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‘Com ciclo atual da Selic, temos um momento áureo para ações’, diz gestor do BNP Paribas

Aquiles Mosca (dir.), Head Comercial, Marketing e Digital da BNP Paribas Asset Management e Marcos Kawakami (esq.) Head de Renda Variável da BNP Paribas Asset Management

Aquiles Mosca (dir.), Head Comercial, Marketing e Digital da BNP Paribas Asset Management e Marcos Kawakami (esq.) Head de Renda Variável da BNP Paribas Asset Management

Com o recém início do ciclo baixista da taxa básica de juros, a Selic, o mercado já esboça projeções mais otimistas para o cenário de renda variável, como de costume.

Segundo o gestor Marcos Kawakami, que é Head de Renda Variável da BNP Paribas Asset Management, os grandes ciclos da bolsa se correlacionaram diretamente com a trajetória da Selic, e o momento atual deve mostrar um cenário análogo.

“Vimos que de 2004 a 2007 tivemos um grande ciclo de mercado, correlacionado à queda da Taxa Selic. De 2010 a 2015, tivemos um bear market, com oscilações da taxa em patamares relativamente elevados. Por fim, o mercado viu uma ascendência enorme em ativos correlacionada à queda da Selic em 2020″, afirmou, durante o 44º Congresso Brasileiro de Previdência Privada.

O especialista explica que, dada a influência da taxa básica de juros, é necessário levá-la em consideração ao calcular o valor justo das ações.

“Quando calculamos a taxa interna de retorno, precisamos necessariamente entregar um bom retorno, porque a Selic dita o custo de oportunidade“, explica, mostrando gráficos com o título NTN-B.

Kawakami explica que seu cenário base mostrar taxas internas de retorno entre 16% e 18% – patamar que considera atrativo independente das variáveis macroeconômicas.

“Se a meta de inflação é 3%, mesmo com a inflação mais alta do que o esperado, esses 16% de TIR me parecem muito elevados”, ressalta.

Influência da ‘Selic do Tio Sam’

Em sua palestra no 44º CBPP, Kawakami ainda destacou, em linha com as discussões recentes de mercado, que o grande tema tem sido as decisões de política monetária por parte do Federal Reserve (Fed).

“Quando falamos de curto prazo, o principal tema recente é o juros real dos EUA, porque isso traz um custo de oportunidade real para todo mundo. Pela primeira vez vemos um juro real tão elevado globalmente, aumentando o custo de oportunidade no Brasil e em todos os lugares”, explica.

O gestor explica que isso ocorre dado o fato de que as treasuries – títulos de renda fixa dos EUA – mostram um cenário de taxas muito atrativas, drenando recursos de fundos e ativos de renda variável como um todo.

Projeções de juros

Conforme refletido pelo Boletim Focus, o consenso do mercado financeiro estima uma taxa básica de juros em 2023 de 11,75%. Já para o ano de 2024, a expectativa é de uma Selic terminal de 9%.

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