Bernard Madoff, cabeça do maior esquema de pirâmide da história, morre aos 82 anos
Bernard Madoff, que ficou mundialmente conhecido por ser o homem por trás do maior esquemas Ponzi da história, morreu nesta quarta-feira (14), aos 82 anos, em uma prisão no estado americano da Carolina do Norte.
Preso desde 2009, Bernard Madoff foi condenado a 150 anos de detenção por conta de uma fraude em que teria desviado até US$ 19 bilhões. Nela, assim como em outros esquemas de pirâmide, o gestor prometia retornos impressionantes para seus clientes, quando na verdade pagava investidores antigos com o dinheiro “novo” que entrava.
Ao contrário do esquema de Charles Ponzi, realizado em 1920, Madoff alcançou através da sua pirâmide um nível de respeito e aclamação entre os profissionais de finanças – ele chegou a ser presidente da Nasdaq em 1990, 91 e 93. O seu esquema durou ao menos 15 anos, mesmo com os reguladores observando sua forma de agir.
Para manter os clientes acreditando no golpe, Bernard Madoff desenvolveu declarações falsas, em que afirmava que os US$ 19 bilhões levantados já teriam valorizado e virado cerca de US$ 65 bilhões. A lista de clientes do golpista incluía nomes como Fred Wilpon, dono do New York Mets, o ator Kevin Bacon, o ex-economista chefe da Salomon Brothers Henry Kaufman, entre outros.
Fraude de Bernard Madoff acabou por crise do subprime
Dos US$ 19 bilhões, cerca de US$ 14,3 bilhões conseguiram ser recuperados pelos clientes após a fraude ser descoberta: o fim do golpe se deu em dezembro de 2008, quando os mercados de ações em queda por conta da crise dos subprimes forçaram Bernard Madoff a fazer mais saques do que ele poderia acomodar.
Os próprios filhos de Madoff denunciaram o pai ao Federal Bureal of Investigation – além da empresa fraudulenta, a família tocava também um negócio legítimo, a Bernard Madoff Investment Securities. A fraude ocupava o 17º andar do edifício Lipstick no centro de Manhattan e os negócios legais os dois andares acima.
Bernard Madoff se declarou culpado em março de 2009 por fraude, lavagem de dinheiro, perjúrio e roubo. Ele afirmou posteriormente que manteve um negócio de investimento genuíno por muito tempo, tendo começado a fraude apenas na década de 90, mas que adotou o esquema de pirâmide por não conseguir manter os retornos generosos cobrados. Ele morreu, segundo a Associated Press, de causas naturais.
