Citi reduz projeção do PIB do Brasil e vê maior contração da história

O Grupo Citi anunciou, nesta segunda-feira (27), que reduziu as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Segundo a instituição financeira, a economia brasileira vai registrar a pior contração da história.

O Citi comunicou, por meio de nota a clientes, a resultado advém dos impactos da crise do novo coronavírus (covid-19). De acordo com o banco, os efeitos da pandemia devem ser “maiores que o esperado”.

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O relatório foi assinado por Leonardo Porto, economista chefe do Citi no Brasil, e Paulo Lopez, também economista da unidade brasileira. Segundo os profissionais, as significativas revisões das estimativas ainda não contemplam, no entanto, as recentes turbulências políticas no cenário nacional.

Para os economistas, a economia do País deve recuar 4,5% em 2020, enquanto a taxa de desemprego deve atingir um pico de 17% no terceiro trimestre deste ano. No início do mês de abril o Grupo Citi havia projetado uma queda de 1,7% do PIB nacional.

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“O caminho da recuperação será gradual, pois as restrições de mobilidade provavelmente não serão retiradas simultaneamente entre os setores, amenizando assim o choque de oferta em etapas”, informaram Porto e Lopes no documento.

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O Grupo prevê que o PIB do Brasil tenha caído 0,6% no primeiro trimestre deste ano. Nesse sentido, a economia brasileira deve recuar 7,7% no segundo trimestre de 2020. E, entre os meses de julho e setembro, a atividade econômica deve crescer 0,9% e, nos último trimestre do ano, 2,5%.

Para o ano seguinte, a instituição financeira prevê uma expansão da economia brasileira de 3,9%, “favorecida pela base de comparação mais fraca deste ano”.

Citi reduz expectativa para a inflação

O Citi também cortou a expectativa para a taxa de inflação, o que, segundo a instituição, ampara o cenário de maior flexibilização monetária no curto prazo.

De acordo com o Citi, o Índice Nacional de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 2,4% neste ano, inferior a taxa de 2,5%. Dessa forma, os números ficam abaixo do centro da meta de 4,0%.

A instituição financeira manteve as projeções de corte de o,5 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic) em maio. Para junho, o Citi ainda prevê um novo corte, para 2,75%, renovando a mínima história.

Além disso, o banco espera R$ 647 bilhões de déficit primário para 2020, atingindo 9,1% do PIB nacional. Enquanto a dívida brita deve chegar a 89,6% do PIB, ante 75,9 no ano anterior.

O Citi ainda projeta o dólar na casa dos R$ 4,73. Por volta das 16h desta segunda-feira, a moeda americana variava positivamente em 0,87%, sendo vendida a R$ 5,718.

Arthur Guimarães

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