BC: “choque fiscal explica parte da depreciação cambial dos países emergentes”

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira (15) em palestra durante evento promovido pela XP Investimentos, que o “choque fiscal explica parte da depreciação cambial dos emergentes”.  No Brasil, em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e das preocupações do mercado financeiro em relação à sustentabilidade fiscal do País, o dólar acumula alta de cerca de 40% ante o real em 2020.

O presidente do BC falou durante o evento sobre a política monetária adotada pelo banco. Segundo Campos Neto, “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.

“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, informou Campos Neto.

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O mandatário do Banco Central também ressaltou que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado” e que a instituição não tem a “intenção de reduzir o grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária”.

Crise decorrente da pandemia tende a ser menos severa que a de 2015, diz diretor do BC

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, afirmou nesta quinta-feira (15), durante a entrevista coletiva sobre a divulgação do Relatório de Estabilidade Financeira (REF), que a atual crise decorrente da pandemia do novo coronavírus (covi-19) tende a ser menos severa do que a recessão de 2015 e 2016.

“Entendemos que no nosso cenário atual, o nível de inadimplência deverá ser inferior ao nível da crise de 2015 e 2016, naquela oportunidade se atingiu ali 4%, então acreditamos que a inadimplência no fim da pandemia deva ficar no patamar de 3%. É importante destacar que as provisões do sistema financeiro têm sido suficientes para cobrir essas perdas”, salientou Souza.

“Ninguém sabe ainda ao certo como vai ser o fim da atual pandemia, há muita incerteza. Mas pela própria retomada da atividade, o mercado já estima hoje uma queda menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020″, disse Souza.

Para o diretor do BC, com as taxas de juros em seus mínimos históricos, é possível alongar as operações das empresas para que se adequem nas capacidades de pagamento. “Temos preocupação com nível de endividamento, mas ao que tudo indica sairemos da crise de forma mais rápida do que aconteceu em 2015 e 2016”.

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Rafaela La Regina

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