Baidu considera sair da Nasdaq com tensões entre EUA e China

A plataforma de busca chinesa, Baidu (Nasdaq:BIDU) está considerando retirar suas ações da bolsa de tecnologia norte-americana em meio às tensões entre os Estados Unidos e a China. As informações foram publicadas pela agência “Reuters” nesta quinta-feira (21).

A Baidu avalia mudar para um mercado mais próximo de seu país de origem para impulsionar seu valor de mercado, segundo três fontes ouvidas pelo veículo. A companhia de alta tecnologia foi uma das primeiras da China a listar suas ações nos Estados Unidos.

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Nesse sentido, a empresa está contatando consultores para estudar como o movimento poderia ser realizado da maneira mais eficiente. A Baidu também estuda o efeito da mudança nas questões ligadas a investimentos e a consequências de regulação, afirmaram as fontes à agência.

Os representantes da companhia chinesa preferiram não comentar sobre o assunto. De acordo com as fontes, as discussões ainda estão  em um estágio inicial e estão sujeitas a possíveis alterações.

As fontes informaram que empresa acredita que está subvalorizada na Nasdaq. O presidente executivo e co-fundador da Baidu, Robin Li, afirmou nesta quinta-feira ao China Daily que a companhia está de olho na atenção rigorosa das autoridades norte-americanas às empresas da China listadas no país. “Para uma boa empresa, existem muitas opções de destinos para listagem, não limitadas aos EUA”, declarou o CEO.

O valor mercado da Baidu, até o fechamento do pregão da última quarta-feira (20), estava avaliada em US$ 29,59 bilhões (cerca de R$ 165,11 bilhões). O montante corresponde a somente 5% do valor de mercado do Alibaba, que possui ações listadas em Hong Kong e American Depository Shares listadas em Nova York.

EUA aprova projeto que pode barrar listagem de empresas chinesas

O Senado dos Estados Unidos aprovou por unanimidade na última quarta-feira um lei que pode impedir companhias chinesas de serem listadas nas bolsas de valores norte-americanas.

O texto, dos senadores John Kennedy e Chris Van Hollen, exige que as empresas atestem que não estão sob controle do governo da China, ou outro país estrangeiro.

Nos Estados Unidos, os valores mobiliários de uma empresa que não consegue atestar que não está sob controle de um governo estrangeiro tem suas operações na bolsa banidas.

“Eu não daria as costas ao Partido Comunista Chinês nem se estivesse morto há dois dias”, afirmou Kennedy. “Eles trapaceiam. E eu tenho uma lei para impedi-los de trapacear. ”

Baidu, o “Google da China”

A Baidu é um dos maiores motores de busca do mundo, sendo dominando China. A empresa foi fundada em janeiro de 2000, por Robin Li e Eric Xu, e, em 2007, passou a negociar suas ações na Nasdaq.

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Conhecida como o “Google da China”, a Baidu se destaca pelo serviço de busca, que ultrapassa a gigante estadunidense e o Yahoo! na China. Além disso, a empresa atua nos segmentos de mapas, vídeos, notícias, antivírus, imagens, entre outros. Recentemente, a companhia iniicou investimentos na área de inteligência artificial, de sistemas autônomos e de serviços de nuvem.

Arthur Guimarães

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