BC da Argentina corta taxa básica de juros para 40% ao ano

O Banco Central da Argentina realizou nesta quarta-feira (19) um novo corte em sua taxa básica de juros. A taxa passou de 44% para 40% ao ano.

O governo argentino informou que a medida foi uma forma de reativar a atividade econômica em meio a desaceleração da inflação. Este é o sétimo corte realizado na taxa básica de juros da Argentina desde dezembro do ano passado, quando Alberto Fernández assumiu a Presidência do país.

O novo corte acontece no mesmo dia em que se encerra o prazo para que o país negocie sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A dívida pública global da Argentina já ultrapassa US$ 311 bilhões de dólares. O valor representa mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

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A expectativa do governo era de renegociar o pagamento da linha de crédito que a autoridade monetária internacional cedeu ao país durante o mandato do ex-presidente Mauricio Macri, em 2018. Na ocasião, a Argentina pegou US$ 44 bilhões emprestados do FMI, sendo que uma parte da dívida vencerá neste ano.

FMI diz que dívida da Argentina não é sustentável

Nesta tarde, o FMI informou por meio de um comunicado que a dívida da Argentina não é sustentável. De acordo com a autoridade monetária, o país precisará da ajuda de credores privados.

“Se requer uma operação de dívida definitiva, que gere uma contribuição apreciável dos credores privados, para ajudar a restaurar a sustentabilidade da dívida com uma alta probabilidade”, informou o FMI.

Leia também: Argentina não terá desconto no pagamento da dívida, diz FMI

Em contrapartida ao cenário negativo, o FMI reconheceu que a inflação está abaixando ao longo dos últimos meses, além da estabilização das reservas internacionais e do peso. Mesmo assim, o órgão salientou que o país precisará de “esforços adicionais para reduzi-las ainda mais dos seus níveis atuais”.

“Nossa visão é que o superávit primário que seria necessário para reduzir a dívida pública e as necessidades de financiamento bruto a níveis consistentes com um risco de refinanciamento manejável e um crescimento do produto potencial satisfatório não é politicamente factível”, completou o órgão sobre a dívida da Argentina.

Giovanna Oliveira

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