AB InBev, dona da Ambev (ABEV3), anuncia demissões nos EUA

A Anheuser-Busch InBev, dona da Ambev (ABEV3), anunciou a demissão de um número não especificado de funcionários em sua divisão de vendas nos Estados Unidos. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

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Segundo a dona da Ambev, a decisão integra a sua estratégia para concentrar esforços em suas maiores marcas.

“Em 12 de janeiro, anunciámos atualizações na estrutura da nossa equipe de vendas nos EUA, que simplificarão a nossa organização e darão ainda mais foco à nossa estratégia de mega marcas”, disse a empresa em resposta por e-mail a perguntas da Bloomberg News. Essa medida impulsionará “uma colaboração maior com nossos parceiros varejistas e revendedores”.

Detalhes adicionais ainda não foram divulgados pela companhia.

Mudança no quadro societário da dona da Ambev

A AB Inbev, vale destacar, tem entre seus principais acionistas os brasileiros o bilionário Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira Marcel Telles – sócios conhecidos como ‘o trio’ da 3G Capital, que também possuem participação acionária relevante na Americanas (AMER3).

Recentemente Lemann transferiu sua participação na cervejaria para seu filho Max.

No ano passado, a dona da Ambev anunciou que reduziria menos de 2% de sua força de trabalho nos EUA, equivalente a cerca de 350 empregos, após uma promoção online com uma influenciadora transgênero gerar uma reação que prejudicou substancialmente o faturamento da empresa.

BofA eleva preço-alvo, citando impactos da Argentina e reforma tributária

Os analistas do Bank of America estão otimistas para os próximos resultados da Ambev (ABEV3). Com um upside de 18% e um potencial de retorno de 25% , a instituição financeira norte-americana indica “compra” das ações.

Além da recomendação, os analistas do BofA elevaram o preço-alvo dos papéis de ABEV3 de R$ 15,50 (US$ 3,00) para R$ 16,00 e US$ 3,20. Para o cálculo, foi levada em consideração a redução nos juros sobre capital próprio (JCP) da Ambev por questões regulatórias.

Em 2023, o Ibovespa, principal índice de referência da bolsa de valores brasileira, teve uma performance 27% melhor do que a Ambev. Segundo relatório do BofA divulgado nesta terça-feira (23), o principal detrator do desempenho da Ambev foi a reforma tributária brasileira, que colocou em risco a receita da companhia.

Expectativas para a Ambev no 4T23 e 2024

Para os resultados do quarto trimestre de 2023, os especialistas indicam um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuperado em 4,80% no ano/ano.

A estimativa é que a margem Ebitda deste ano chegue a 36,9% (+5%).

Após cinco anos de contração, acredita-se que a Ambev possa ter um período mais otimista pela frente, graças às suas medidas de inovação e aprimoramento, ao mesmo tempo em que um cenário melhor parece se desenhar.

Levando em conta a depreciação do peso argentino de 330% em 2023, o BofA precifica o Ebitda da Ambev em 3% abaixo do consenso, com um total de 13% de crescimento em 2024. Caso se concretize, este desenvolvimento poderia superar a negatividade que a crise econômica dos “hermanos” trouxe para a companhia.

“Estamos otimistas para a recuperação de margem para a cerveja no Brasil em 2024, guiado pela deflação dos preços e desaceleração do SG&A [custos de vendas, gerais e administrativos, da sigla em inglês]”, confirmam os especialistas.

O maior destaque do otimismo dos analistas do BofA entretanto vão para as margens de venda no Brasil. A expectativa é de um Ebitda de R$ 3,8 bilhões (+24% ano/ano) e uma margem de +34%, com um crescimento de 500 pontos-base em relação ao mesmo período do ano anterior (4T22).

A projeção é ainda mais otimista se considerarmos que superar o 4T22 significa competir com o período em que acontecia a Copa do Mundo. Entretanto, as mudanças na regulação para o pagamento do JCP são um ponto detrator, que já está precificado na recomendação de compra.

Cotação de ABEV3

Nesta quarta-feira (24), os papéis da Ambev (ABEV3) fecharam a sessão em queda de 1,27%, cotadas a R$ 13,20, acumulando uma queda de 3,86% neste início de 2024.

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Eduardo Vargas

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