Guilherme Cavalcanti

A importância do mindset do “Value Investor”

O value investing parece uma atividade simples. No entanto, vários fatores dificultam sua aplicação no mundo real, e por isso precisa ter bem fixado na mente do investidor o “mindset” do value investor

Atualmente somos bombardeados com uma grande quantidade de informações disponíveis a todo o momento. Isso não só com investimentos, mas também em relação a todos os ramos/nichos que podemos imaginar, Medicina, Engenharia, Política, entre outros.

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O grande problema disso é que muitas vezes não conseguimos discernir quais seriam as informações corretas e que merecem nossa atenção.

Destaco que esse “problema” acaba se tornando ainda mais rotineiro no mundo dos investimentos, principalmente pelo grande número de pessoas que adentraram nesse mercado nos últimos anos. Dessa forma, a tomada de decisão do investidor iniciante ou daquele que não possui muito conhecimento se torna cada vez mais difícil. Decidir em quem ele pode confiar e quem ele pode desconsiderar, falas e “conselhos” é um desafio. Para conseguirmos nos nortear e aprender com as pessoas certas há uma frase muito icônica do Sr. Isaac Newton que sempre gosto de lembrar: “Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”.

Em linha com essa frase, conseguiremos ter um bom discernimento para entender com quem devemos aprender. Isso vale para todas as áreas de atuação, inclusive o mundo dos investimentos. Se fizermos uma boa curadoria, conseguimos visualizar que os “gigantes” desse mundo em sua grande maioria são “Value Investors”, ou “Investidor de Valor” para quem preferir.

De maneira geral, podemos dizer que value investing é uma estratégia de investimento que busca investir em ações com preços de tela abaixo do que os investidores acreditam ser o valor intrínseco da empresa, esperando que o mercado perceba essa diferença e o preço da ação corrija ao longo do tempo.

Dito isso, o value investing parece uma atividade simples. No entanto, vários fatores dificultam sua aplicação no mundo real, e por isso precisa ter bem fixado na mente do investidor o “mindset” do value investor.

Basicamente o value investor nunca poderá tomar suas decisões conforme suas emoções e sim sempre com as razões. No momento em que você enxergar o mundo desabando à sua volta, devido a alguma crise financeira, ou algo do tipo, você precisará se manter firme em sua estratégia, entender os potenciais riscos da empresa em que você é sócio e dessa forma ter a segurança que mesmo se a empresa se desvalorize 50% e você perca 50% do que havia investido, você no fundo saberá que comprou algo por 1X e, agora que esse preço está 0,5X, você compraria da mesma forma, pois entende o potencial do negócio e entende que o valor intrínseco do ativo é maior do que aquele 1X pago no princípio é muito maior do que aquele 0,5X que estão valendo hoje, e no longo prazo o preço sempre tende a convergir para o valor.

“Preço é o que você paga, valor é o que você leva”.

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Um dos fatores importantes para que consiga aplicar esse modelo no mundo real é o fator tempo. Por exemplo, o tempo em que o mercado leva para perceber que o preço de uma ação está abaixo de seu valor intrínseco. Essa discrepância precisa ser corrigida, mas não cabe aos investidores de valor.

Dito isto, ações baratas podem permanecer baratas por muito tempo até que a distorção entre preço e valor desapareça. Claro, o movimento de correção pode também acontecer rapidamente.

A questão é que a maioria dos investidores não aceita o fator “tempo” de espera para que o mercado perceba a ação com desconto, então eles se afastam do investimento. Essa é exatamente a resposta de Warren Buffett a Bill Gates quando perguntado por que todos não estão seguindo o investimento em valor. Segundo Buffett, “Porque ninguém quer ficar rico lentamente.”

Um fato muito interessante sobre “tempo” é que essa é uma das maiores vantagens dos pequenos investidores em relação aos grandes investidores institucionais do mercado – afinal ele está na fase de acumulação de capital. O mais interessante é que o preço da ação não suba, mas apenas o valor intrínseco. Nesse caso, os investidores poderão aproveitar os preços baixos para comprar ações de boas empresas (tendo um valor intrínseco alto) com suas contribuições mensais e ver suas ações crescerem exponencialmente no futuro.

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Os fundos de investimento, por outro lado, não têm essa possibilidade. Porque, se eles mantiverem ações que não se valorizam por muito tempo, os cotistas começarão a duvidar da capacidade dos gestores de alocar capital, então eles retirarão recursos do fundo.

Infelizmente, a maioria dos pequenos investidores não entende essa vantagem.

De qualquer forma, gosto de destacar que o value investing não é para todos. É lindo no papel, mas na prática não são todos que suportam ver seu patrimônio andando de lado por períodos longo de tempo até que o preço convirja para o valor intrínseco, enquanto seu amigo em 1 ano fez muito dinheiro com “criptomoedas”, em que de fato ele não está investindo e sim especulando, e você que está investindo, fica com o patrimônio “estagnado”.

Voltando à primeira frase do Isaac Newton, aprendendo com os gigantes conseguimos ver que isso sempre ocorreu ao longo do tempo e não somente hoje, e a aplicação que sempre gerou maiores retornos foi em empresas descontadas perante ao seu valor intrínseco.

O Buffett cita que na década de 70 foi a época que ele mais fez dinheiro, pois por 17 anos o mercado andou de lado devido a incertezas no momento. O Dow Jones por exemplo andou 1 ponto nesses 17 anos. Buffett, como bom value investor que é, pautou seus fundamentos e percebeu que nesse tempo as empresas só cresceram, assim com o PIB, e de fato pôde presenciar a ineficiência do mercado, em que não precificaram isso.

 

Nesse período ele acumulou muitas ações e, após esses 17 anos do mercado andando de lado, nos 17 anos seguintes o mercado na média de retorno multiplicou o capital investido em 14,8x (isso na média: se você fosse escolher ativos individualmente e pautando a filosofia do value investing, você conseguiria um retorno maior, caso do Buffett).

Portanto é de imensa importância que o investidor que almeje sucesso, e queira seguir aprendendo com os gigantes, tenha bem fixado em sua mente o que é o value investing, como utilizá-lo e nunca se esquecer do mais importante: O mercado de ações sempre será o melhor meio de formar riqueza no mundo, caso ele seja bem utilizado e compreendido.

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Olhando, aprendendo, conversando e vendo os gigantes você sempre estará bem amparado e conseguirá ter o discernimento correto de onde e com quem aprender. Isso em todas as áreas possíveis da vida.

Esta artigo foi escrito pelo time da Suno Consultoria. Para conhecer melhor este serviço da Suno, clique aqui

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Nota

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Guilherme Cavalcanti

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