B3 (B3SA3) registra recorde de follow-on na Bolsa entre janeiro e março

O mar não está para peixe para novas ingressantes na Bolsa brasileira. No primeiro trimestre de 2022, a B3 (B3SA3) não recebeu o registro de nenhuma abertura de capital. Ao contrário: muitas empresas desistiram de realizar o IPO entre janeiro a março.

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Os motivos para as desistências de IPO na B3 são muitos: guerra entre Rússia e Ucrânia, alta taxa de juros, forte inflação, riscos político-econômicos, entre outras questões setoriais que reduziram o interesse das companhias com a justificativa de “condições adversas do mercado”.

Segundo um levantamento realizado pelo CNN Brasil Business, com dados da B3, é a primeira vez em quatro anos que nenhuma empresa conclui a abertura de capital no primeiro trimestre.

Para quem já está listado em Bolsa, a saída para captação financeira em meio à crise foi a emissão de novas ações. A quantidade de follow-on no período foi recorde, segundo a base de dados da B3.

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Pela primeira vez, desde 2004, oito companhias fizeram ofertas secundárias de ações entre janeiro e março de 2022, foram elas:

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Dificuldades do IPO e facilidades do follow-on na B3

Para que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprove a abertura de capital de uma empresa na B3, a companhia precisa apresentar o histórico financeiro dos últimos três anos.

Ou seja, para estrear na B3 em 2022 a análise dos números vai até 2019, sendo que tem dois anos de pandemia no meio do caminho. Essa dificuldade fez com que 39 companhias optassem por cancelar suas operações somente neste começo de ano.

Já a dinâmica de ofertas subsequentes de ações é outra. Por já estarem listadas na Bolsa de Valores, os acionistas e investidores interessados conseguem ter acesso a uma base histórica de resultados muito maior. Assim é possível realizar uma nova emissão e atrair atenção para a oferta.

Embora seja mais fácil, não se trata de uma missão trivial. A preocupação com o cenário macroeconômico do País também influencia essas ofertas na B3, visto que a emissão de novas ações pode sair por um valor muito abaixo do preço histórico dos papéis.

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Monique Lima

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