Casas Bahia (BHIA3) recua 30,67%; veja as 5 ações que mais caíram em janeiro

O Ibovespa, principal índice de ações brasileiras, encerrou janeiro com uma queda acumulada de 4,79%, aos 127.752,28 pontos. A máxima do mês foi de 134.194,94 pontos, alcançada no início do período, enquanto a mínima chegou a bater os 125.875,65 pontos.

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A queda do Ibovespa em janeiro acontece após dois meses consecutivos de alta. Os investidores aproveitaram para realizar os lucros, e além disso, a mudança nas projeções em relação ao início do corte de juros nos Estados Unidos impactaram negativamente o cenário.

Inclusive, na primeira reunião de 2024, o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) decidiu manter a taxa de juros nos Estados Unidos entre 5,25% e 5,5%.

No Brasil, os investidores já precificavam um novo corte de 0,5 p.p. na Selic, conforme realizado ontem em nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Apesar disso, o Copom trouxe um comunicado o mais neutro. Isso porque o comitê indicou que o nível atual de corte, de 50 pontos-base, ainda é o mais apropriado para conseguir trazer a inflação para a meta.

Com os investidores ajustando suas posições diante das novas perspectivas, muitas ações de companhias que costumam se beneficiar de um contexto de juros em baixa tiveram desempenhos ruins em janeiro. Dessas, destacam-se principalmente as empresas de varejo e consumo.

Além disso, as questões micro de cada empresa também foram relevantes para determinar as maiores altas e baixas do Ibovespa em janeiro.

Um bom exemplo disso é a Gol (GOLL4), que anunciou pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Apesar de ter sido retirada do Ibovespa, ela ficou até o penúltimo dia de janeiro fazendo parte do índice de ações. Por isso, ela será incluída na lista das 5 maiores quedas do mês.

Veja a seguir quais foram as maiores quedas do Ibovespa em janeiro.

  • Gol (GOLL4): -68,45%
  • Casas Bahia (BHIA3): -30,67%
  • MRV (MRVE3): -29,83%
  • Vamos (VAMO3): -18,87%
  • Braskem (BRKM5): -18,53%

Gol (GOLL4)

As ações da Gol (GOLL4) “derreteram” no mês de janeiro, principalmente após o pedido de chapter 11 nos Estados Unidos, que é um processo semelhante à recuperação judicial no Brasil. A companhia encerrou 2023 com uma dívida de R$ 20,176 bilhões, e no dia 30 de janeiro, teve seu último pregão fazendo parte do Ibovespa e de outros 9 índices.

Em sua “despedida” do índice de referência da Bolsa de Valores brasileira, a aérea teve uma queda diária de quase 27%. Além do Ibovespa, ela também deixou de fazer parte dos seguintes índices: IBXX, IBRA, ICO2, IGCT, IDVR, IGCX, IVBX, ITAG e SMLL.

Casas Bahia (BHIA3)

O caso Gol marcou o mês de janeiro, mas as ações de Casas Bahia (BHIA3) também estiveram entre os principais destaques negativos, com baixa superior a 30%. Durante o mês, o Morgan Stanley diminuiu o preço-alvo da ação em 12,28%, de R$ 11,40 para R$ 10, com manutenção de sua recomendação “underweight”.

Já o banco Citi mantém uma recomendação neutra para Casas Bahia, mas reduziu o preço-alvo em 42,8%, de R$ 17,50 para R$ 10, destacando que a demanda de produtos da linha branca ainda está baixa, o que acaba impactando os lucros da companhia.

MRV (MRVE3)

As ações da MRV (MRVE3) não ficaram muito atrás, registrando forte baixa de 29,83% em janeiro. A prévia operacional referente ao quarto trimestre de 2023 (4T23) não empolgou, apesar de ter apresentado alguns fatores positivos. Fato é que as revisões negativas nas estimativas de resultados para 2024 e 2025 acabaram pesando sobre o papel.

O banco Citi, por exemplo, realizou um corte na recomendação da ação, que passou a ser neutra, com perspectiva de aumento no risco de inadimplência e das despesas financeiras. Outros analistas também revisaram para baixo o preço-alvo do papel, o que também ajudou em um desempenho mais negativo na Bolsa de Valores.

Vamos (VAMO3)

As ações da Vamos (VAMO3) caíram 18,87%, sendo um dos principais destaques de baixa. A queda acontece diante das expectativas de desaceleração de resultados. Uma pesquisa do Bradesco BBI apontou que a projeção dos investidores é de que a companhia tenha um lucro líquido de R$ 167 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23).

Mesmo que a perspectiva se concretize, esse número ainda seria 27% inferior ao resultado projetado pelo consenso de mercado.

Braskem (BRKM5)

Por fim, fechando o top 5, estão as ações da Braskem (BRKM5), que tiveram queda de 18,53% em janeiro, diante dos desdobramentos em relação ao afundamento do solo em Maceió (AL), que está em processo de investigação.

Com o Senado Federal instalando uma CPI para apurar o caso, os investidores da Braskem ficam atentos sobre quais podem ser os impactos para a companhia, conforme as investigações avançam. Assim, as ações da empresa também ficaram entre as 5 maiores quedas do Ibovespa em janeiro.

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João Vitor Jacintho

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