Decolando para bem longe da crise: BTG vê ações da Azul (AZUL4) com valorização bem elevada

Com a previsão de que a Azul (AZUL4) irá ‘voar para longe da crise’, o time de analistas do BTG Pactual Digital recomenda compra para os papéis preferenciais da aérea, mirando R$ 47 de preço alvo ante R$ 24,80 atuais.

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A recomendação de compra da Azul foi feita depois de os analistas participarem de um evento de investidores da companhia. O argumento leva em conta que a empresa tem vantagens competitivas e forte posicionamento de mercado.

O BTG Pactual destaca alguns tópicos relevantes que contribuíram para a recomendação:

  • Liderança de mercado focada em mercados não merecidos, o que cria uma rede capilar única no interior do Brasil
  • Parcerias globais estratégicas, incluindo codeshares e acordos interline, que permitem à Azul aumentar o alcance de sua rede
  • Negócios de carga diferenciados, bem posicionados para se beneficiar do crescimento do comércio eletrônico no Brasil

Após a presença no evento, o relatório mais recente do banco reporta que, dentre os números estão melhorando gradualmente, ainda com o segmento de lazer tendo a melhor performance, e também que não há grandes impactos da variante Omicron nas reservas de viagens.

Foto: Reprodução/BTG Pactual Digital
Foto: Reprodução/BTG Pactual Digital

“O segmento de transporte de carga deve dobrar de faturamento em 2021, em comparação a 2019 pela migração da carga terrestre para aérea e aceleração do plano de renovação da frota da Azul”, diz o BTG.

“Apesar dos maiores custos com câmbio e petróleo, as tarifas estão maiores e parte do aumento da performance operacional está se refletindo em uma margem mais alta (a Azul tem como meta R$ 4 bilhões em EBITDA em 2022, o que significa uma margem EBITDA melhor do que em 2019)”, segue.

Além disso, os analistas destacam que a companhia atualizou seu plano de frota, mencionando o fato de que 100% dela deverá ser composta por aeronaves de última geração em 2026 e que, em 2023, a frota está estimada em 140 aeronaves (estável em relação a 2021).

Segundo a apresentação do evento, a transformação da frota leva a grandes reduções de custos, com as novas aeronaves oferecendo economia de 26 a 30% por assento.

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Saúde financeira da Azul

Segundo o prognóstico da gestão da companhia, a Azul espera terminar 2021 com 12x dívida líquida/EBITDA, diminuindo gradualmente para 3x até 2024.

Em termos de liquidez, a administração espera encerrar o 4º trimestre com R$ 3,5 bilhões (ante R$ 2,9 bilhões em 2019).

O número ainda fica acima da projeção feita pelo CFO (Chief Financial Officer) e co-fundador da Azul, Alex Malfitani, em entrevista exclusiva ao Suno Notícias.

“A dívida não vai abaixar tanto, mas a alavancagem da Azul vai diminuir com o aumento da receita e do EBITDA. A dívida diminui, claro, mas não impacta tanto na ordem de grandeza. Deve sair do patamar atual para um dígito alto ou um dígito baixo, em poucos anos”, disse, à época.

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Compra da Latam: recuo

O recuo na compra da Latam, feito recentemente, não foi discutido pelos analistas, que se limitaram a citar que “a Azul não está temporariamente interessada na aquisição da Latam” ao terem participado do evento de investidores.

A mudança nos planos de negócio se deu recentemente, após a Latam apresentar um plano de negócios ‘muito caro’. O revés veio com a nova plano da Latam que prevê uma injeção de US$ 8,2 bilhões na companhia por meio de dívidas, títulos conversíveis e novo capital.

“Chegou a um nível que a gente acha que não vale. Especialmente quando a gente olha para o mercado internacional”, disse o presidente da Azul, John Rodgerson, ao jornal Valor Econômico, no fim de novembro.

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Eduardo Vargas

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