Azul (AZUL4): Receita atinge “níveis recordes” no 4T22, mas empresa amarga prejuízo de R$ 610,5 milhões

A Azul (AZUL4) fechou o quarto trimestre de 2022 (4T22) com uma receita total de R$ 4,5 bilhões, número 19,4% acima do 4T21. Contudo, segundo o balanço apresentado ao mercado nesta segunda (6), esse aumento veio acompanhado de um crescimento do prejuízo ajustado da companhia, que foi para R$ 610,5 milhões — alta de 40% ante o mesmo período de 2021.

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“No 4T22 entregamos recorde em receita de R$ 4,5 bilhões e um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,1 bilhão, com uma margem de 25%, uma das maiores do mundo. Continuamos expandindo as nossas margens mesmo com o preço do combustível subindo 116% em relação ao 4T19 e 43% em relação ao 4T21. Isso demonstra claramente a força do nosso modelo de negócios e nossa capacidade de criar vantagens competitivas sustentáveis”, destacou John Rodgerson, CEO da Azul, no informe disponibilizado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Confira os principais números do balanço da Azul no 4T22:

  • Receita líquida total: R$ 4,453 bilhões, alta de 19,4% ante o 4T21 (R$ 3,729 bilhões);
  • Ebitda: R$ 1.097 bilhão, alta de 6,9% ante o 4T21 (R$ 1,027 bilhão);
  • Resultado líquido ajustado: prejuízo de R$ 610,5 milhões, alta de 40% ante o 4T21 (- R$ 436 milhões);

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Azul: Análises do balanço

Na visão do analista do BB-BI Renato Hallgren, os números da Azul foram positivos. “A demanda permanece aquecida e sustenta níveis recordes na receita total de R$ 4,4 bilhões no trimestre e R$ 15,9 bilhões em 2022, alta de 19,4% a/a e 59,9% a/a respectivamente”, reforçou o profissional.

“Apesar da queima de caixa, julgamos o resultado positivo, principalmente por conta da renegociação de dívida anunciada”, destacaram os analistas da Genial Investimentos Ygor Araujo e Bernardo Noel.

A Genial trabalha com recomendação de manter a ação AZUL4, com preço-alvo de R$ 15. Já o time do BB-BI elevou o papel de neutro para compra, com preço-alvo de R$ 16,50.

Azul em 2023: O que esperar?

A divulgação dos números da Azul no 4T22 ocorreu após a companhia aérea firmar um acordo com os arrendadores, que reduzirão os pagamentos de arrendamento da Azul para eliminar diferimentos relacionados aos impactos da pandemia da Covid-19 bem como a diferença entre taxas contratuais.

Em troca, os arrendadores receberão um título de dívida negociável com vencimento em 2030 e ações precificadas de forma a refletir a geração de caixa da companhia, sua estrutura de capital e a redução do risco de crédito.

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“Os arrendadores representam 80% de nossa dívida bruta nominal. A celebração desses acordos demonstra um enorme sucesso em nossa abordagem. Os arrendadores reconheceram que apoiar a Azul é uma decisão empresarial inteligente que maximiza sua receita, mas ainda assim nos sentimos honrados e gratos pelo seu valioso apoio”, destacou Alex Malfitani, CFO da Azul, em comunicado no domingo (5).

Nenhuma aeronave saiu da nossa frota durante essas negociações e, na verdade, nossos parceiros nos entregaram 12 novas aeronaves adicionais nos últimos cinco meses. As negociações continuam com os arrendadores e demais parceiros, como os OEMs, e estamos muito otimistas de que chegaremos a acordos com todos eles.

No balanço do 4T22, o CEO da Azul reforçou que a companhia encontra-se animada para os resultados deste novo ano: “Esperamos gerar uma receita recorde de R$ 20 bilhões e um EBITDA também recorde de mais de R$5 bilhões, aproximadamente 40% acima em comparação com 2019”.

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Erick Matheus Nery

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