Banco do Brasil (BBAS3) favorito e Bradesco (BBDC4) abaixo dos pares: o que esperar dos bancos no 3T23?

Nesta quarta-feira (25), o Santander (SANB11) iniciou a temporada de resultados dos bancos com um lucro líquido recorrente de R$ 2,729 bilhões no terceiro trimestre, queda de 12,5% na comparação anual. Na base sequencial, no entanto, o avanço foi de 18,2%. Os dados indicam uma melhora, mas o Santander não está entre os favoritos dos analistas, que apontam Nubank (ROXO34) e Banco do Brasil (BBAS3) como top picks. Mas o que faz com que esses bancos saiam na frente? O que o investidor pode esperar dos números do setor?

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Boa parte das atenções do segmento – incluindo as fintechs – está voltada para o Nubank, que divulga seus resultados no dia 14 de novembro. O banco recebeu rating máximo AAA da agência de classificação de risco Moody’s, que cita uma expectativa de contínua expansão da Nu Financeira, empresa líder do conglomerado. Nesse sentido, a fintech já havia solicitado, dias antes, uma licença bancária para ampliar sua gama de produtos no México. Já no Brasil, começou nesta semana a oferecer empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS.

Nessa linha, o Bradesco BBI informou que realizou reunião com investidores nos Estados Unidos, e que eles afirmaram que a fintech continua crescendo e implementando bons controles sobre a qualidade e os custos dos ativos.

O Itaú BBA coloca Nubank (ROXO34) como top pick no setor de bancos e instituições financeiras. Para o terceiro trimestre, a casa espera um ROE de 20%, com avanço de 27% em receita líquida de juros frente ao trimestre anterior. Segundo os analistas, o lucro líquido ajustado deve ser de R$ 1,6 bilhão, com R$ 7,9 bilhões de receita e uma inadimplência de 90 dias de 6,2%.

Banco do Brasil também é favorito

Junto de Nubank, o Banco do Brasil (BBAS3) também é top pick do Itaú BBA para o setor de bancos no 3T23. Os analistas projetam, inclusive, que a companhia tenha o maior lucro entre os bancos no terceiro trimestre, com R$ 8,9 bilhões. A receita líquida do Banco do Brasil esperada é de R$ 31,6 bilhões, com inadimplência de 90 dias de 2,6%.

O Goldman Sachs projeta um lucro ainda maior, de R$ 9,1 bilhões (alta de 4% na base sequencial e de 9% na base anual), além de um ROE de 21,9%.

Investidores com os quais o Bradesco BBI conversou nos Estados Unidos afirmaram que o Banco do Brasil apresenta uma perspectiva atraente de risco-recompensa apoiada por um crescimento decente dos lucros e maior rentabilidade em 2023-2024.

Já a XP ressalta que o crédito rural deve continuar se apresentando forte por mais um trimestre, apoiando um crescimento sólido na carteira de empréstimos. A taxa de inadimplência esperada é de 2,7%, a mais baixa entre os pares.

O Banco do Brasil divulga seus resultados do terceiro trimestre no dia 8 de novembro.

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E como ficam os gigantes privados entre os bancos?

Na disputa entre Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), o primeiro leva vantagem, de acordo com relatórios recentes. Os analistas apontam para níveis sólidos de rentabilidade no caso do Itaú, e resultados pressionados no caso do Bradesco.

Segundo o Goldman Sachs, o Itaú deve apresentar uma combinação de crescimento de receita, melhor eficiência e custo de risco relativamente estável. Assim, a margem financeira deve ter melhora de 3% no trimestre, enquanto as taxas de serviços podem subir 1% devido à atividade modestamente melhor do mercado de capitais.

A XP espera crescimento de um dígito na carteira de crédito do Itaú, impulsionado por linhas de crédito relacionadas ao consumo. A casa projeta lucro líquido recorrente de R$ 9,1 bilhões, o que representa alta anual de 12% e trimestral de 4%. O ROE esperado é de 21,9%. O Itaú divulga seus resultados do 3T23 no dia 6 de novembro.

Para Bradesco, a Genial prevê resultados pressionados, com uma rentabilidade ainda bem aquém de um cenário mais normalizado. A casa projeta lucro líquido de R$ 4,78 bilhões, o que representa um recuo de 8,4% na base anual e avanço de 5,9% na base trimestral. O ROE deve ser de 11,93%, abaixo do histórico e também aquém dos pares privados.

O Itaú BBA vai na mesma linha, afirmando que a receita financeira do Bradesco e a recuperação dos custos de crédito ficarão atrás dos outros bancos. A XP, por sua vez, destaca a expectativa de inadimplência na casa dos 6,2%. O Bradesco (BBDC4) reporta seus resultados no dia 9 de novembro.

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Guilherme Serrano Silva

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