BRF (BRFS3) deve apresentar fortes resultados no quarto trimestre, diz XP
Em relatório divulgado na quarta-feira (24), analistas da XP (XPBR31) pontuaram que a BRF (BRFS3), um dos principais players do mercado de alimentos, deve apresentar fortes resultados no quarto trimestre, influenciados pela sólida execução comercial no Brasil e custos mais baixos.
“Os custos mais baixos de ração fluindo para os resultados devem definir o tom dos resultados novamente, mas também esperamos números positivos no Brasil, refletindo a sólida execução comercial da BRF, além dos tão esperados preços melhores em Internacional, refletindo uma melhor dinâmica global de oferta e demanda, juntamente com a recuperação de mercados importantes (principalmente Japão, Halal e China)”, dizem os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.
A XP projeta que, no quarto trimestre, os volumes da BRF no Brasil aumentem 5% em relação ao ano anterior e 14% na base trimestral. Além disso, prevê que os preços aumentem 5% sequencialmente, “como resultado da sólida execução da companhia e de um mercado doméstico resiliente”.
O banco também projeta uma melhora sequencial das margens devido aos menores custos de ração, o que deve levar o Ebitda ajustado da BRF para R$ 1,1 bilhão, aumento de 67% na base anual e 47% na base sequencial. “Projetamos que o forte momentum dos volumes internacionais permanecerá no 4T23 e, portanto, projetamos volumes 20% acima A/A e +5% t/t”, afirmam os analistas.
Para a XP, a maior surpresa deve estar nos preços, para os quais ela projeta um aumento sequencial de 2% – diferente dos dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) – devido à recuperação em mercados importantes (Japão, Halal e China).
“Depois de muitos trimestres de margens fracas (estimamos que as margens de in natura estavam em território negativo até o 4T23), projetamos um sólido aumento de 440bps t/t na margem EBITDA ajustada para 8,3% em função dos preços mais baixos dos grãos e da recuperação dos preços”, pontua a instituição.
Ainda de acordo com a XP, outro trimestre forte deve contribuir para o histórico da nova gestão da BRF, “ainda em seus estágios iniciais, mas com números encorajadores nos resultados e ganhos de eficiência operacional, fortalecendo a história das ações”.
O banco informou que continua positivo e reitera a recomendação de compra para as ações da BRF.
BRF (BRFS3): prejuízo líquido chega a R$ 262 milhões no 3T23, alta de 91% em um ano
A BRF anunciou um prejuízo líquido das operações continuadas de R$ 262 milhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23).
O prejuízo líquido da BRF no terceiro trimestre foi 91,8% maior em relação ao mesmo trimestre do ano passado (3T22), quando a companhia teve perdas de R$ 137 milhões, explicado, principalmente:
- Pelo resultado operacional, que apesar da recuperação observada na comparação trimestral, ainda segue pressionado pelos preços das proteínas em diversos mercados, comprometendo a rentabilidade do portfólio in natura globalmente;
- Pelas despesas financeiras líquidas em R$ 674 milhões.
Além disso, a BRF no 2T23 apresentou uma receita líquida de R$ 13,8 bilhões, o que representa uma queda de 1,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O Ebitda ajustado da empresa ficou em R$ 1,205 bilhão, refletindo uma diminuição anual de 13%, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou em 8,7%, ante 9,8% no 3T22.
“Este resultado foi impulsionado pela evolução da rentabilidade do portfólio de processados no Brasil, retração do custo dos produtos como reflexo da queda do preço do consumo dos grãos e pela melhoria contínua do nosso Plano de Eficiência, o BRF+“, afirmou a companhia.
“Fortalecemos a nossa estrutura de capital, por meio da sequencial melhora operacional e da utilização dos recursos do follow-on que contribuíram para a redução das despesas financeiras e da alavancagem, que fechou o trimestre em 2,66x”, acrescentou a BRF.
Desempenho das ações de BRF
Cotação BRFS3