundar para começar a remar novamente.

O caminho do investidor de valor não tem louros ou glamour, e às vezes pode ser enfadonho, repetitivo, árduo ou mesmo aparentar “não funcionar” por alguns anos. São nos momentos em que o Value Investing performa abaixo dos mercados em que muitos desistem, penduram as chuteiras ou mudam de estratégia.

É natural que uma estratégia não seja a vencedora todos os anos, porque se fosse, todos a seguiram e ela deixaria de ser. E é por isso que o Value Investing funciona, pois apesar de se basear em uma premissa simples, “comprar um ativo abaixo do seu valor intrínseco”, ele não é tão simplista em sua execução.

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O emocional do investidor conta muito e é necessário atravessar a tempestade para chegar novamente à terra firme. Não são todos que se estão dispostos a se lançar no alto-mar da Renda Variável para desfrutar dos retornos esperados dos bons investimentos em Valor.

Esta matéria foi escrita pelo time da Suno Consultoria. Para conhecer melhor este serviço da Suno, clique aqui

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Nota

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