Boletim Focus prevê queda menor no PIB deste ano

Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus diminuíram levemente suas previsões para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A estimativa divulgada nesta segunda-feira (22) é de uma contração de 6,50%, ante 6,51% na última semana.

Essa é a primeira semana em que o Boletim Focus eleva sua estimativa para o PIB brasileiro, após 18 semanas consecutivas de piora nas expectativas. No primeiro trimestre de 2020, a economia brasileira caiu 1,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação do resultado do segundo trimestre será realizada em 1º de setembro.

No início do ano, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% da economia brasileira. Os economistas, no entanto, não esperavam os impactos gerados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para 2021, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50%.

No Suno One você aprende a fazer seu dinheiro trabalhar para você. Cadastre-se gratuitamente agora!

Além disso, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2,25%, atual patamar. A taxa foi cortada em 0,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última semana, trazendo-a para o menor nível na série histórica.


No entanto, agentes do mercado acreditam que a taxa de juros brasileira poderá cair até 1,5%, como o BNP Paribas. Em comunicado, o Copom salientou uma menor preocupação com o “effective lower bound” do Brasil. Dessa maneira, haveria espaço para novos cortes na Selic, em função das previsões de inflação baixas.

IPCA, segundo o Boletim Focus

A expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano foi elevada pela segunda semana consecutiva. A inflação de 2020, segundo os especialistas, será de 1,61%. Na semana passada, a estimativa era de 1,60%.

Dessa forma, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.

Em relação ao ano que vem, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,14%.

O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, divulgado pelo IBGE a cada mês. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.

Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.

2020

  • PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 6,50%
  • IPCA: a projeção subiu de 1,60% para 1,61%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
  • Taxa Selic: a previsão permanece em 2,25%.
  • Dólar: a previsão permaneceu em R$ 5,20.
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 52,50 bilhões.
  • Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 60 bilhões.
  • Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -10,10%.
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -14,80%.

2021

  • PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
  • IPCA: a projeção caiu para 3%.
  • Taxa Selic: a estimativa ficou em 3%.
  • Dólar: os investidores permaneceram com a estimativa de R$ 5.
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 55 bilhões.
  • Investimento Estrangeiro Direto: a previsão ficou em R$ 75 bilhões.
  • Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -2,30%.
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -6,45%.

O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.

Jader Lazarini

Compartilhe sua opinião