CCR (CCRO3) vence leilão da Dutra em disputa com EcoRodovias (ECOR3)

A CCR (CCRO3) foi a vencedora do leilão da rodovia Dutra e da BR/101 (SP/RJ), em processo de relicitação que envolvia disputa com a EcoRodovias (ECOR3), empresas da área de concessões rodoviárias no País. Com isso, a CCR continua a administrar a rodovia por mais 30 anos e vai fazer investimentos de R$ 15 bilhões.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-2-1.png

Com o resultado as ações da CCR ampliam ganhos no Ibovespa, às 15h10, subindo 2,78%, para R$ 11,82.

A CCR ganhou o leilão depois de propor desconto de 15,31% em tarifa de pedágio e outorga de R$ 1,8 bi. A Ecorodovias sugeriu desconto de 10,6% em cima da tarifa de pedágio.

A companhia, que assumiu a concessão da Dutra em 1996, vai administrar 625,8 quilômetros da rodovia entre São Paulo e Rio de Janeiro por um período de mais 30 anos. Outros 272 quilômetros da rodovia Rio-Santos (BR 101), entre Rio e Ubatuba (SP), ficarão também com a CCR. A empresa será responsável por revitalizar o trecho, agora sob gestão privada.

O mercado não esperava a vinda de novos investidores, mas contava com a participação daqueles que já estavam aqui, como Arteris e a gestora Pátria. Especialistas avaliam que não houve um esforço muito grande por parte do governo para atrair novos investidores para essa disputa entre a CCR e a EcoRodovias, como a realização de mais road shows (apresentação do projeto a investidores internacionais).

Além disso, o tempo de 60 dias para se preparar para o leilão foi considerado curto.

“Um investidor internacional, como fundos que ainda não estão aqui, precisa de mais tempo para avaliar todos os detalhes do projeto. São muitas novidades incluídas no processo”, diz o sócio da consultoria Vallya João Pedro Cortez.

Responsável pela movimentação de quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a Dutra é considerada a “joia da coroa” nas concessões rodoviárias pelo tráfego e por ligar duas das regiões mais ricas do Brasil. Além disso, corta o importante polo industrial do Vale do Paraíba.

Com uma nova modelagem, o governo quer transformar a estrada num modelo para as demais concessões. A rodovia será pioneira na implementação de inovações como o free flow (sistema de cobrança sem praça de pedágio), programa de fidelidade para quem mais usar a estrada e Wi-Fi em toda a sua extensão. O desafio será fazer tudo isso e reduzir em 20% a tarifa de pedágio.

Responsável pela movimentação de quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a Dutra é uma das melhores concessões do País por causa do tráfego e por ligar duas das regiões mais ricas do Brasil. Além disso, corta o importante polo industrial do Vale do Paraíba.

A rodovia deve servir de modelo para outras concessões que devem vir pela frente. O desafio será fazer tudo isso e reduzir em 20% a tarifa de pedágio.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

CCR administra a Dutra atualmente

Atualmente, a rodovia é administrada pelo grupo CCR, que assumiu a concessão em março de 1996. Na época, a Dutra estava sucateada pela falta de investimentos, e o número de mortos em acidentes era da ordem de 500 pessoas por ano.

Nestes 25 anos, a rodovia teve muitos avanços na infraestrutura, com inúmeras obras. Mas, aos poucos, começou a enfrentar o estrangulamento das vias, sobretudo nas regiões metropolitanas.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Seja em São Paulo, seja no Rio de Janeiro, a Dutra virou quase uma avenida, com intenso tráfego durante todo o dia na chegada às cidades.

O vencedor do leilão de hoje vai investir R$ 15 bilhões. Pelas regras do edital de licitação, o leilão foi híbrido. A disputa foi pela menor tarifa de pedágio, mas com limite de 15% no deságio.

Na disputa que envolve a CCR, se mais de um concorrente chegasse a esse patamar de desconto, o leilão iria para ofertas de outorgas, sem limite.

Com informações do Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião